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Humor-->João e Maria: Tom Caótico -- 31/01/2004 - 20:21 (Eduardo Schmitt Amaro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Em casa, João e Maria se preparam para passear na floresta. Levavam um pedaço de pão, pois estavam com fome.
- Espere! – disse Maria – Como vamos nos achar novamente? Pretendemos ir muito longe, não?
- Só botar pedras no caminho, abobada! – falou João.
- E quando acabar as pedras, seu merda?
- Vai no improviso. Foda-se! – então os dois caminharam pela floresta, jogando pedras que haviam no chão.
Andaram muito tempo. Aquela parte da floresta nunca contemplaram. Não era muito bonita: lixo espalhado pelo canto das árvores, relógios pelas gramas. De repente, avistaram um coelho branco, pulando pela grama e dizendo:
- Estou atrasado! Estou atrasado!
Recolhia os relógios do chão. Chegou a passar pelas pedras que João e Maria deixaram, espalhando-as por toda à parte.
- Puta que pariu! Coelho de merda! – gritou Maria. Apanhou uma pedra e arremessou contra o coelho. O objeto acertou a nuca do pobre coelho, que rolou no chão e bateu a cabeça numa árvore. Levantou-se e voltou ao encontro dos dois, com um ar tímido.
- Qualé que é, meu? Ta me tirando? Enfia essa pedra no teu rabo! – falou furioso. Jogou a pedra em Maria, acertando-a na boca.
- Vamos quebrar esse coelho? – perguntou João.
Os dois foram rapidamente atrás do coelho. Se precipitou a correr, mas era tarde demais. Maria já estava em cima dele. Levantou-o e o prensou contra uma árvore.
- Quebre as patas dele! Quebre as patas dele! – berrava João.
Maria sentiu uma forte pancada na orelha esquerda, arremessando-a dois metros. João viu uma menina loira, de cabelos compridos. Carregava um bastão de basebol. Preparava-se como se fosse dar uma tacada.
- Vêm Joãozinho! Vêm! – chamou ela balançando o bastão, mas este, preferiu recuar. Ajeitou-se para acertar-lhe com o instrumento. Por reflexo, João se abaixou, tentando desviar do golpe, mas percebeu que agiu cedo demais.
- Toma! – recebeu um bastão de três quilos na cabeça com muita força. Caiu no chão.
O coelho se aproximou de Maria, apanhou o pão que estava na mão dela, recheou com pedras e terra e enfiou na boca da garota.
- Agora vai come! Come! Come! – o coelho socava o pão para dentro com raiva. Não conseguia entrar. A menina loira aproximou-se e bateu com a ponta do bastão no pão, que entrou rasgando a garganta com as pedras.
A garota de cabelos longos e o coelho entraram em uma toca e sumiram. João e Maria se levantaram lentamente. Continuaram seus caminhos, um pouco machucados.
- Porra! – disse Maria – Agora não podemos continuar jogando coisas no chão. Me botaram goela abaixo o pão.
- Ai que burra, da zero pra ela. – zombou João. Levou um tapa na cara tão forte e bem dado, que se ouviu um estalo como de um chinelo batendo noutro. Esfregou a mão no rosto. – Ô puta! Doeu um monte! Vaca!
Depararam-se com uma pequena ponte, ultrapassando um rio. Em cima dela, uma velha bruxa, vestida de preto, corcunda e com verrugas no rosto. Um chapéu pontudo se fixava na cabeça. Falou numa voz rouca e fraca:
- Venham meus queridos, vocês es... – foi interrompida ao ver João atacar ela no mata cobra, acertando alguns socos. Jogou-a contra a borda da ponte e agarrou o pescoço
- Cadê os doces? A casa de doces? Cadê? – engrossou João.
- Calma meni... – a bruxa recebeu um murro na cara.
- Onde?
- Lá. – apontou a pobre velhinha.
- Sai João! – gritou Maria. Automaticamente se abaixou e a garota acertou a testa da bruxa com um pedaço de pau. Foi arremessada para o rio, que à levou.
Os dois se dirigiram para onde a bruxa havia mostrado. Por fim, acharam a casa de doces. As paredes eram de chocolate com castanhas, telhado de brigadeiro, portas de biscoito, janelas de gelatina, tudo enfeitado com caramelo, sorvete e balas, mas tudo podre. Uma estrada de confetes estragados se estendia até a porta. Bateram nela e ouviram uma voz forçada de velha:
- Entre!
Abriram a porta e viram a casa. Não havia muita coisa, apenas alguns móveis de chocolate estragado, uma pia de biscoito podre e uma cama de brigadeiro empoeirada. Em cima, estava um lobo vestido com pijamas de uma velhinha. João correu e ficou em cima do lobo, que estava deitado.
- Vovó, que olhos grandes você tem! – falou surpreso, apontando com dois dedos – Olha... – cravou-os nos olhos do lobo que uivou de desespero e dor.
- E que nariz grande também! Vamos diminuir. – Maria esmagou o focinho do lobo com o pedaço de madeira.
- Que dentes grandes também! É melhor tirar. – João apanhou um alicate e começou a arrancar os dentes do lobo. Desesperado, jogou o torturador para o lado e saiu correndo para fora da casa.
João pegou um pedaço da pia e devorou.
- Mas tu é porco, hein! Tudo estragado e tu come ainda. Olha só, tem até cabelo nascendo aqui no chocolate.
- Foda-se! É chocolate. Tri bom!
Maria não resistiu e começou a comer também a casa. Após estarem de barriga cheia e o estômago estar lutando para digerir aquela comida horrível, resolveram ir embora. Quando saíram, viram a velha vestida de preto, com o rosto roxo e a testa do tamanho de uma bola de basquete. Segurava uma espingarda, apontando para os dois.
- Olá meus queridinhos. – disse ela abrindo um sorriso vazio, com os dentes quebrados. João e Maria se olharam.
- Tri pau no cú essa veia! Tri pau no cú! – falou João.
A bruxa os obrigou a trabalharem em sua casa o resta de suas vidas e ficou irritadíssima ao saber que maltrataram seu amante, na própria cama.


Eduardo Schmitt Amaro
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