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Cronicas-->UM HOMEM COM CÉREBRO DE LAGARTO -- 30/09/2004 - 23:32 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


UM HOMEM COM CÉREBRO DE LAGARTO
Crónica urbana
João Ferreira


Por incrível que pareça ainda existem seres humanos com cérebro de lagarto. São aquelas pessoas primitivas centradas apenas sobre as necessidades primárias de sobrevivência. Elas mostram que estão vivas só na direção de suas necessidades básicas. Quando têm fome ou sede, quando têm sono ou pulsões sexuais mostram que estão prontos a lutar pela vida.
Um dia fui a Mato Grosso do Sul e encontrei um cérebro de lagarto. Literalmente assim. Um cérebro de lagarto. Era um trabalhador rural, de nome Macacão. Trabalhava no curral e levava os bois para o pasto. Mas sempre acompanhado.Era inteiramente primitivo. Tinha aquilo que cientificamente se chama de cérebro reptilíneo. Ou seja, tinha um cérebro de réptil. Se o leitor preferir, um cérebro de lagarto, cobra, de peixe, de dinossauro. Esse cérebro só trabalha pela sobrevivência do indivíduo e da espécie.
Percebi isso no dia em que tive oportunidade de conhecer Macacão e analisar seu comportamento durante algumas horas. Era um sujeito doce, como um cachorro doce, bem comportado. Como não tinha que lutar pela comida, não era violento. Mostrava-se como um ser primitivo sem desenvolvimento. Um ser triste, parado no tempo, vegetativo, mas tinha a forma de homem, quase um hominídeo.
O problema do cérebro de lagarto voltou à baila novamente, há dias, num almoço de que participei, numa chácara, onde o prato forte era de lentilhas com linguiça carioca. Estavam no almoço, entre outros, Venaton e Uldibrisses, dois antropólogos que mostraram se interessar pelo assunto. Disseram-me que tinham lido uma revista onde se falava desse tal cérebro de lagarto. Eu contei o caso de Macacão, o que os impressionou bastante.
- Mas esse sujeito não é o pior lance dentro da raça humana, disse Venaton. Parece que o mais perigoso mesmo, mais do que o "cérebro de lagarto", normalmente pacífico, é o "cérebro límbico". Os lagartões comem e dormem. Um pouco como os diplomatas. O cérebro límbico é complicado.
-É por aí, disse Venaton. Se acreditarmos no que os diplomatas nos transmitem em seus luxuosos carros, onde está escrito: C.D. Comem e dormem... parece realmente que os lagartões, são inofensivos. Comem e dormem. Cuidam deles só.
- Ao contrário, o "cérebro límbico", disse Uldibrisses, sendo dominado pelas emoções e paixões e centrando-se sobre a afetividade, poderia tornar-se de todos o mais perigoso. Age sem controle da razão. É o cérebro que engendra o crime passional.
Uldibrisses diz que o perigo desse cérebro é o de deixar-se invadir facilmente pelas emoções, sendo portanto impermeável à lógica das coisas. Quando alguém fica vermelho de raiva ou rosado de prazer ou dominado pelo medo, está dominado pelo sistema límbico. Por ser passional ele sempre filtra as informações sem deixar que as desagradáveis cheguem ao córtex para serem avaliadas.
- O que torna o homem um ser superior mesmo, diz Uldibrisses, é o terceiro tipo de cérebro que se baseia no "córtex" e que é a forma superior e inteligente do homem. É pelo córtex que se produz a fala, se analisam e selecionam os dados, se resolvem os problemas, se tomam decisões inteligentes e se produzem inventos.
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