Usina de Letras
Usina de Letras
20 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50671)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->SINTO MUITO - EXISTENCIALISMO BORGIANO -- 24/03/2001 - 01:09 (denison souza borges) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sinto Muito



Vivo e vivo, apenas; existo;

De que me serve querer mais que isso?

De que me serve a complexidade dos teóricos?

Dos doutores

Dos Espíritas e Católicos?

Por que buscar algo mais do que o óbvio?

Eles foram longe demais.





Por que o poeta perdido diz:

Desta turbulência tranquila

Desta minha convergência diversa?

Acaso há turbulência quieta, pergunto eu agora?

E algo que se afunile que divaga?

De que me serve esta Dialética?

De que me serve esta Estética?





Apenas me basta o Grão

O grão é o óbvio

E o óbvio é o que é

Ou não teria que ser nada

Mas o é

Mesmo que você não queira, é

Não é Deus, não é Religião, não é nada

Não é idéia ou qualquer instituição

É o grão

O grão que não há como fazer confusão

Como fazem os templos, as câmaras, os salões, os gabinetes

A escrivaninha do poeta





Então uma árvore é apenas árvore, apenas isso. Uma flor, uma flor

Vocês querem que seja Natureza

Mas o que é Natureza senão a confusão entre o que árvore e o que é flor?

Pior ainda, pássaro;

De que me serve misturar pássaro e flor, árvore e Lua

Num só conjunto?

De que me serve juntar o feio e o bonito?





Chamam-me de preconceituoso

Mas o preconceito é minha defesa

Sem o preconceito alguém é volúvel

De que me serve aceitar tudo e ser liberal?

Dizem que de médico e de louco, todo mundo tem um pouco

Eu não entendo nada de Medicina e nem quero

E não sou nem um pouco louco

Conheço muitos que não são

Aliás custa-me lembrar de alguém que o seja





Por ser preconceituoso eu não perco tempo

Com loucos, com estúpidos e vazios

Às vezes derramo este sangue branco que é o pranto

Derramo este sangue pelos que tem fome, pela dor, pela ignorância

Todavia não faço muito para mudar isso

Sou preguiçoso

E isso também me faz não perder tempo

Porque quero apenas contemplar o grão em minhas ações





Até mesmo escrever meu pensamento, às vezes, me parece perda de tempo

Mas eu quero falar, gritar e gemer

Senão eu borbulho, se não me afogo

E eu quero xingar os viados e putas

Quero manifestar minha simplicidade voando de um continente a outro

Atravessando sempre o velho oceano louco, borbulhante





Ah, o grão

E não me venha dizer que isso é complexo

A praia é complexa; o grão, não

Um homem é um homem. Uma mulher é uma mulher

O homossexual não existe

Eu sinto muito

Só entendo o grão; não entendo um punhado de areia no ar





Eu sei que se pode viver sem o grão

É até mais fácil

Mas o Homem não quer nem saber o que seja fácil

O grão é a essência do Nada

O tudo é uma confusão

Vai prá um lado, vai pro outro...

Eu quero o nada na minha frente

O básico, o desnudo, o limpo, o higiênico, o pingo, o grão

O grão sem teto, sem chão, sem chão, sem textura

Que minhas ações absorvam este caroço que é o grão

Que não tem nada com panelas, clubes, times, epítetos







Procuro não ser tão desagradável

Mas não dá para não ser preconceituoso e preguiçoso

É apenas o que me resta

Contra os meus inimigos





Quem eu não posso passar nada, não me interessa

Já quero encontrar pronto ou meio pronto

Não dá prá alfabetizar

Sou preguiçoso

Eu sinto muito











Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui