Usina de Letras
Usina de Letras
17 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50671)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->A Ho(n)ra P (ol) uída - Paulo Nunes Batista -- 21/01/2008 - 22:56 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Ho(n)ra P(ol)uída

Paulo Nunes Batista



O caso é este:

Já não se faz poente

como antigamente!



Um sol de néon se põe

sobre um horizonte de plástico.



Os humanos robôs assistem a esse

espetáculo

com seus olhos de vidro, suas mãos de metal.

Nesta ho(n)ra p(ol)uída, o que resta

da vida

após o Armageddon total?



Os pássaros de Aço sobre

árvores de cimento armado

ainda tentam cantar.

O som apodreceu. O que era Grito é

mármore,

e virou pedra o ar.



Parecem ainda nadar os peixes

fictícios,

todos de uma só cor.

Mas não restam senão duas duríssimas Lágrimas

que um Deus qualquer chorou

sobre o altar dos derradeiros

Sacrifícios

no Ritual do Horror.



Quis falar, sem sucesso, uma Boca

eletrônica.

Mas não havia mais

uma palavra só, após a DOR

atômica -

a não serem uis! e ais!...



E toda a Arte - dos antigos aos

modernos -

de que memória havia nos museus

-

tudo subiu pros céus, na explosão

dos Infernos

ante os olhos atônitos de Deus!



E uma jovem sem cara exibiu o seu

sexo

numa palma de mão:

foi tudo o que sobrou, depois de

cem mil séculos

do Show de Armageddon.



Surdo-mudo, paralítico, asssexuado e

cego -

após dar-se na próxima mente o

Grande Nó -

o último homem entregou sua alma

toda ao ego

e nunca se sentiu tão infinitamente.

Só.



(Paiol Literário, jornal Diário da Manhã, 27- 1997

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui