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Poesias-->Viver, Aprender, Recordar e Passar -- 05/03/2000 - 10:30 (Oscar H. C. de Velloso Vianna) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






"VIVER, APRENDER, RECORDAR E PASSAR"

















Oscar Velloso

e

Oslov

















Brasília - DF

NOV/99













"... Se você tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades, teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando.; falei muitas vezes como palhaço, mas nunca desacreditei da platéia que sorria..."



Charles Chaplin









"VIVER, APRENDER, RECORDAR E PASSAR"



PREFÁCIO





"Viver, aprender, recordar e passar" é o registro de várias passagens da vida do autor que achei interessantes por apresentarem conteúdo positivo para nossa existência. Inicia com um pensamento de Chaplin que traduz de certa forma o que o autor é: confiante e irônico, sempre posicionando-se de maneira afirmativa, com base no sistema de "construto" que forma sua consciência.



Procura ele mostrar que podemos ser felizes com muito pouco, começando com a escolha do ambiente, relacionamentos e palavras adequadas. "Viver é estar em relacionamento". E quanto mais vamos vivendo, mais vamos necessitando dominar nossa língua materna, em um aprendizado lento e permanente. Como estar em relacionamento se não sabemos nos expressar bem?



A vida é muito boa e nos traz, a cada momento, ensinamentos essenciais para o nosso crescimento individual e para a formação da nossa consciência. Ser consciente implica reconhecer toda essa oportunidade que nos foi proporcionada. Por falar em reconhecimento, quero expressar meus sentimentos de gratidão ao companheiro James pela revisão deste trabalho, dando-lhe mais qualidade.



Impossível ser feliz sem amor. Isso é válido para todas as formas, conotações e denotações possíveis de afeto. Amor é energia, é o combustível da vida positiva.



Fazendo analogia com uma casa, cuja estrutura é a base de toda a construção, a infância é a estrutura psicológica basilar de qualquer ser humano. Daí ser imprescindível termos todo cuidado com as crianças.



A formação adequada da criança e o desenvolvimento de sua personalidade permitem-lhe posicionamento político e profissional consciente perante a vida, bem como a sustentação digna de sua família no seio da sociedade em que vive.



Da mesma forma que não se pode viver sem amor, não se pode viver sem Deus. Isso sem lançar mão de superstições que só nos afastam da vida sadia, como aliás o fazem, também, as brincadeiras de mau gosto.



Temos de ser felizes, e com qualidade de vida. Devemos fazer tudo para tornar isso possível para nós, de forma individual e coletiva, possibilitando, assim, o bem-estar de nossa família e de toda a sociedade.



Há muito desejava o autor que "Viver, aprender, recordar e passar" tomasse forma física. Como é difícil transformar sonhos em realidade!



Enfim, aqui está nossa contribuição, que esperamos seja de leitura agradável e sirva, também, para os leitores colherem, dela, os frutos que imaginamos ter oferecido.



O pensamento final transmitido, em resumo, síntese ou conclusão é:



Encontrei-me!!!...

...completamente perdido.



Oslov









SUMÁRIO

..........................................................................PREFÁCIO

.................................................................."O AMBIENTE"

..........................................................."O APRENDIZADO"

......................................................"RECONHECIMENTO"

......................................................."QUANTO AO AMOR"

..................................."CUIDADOS COM AS CRIANÇAS"

......."POSICIONAMENTO POLÍTICO E PROFISSIONAL"

............................................................................"DEUS..."

...."SUPERSTIÇÃO: BINCADEIRAS DE MAU GOSTO..."

...................................................."QUALIDADE DE VIDA"

.........................."RESUMO, SÍNTESE OU CONCLUSÃO"













"O AMBIENTE"

LOCAL SAGRADO





Uma das coisas que o ser humano hoje procura é um local que lhe possa proporcionar serenidade e bem-estar.; enfim, paz de espírito.

Este local eu o encontrei. É pequeno, mas possui todas as facilidades das quais preciso: televisão com controle remoto, para acompanhar as notícias.; livros em abundância, de diversos assuntos e autores, para escolher, em dado momento, aquele que mais me atrair.; um computador, para registrar idéias e o que julgar importante.; e um cesto de lixo, para jogar fora os montes de papéis que não quero mais. Está junto de um banheiro, permitindo-me, sem me afastar muito, cuidar da higiene pessoal. Tem uma vista maravilhosa para o lago e permite-me ver, também, as grandes áreas verdes dos jardins, públicos e privados.; sua iluminação é dirigida e controlada em sua intensidade.; contém um armário com roupas, para que eu possa estar sempre à vontade.; e, como não poderia deixar de ser, uma cama bem confortável, onde posso pensar, meditar, descansar e sonhar.

Sim, este local sagrado, onde tudo é liberdade e intimidade, é o meu quarto de dormir.











"O APRENDIZADO"







A ESSENCIALIDADE DA LEITURA





Todo indivíduo tem, ao nascer, um mecanismo psicológico e aptidões latentes em seu instinto.

Uma das aptidões que herdei foi o raciocínio lógico e uma das com que fui pouco agraciado foi a memória.

Com todas as regras a guardar e as complexidades dos parâmetros de análise existentes, não me foi possível ser um experto em português.

Desse modo, dificuldades eu as tinha para expressar meus pensamentos, para entender o que me diziam e para compreender o que via.

À medida que fui lendo, as coisas foram devagarinho articulando-se.; no início, movido por obrigações escolares, depois, por necessidades profissionais, e, por fim, buscando, de forma espontânea, consciente e ansiosamente, o conhecimento.

Existe um processo contínuo de leitura-maturação que me levou a compreender o poder da leitura e a concluir: "Quem não lê: não ouve, não fala, não vê".









"RECONHECIMENTO"



ORAÇÃO AOS MEUS PAIS



Nos momentos felizes de minha vida, quase sem perceber o desgaste físico que o espírito da alegria me traz, olho para o infinito da vida e deixo os impulsos e reações naturais se expandirem no íntimo de minha consistência.

Dentro desse contexto psicofísico, vêm-me à mente os fundamentos e causas basilares de toda esta realidade e , nesse momento, com o coração a sufocar o meu peito e os olhos a debulhar em lágrimas, elevo o meu pensamento a Deus e agradeço.

"Senhor! Obrigado por teres me dado os melhores pais do mundo.

Muito obrigado!

Muito obrigado".



BSB, 08-01-93

Queridos paizinhos,



Fiquei, como sempre, muito feliz em estar com vocês durante as festas de fim de ano.

Cada um de nós "vive" da maneira que lhe é peculiar e individual. "Viver é estar em relação. (Krisnamurti)".

Têm os mestres, com relação a esse assunto, nos ensinado:

· Amai ao próximo como a ti mesmo. Amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Quem não larga todas as ovelhas e sai em busca daquela que se perdeu? Perdoar sete vezes sete. Não julgueis para não serdes julgado." (Jesus).

Dois aspectos são fundamentais, no relacionamento:

a) Não incomodar os outros.;

b) Não deixar-se incomodar pelos outros.

Depois de milhares de ensinamentos como esses, absorvidos juntamente com aqueles aprendidos na convivência familiar, vamos acrescentando outros de nossa experiência pessoal e de tudo isso resulta um ser individual e único.

Amo vocês e isto é o importante. Quando amamos não temos mágoas e nada a perdoar, pois a compreensão da posição do outro é imediata. Isso não implica concordar com as ações e atitudes ou posturas do outro.

Estruturei, de tudo que aprendi, a seguinte frase:

"Eu me encontrei...

completamente perdido..."

(Oscar Velloso Vianna)

"Eu me encontrei..." significa que estou quase sempre em paz comigo mesmo. Isto não quer dizer que sempre acerto em minhas decisões e ações, mas que elas são frutos e resultado de todo o meu conhecimento e têm pela frente, como guia orientador, o amor e a bondade dele conseqüente.

"Completamente perdido..." significa que não tenho certeza de nada e que tudo é relativo, que posso ter razões e convicções mas nunca certeza e, ainda, que os outros também têm suas razões e convicções e, às vezes, pode ocorrer que ambos estejam certos, se soubermos olhar do ponto de vista de cada um deles.

O importante é o respeito mútuo.

Tenho orgulho do que sou e do que somos (nossa família). Sei que vocês são heróis, pois criaram 10 filhos homens, todos formados, todos amigos apesar das diferenças individuais, e todos são bons. Das características familiares, destacamos nossas heranças:

· Bondade e pureza de espírito.;

· Trabalho sério como forma de ganhar a vida.;

· Vontade de vencer pela luta e pelos ideais.;

· Uso da razão, dos sentimentos e emoções.

Como disse um velho amigo médico que muito me ajudou (Dr Mauritano) "Tenha medo das pessoas frias e calculistas". Esse não é o nosso caso.

Sempre nos enganamos e de onde menos esperamos é que surge o de que mais necessitamos: compreensão e amor.



Beijos e abraços do filho que muito os ama.

Oscar H. C. de Velloso Vianna









"QUANTO AO AMOR"



É UMA PESSOA VERDADEIRAMENTE BELA





De quem estou falando?

Não é alta, nem baixa.

Seu rosto, de feições normais, combina perfeitamente com os cabelos e com o resto do corpo, transmitindo um semblante alegre e natural.

A largura dos ombros é menor do que a dos quadris, sendo estes muito largos. Seios pequenos, porém carnudos e rígidos, sempre vibrantes aos impactos causados pelo andar esbelto e imponente.

Um bum-bum bem-calibrado, em harmonia com as pernas bem-torneadas. Logicamente, de tornozelos finos.

Ah! Quase ia me esquecendo do principal: os olhos. A cor não é importante e sim, fundamental, a expressão transmitida de vivacidade.

Quando a cumprimentamos, podemos sentir a maciez e a delicadeza de suas mãos.

Perdeu a graça!

Creio que já sabes de quem se trata: da mulher dos meus sonhos.





QUANDO O ESPÍRITO NOS CONDUZ AO AMOR





Comecei a olhar sem ver

a observar sem compreender

a sentir sem identificar

o coração vibrar



Ao aproximar-me sem entender

ao tocar sem satisfazer

ao unir sem complicar

eu vi o amor chegar





"LUZES E CONSENSO"



"SINGULARMENTE UM TREVO SURGIU DA ÂNSIA"





DO QUERER SEM SABER

É QUE ME FEZ CRER

QUE TÍNHAMOS TUDO A VER



SORRISO INOCENTE

BELEZA TRANSPARENTE

UM SÓ SER VIVENTE



LUZ DE VIVER

RAIO DO AMANHECER

VONTADE DE CONHECER



SENSAÇÕES A AFLORAR

QUANDO ESTÁ A ME OLHAR

ESPERANÇA DE PODER AMAR



TUDO PASSA PELA IDADE

FIZEMOS DESSE MOMENTO VERDADE

A NOSSA ETERNIDADE



CORAÇÃO PECADOR

AMADO E SONHADOR

SENTIMENTOS DE AMOR



SONHOS SEM FIM

MEU PECADO ENFIM

É QUERER VOCÊ SÓ PARA MIM







O TRABALHADOR E A SIBÁ



Era uma vez um senhor chamado Oslov, muito solitário, que só vivia para o trabalho. Um belo dia ele avistou um pequeno passarinho que estava doido para fugir de seu ninho. Era uma sabiá.

Ele observou que aquele pequeno e arrepiado pássaro estava muito assustado.; condoído levou-o para sua casa e passou a cuidar dele.

A sabiá foi crescendo, crescendo..., até que começou a cantar e a brincar com o trabalhador, que a cada dia ficava mais encantado com o pássaro. Todos os dias eles brincavam juntos __ dando-lhe, a sabiá, bicadinhas de carinho.

Quando o trabalhador percebeu, já não podia mais viver sem sua sabiá.

Um belo dia a sabiá começou a ter um comportamento diferente que deixou o senhor. Oslov bastante preocupado. Ela voava muito e cada dia queria voar mais alto e mais distante. Não cantava mais para ele e começou até a lhe dar pequenas bicadas.

Oslov foi ficando triste e tentou de tudo com a sua sabiá. Chegou a ameaçá-la com falta de alimento, procurou prendê-la em seu viveiro, mas não dava certo. Passou a refletir sobre o caso e compreendeu que estava agindo de forma errada com seu querido bichinho.

Chegou à conclusão de que só a sabiá é que podia saber o que era melhor para ela e decidir livremente sobre sua própria vida.

Assim, embora querendo estar sempre junto dela, Oslov afastou-se um pouco, deixando-a totalmente livre. Pensou ele que se a sabiá sentisse muito sua falta, compreenderia que teria de voltar à sua antiga forma de atuação, conquistando novamente a confiança e a dedicação do trabalhador.

A sabiá, sabendo que seu companheiro estava muito magoado, voou até ele e encostando em seu peito ficou quietinha.

A reação do trabalhador, embora louco de vontade de abraçar e beijar sua sabiá, foi de aparente frieza, querendo com isto mostrar para sua companheira que ela deveria pensar bastante e decidir de acordo com o que ditasse o seu coração.



MORAL DA ESTÓRIA:

"TU TE TORNAS ETERNAMENTE RESPONSÁVEL

POR TUDO AQUILO QUE TU CATIVAS"

(O Pequeno Príncipe)





TUDO ACONTECE





Eu não imaginava que aquilo pudesse acontecer comigo. Esse foi o pensamento que me veio à mente quando avistei meu irmão Otávio.

Tudo começou quando a menina Érica precisou de apoio em seus estudos. Comecei a assisti-la em suas necessidades, ensinando-a com muito prazer.

Esqueci-me, contudo, de tomar os devidos cuidados e ¾ sem aspirar a nada que não fosse o bem de Érica, visando a sua aprovação ¾ acabei simpatizando com a menina.

O namoro veio em conseqüência, meio constrangedor no início. Nada, porém, podia ser feito frente à carência em que me encontrava, juntamente com a curiosidade e espírito de aventura de Érica.

O mesmo tinha acontecido com Otávio ¾ gostar de uma pessoa bem mais jovem do que ele ¾ e eu vivia a criticá-lo. Agora, a situação repetia-se comigo.

Frente à realidade destruidora da crença de que aquilo não pudesse ocorrer comigo, veio-me outro pensamento de que já me havia esquecido, dos tempos de criança:

"Não julgueis para não serdes julgado".

AMOR, SÓ COM LIBERDADE



Dois passarinhos do senhor Oslov viviam presos em gaiolas diferentes e em locais diferentes.

Oslov vivia para eles e tudo lhes dava.

Um dia, Oslov deu a conhecer a cada um deles a existência do outro. A partir desse dia, um dos passarinhos ficou triste e o outro muito agitado. Parecia até ciúmes.

Como a situação não mudava com o passar do tempo, Oslov só teve uma alternativa: deixá-los livres.

Com muito afeto, tirou o primeiro da gaiola e carinhosamente deixou-o em liberdade.

Fez o mesmo com o segundo.

Ao invés de ir embora, eles permaneceram junto de Oslov.

Bem feito, foram felizes para sempre.



AO MEU INFINITO AMOR...



...

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes



É com muito sofrimento, ...quase desespero, que a magôo e me afasto de você.

Faço isso, não para perdê-la, mas sim para criar condições de estarmos mais próximos e de enxergarmos o quanto somos importantes um para o outro.

Sei muito bem os valores que tem e são por eles que estou com você. Contudo, não posso deixar que esses mesmos valores tomem outros rumos e nos destruam.

É essa força interna, essa garra que a leva a lutar, desorientadamente, rumo aos seus objetivos, que me fez amá-la e que hoje nos distancia. É um valor-deficiência no limite do bem e do mal, do certo e do errado, do bom e do mau...

Vamos direcionar esse poder para um caminho que nos aproxime, fortalecendo o afeto que existe em nós e evitando sua destruição.



Beijos afetuosos do seu



Oslov









"CUIDADOS COM AS

CRIANÇAS"





AMPARO À INFÂNCIA









O ser humano, desde o seu nascimento até a idade adulta, tem de ser amparado em todos os sentidos: físico, psíquico e espiritual.



Com relação ao físico, a atenção começa com a alimentação, entre outros itens, até mesmo antes de a criança nascer. Esses cuidados continuam até uma idade em que ela tome consciência e passe a cuidar de sua saúde.



Com relação ao aspecto psíquico, o objetivo é o de apoiar o mecanismo mental da criança para que ela possa analisar o mundo que a cerca e extrair dele o conhecimento necessário à condução da própria vida. Neste sentido, duas são as preocupações: a primeira é com o mecanismo mental, que deve ser ativado em todas as suas faculdades para mantê-lo apto a cumprir com suas funções (perceber, pensar, sentir e intuir).; a segunda é com o conteúdo mental, que deve ser introduzido de forma gradativa e coerente de modo a formar uma base de apoio para o exercício do mecanismo mental, principalmente nas atividades de análise, associação, comparação, analogia, síntese e extrapolação.



Por fim, com relação ao aspecto espiritual, consiste a atenção em dar à criança uma base ética, capaz de sustentar e apoiar suas inquietudes espirituais, que surgem naturalmente ("por que" e "para que" viemos ao mundo ?). Essa base ética permitirá a formação de uma consciência moral adequada ao convívio social, com harmonia e paz interior.



Com esses cuidados básicos, a criança poderá seguir seu caminho com dignidade e livre arbítrio, próprio e exclusivo dos seres humanos.











"POSICIONAMENTO POLÍTICO E PROFISSIONAL"





COLLOR É UM ARTISTA?



Diante dos pensamentos:

"A arte é muitas coisas. Uma das coisas que a arte é, parece, é uma transformação simbólica do mundo. Quer dizer: o artista cria um mundo outro - mais bonito ou mais intenso ou mais significativo ou mais ordenado - por cima da realidade imediata.

Naturalmente, esse mundo outro que o artista cria ou inventa nasce de sua cultura, de sua experiência de vida, das idéias que ele tem na cabeça, enfim, de sua visão de mundo."

Ferreira Gullar



"A arte é a mais bela das mentiras"

Claude Debussy



"Os fins justificam os meios..."e "Fazer o mal todo de uma vez e, depois, o bem para sempre..."

(maquiavel)



Das frases retiradas de um jornal de hoje:



"Policiais vão ordenar o caos"

"Atirador de elite mata jovem refém"

"Pedreiro perde economias e suicida-se"

"Tuma inicia aos sonegadores"

"BB executa os devedores dolosos"

"Cabral ordena rigor nas fronteiras"



Da fala do presidente Collor na televisão, de que "as empresas que demitirem funcionários passarão pelo crivo da Secretaria da Receita Federal".

Do "marketing" da campanha de Collor, que garantia o estímulo à empresa, hoje extinta, e a intocabilidade das cadernetas de poupança, hoje feridas mortalmente.

Maquiavel tinha razão, e Collor é a verdade que revela uma mentira.



A COMPLEXIDADE DA DISTORÇÃO

(COLABORAÇÃO GOVERNAMENTAL PARA A ENTROPIA)



O Sistema da Administração Federal está em processo de desintegração e colapso total, um verdadeiro caos.

Buscando na teoria de sistemas a explicação desse fenômeno, temos que a entropia é uma lei universal da natureza, na qual todas as formas de organização se movem para a desintegração ou morte.

Para vencer a entropia, deve-se estruturar e controlar o sistema de forma a manter o funcionamento paralelo e complementar de duas características básicas, a "homeostase" e a "morfogênese", que juntas garantem o que se denomina de "equilíbrio dinâmico" do processo de evolução.

A homeostase é a tendência para se manter um estado firme de equilíbrio, o que em outras palavras significa ordem. A morfogênese é a capacidade de modificar-se a si próprio nas estruturas básicas, isto é, provocar conscientemente inovações em busca do aperfeiçoamento.

O elemento fundamental que mantém e associa essas duas características é a informação, ou seja, a existência de um processo decisório participativo e democrático.

Vemos, assim, que é imprescindível internalizar um processo de estabilidade (homeostase) e um outro de mudança planejada (morfogênese).

Os japoneses, entendendo esses conceitos por meio dos ensinamentos do prof. Dr. Deming, promoveram uma revolução total nas teorias administrativas pela implementação de um processo de gerenciamento total da qualidade.

Para eles, o controle tem o significado de administração, gerência. Gerenciar uma organização significa conduzir simultaneamente duas ações básicas: Rotina e Melhorias.

Rotina significa permanecer no rumo atual, obedecer às normas, evitar mudanças (homeostase/ordem). Melhorias significa mudanças, movimento decisivo para superação dos atuais níveis de desempenho (morfogênese/inovação).

Complementando essas definições, os japoneses introduziram o conceito de "complexidade", que compreende a organização necessária para corrigir as distorções dos sistemas.

Desse modo, nossos amigos orientais somente implementam um determinado sistema após estudos, análises, testes e correções, até que se elimine toda a complexidade existente, ou seja, e o sistema esteja isento de distorções, funcionando de acordo com seus objetivos.

Na análise da Reforma Administrativa do atual governo, vemos que não se tinha um sistema bem concebido e que o pouco de ordem que restava do passado foi destruído.

Assim, sem uma "Rotina" bem definida e estabilizada, foi introduzido um processo de "Melhoria" (Reforma Administrativa) que gerou uma desorientação e desarticulação total do Sistema de Administração Federal, confusão essa que denominamos de "Complexidade da Distorção" e que vem desgastando todos e tudo, na busca de uma correção dos efeitos sem atacar de forma planejada e estratégica as causas.

Desse modo, mudanças sucessivas e inconseqüentes têm contribuído para o aumento da "Complexidade da Distorção" e, por coseguinte, para a entropia do Sistema de Administração Federal.











"DEUS..."







A LENDA DO SENHOR OSLOV





Conta-se que, há muitos anos, um homem chamado Oslov dedicava grande parte de seu tempo ao estudo e pesquisa de locais e regiões pouco explorados.

Lia muito o que outros exploradores e mestres no assunto tinham deixado de herança à humanidade. E visitava todos aqueles lugares até conhecer tudo o que lhe interessasse.

Certo dia tomou conhecimento da existência de uma região que ninguém tinha conseguido explorar totalmente. A amplidão de sua área e o número de aspectos e formas nela contidos tornavam-na inacessível em seu todo.

Vários tinham sido os que alegaram tê-la conhecido completamente: desses, uns falaram e alguns escreveram.; outros nem sequer falaram ou escreveram, mas foram citados como tendo conseguido conhecê-la totalmente.

O desafio que aquela área proporcionava era tão grande que vários haviam dedicado e ainda dedicavam toda a vida ao seu estudo. As notícias de suas características eram magníficas e praticamente todo mundo já tinha ouvido falar dela.

O Sr. Oslov começou a ler tudo o que havia sobre aquela região e também a conversar com quem já tinha alguma experiência no assunto.

Um dia aproximou-se de um grupo de exploradores que, em conjunto, faziam excursões naquela área e trocavam experiências e vivências, em todos os seus aspectos. Esse grupo possuía um manual e vários escritos de um grande explorador, já falecido, que tinha revelado importantes conhecimentos e prática na exploração da região. Em seus escritos havia até declarações de que, na realidade, ele a tinha conhecido completamente, mas que lhe seria impossível transmitir tudo o que vira e suas impressões. Aconselhava aos interessados que a explorassem por si próprios, e dizia ser o único a ter condições de orientá-los no caminho e na forma de realizar aquele intento. O Sr. Oslov ficou muito feliz e pôs-se a estudar e pesquisar o manual e os escritos. Começou a freqüentar as reuniões daquele grupo e a explorar a referida área, ora sozinho ora em conjunto, sempre trocando opiniões e experiências.

Ele sabia que naquela região havia os mais terríveis animais e que vários tinham sido os mortos e mutilados por aquelas feras.

Após ter absorvido uma série de conhecimentos do manual verificou que alguns aspectos eram falhos e outros incoerentes.

Observou também que, com o manual, não estava conseguindo mais ampliar seu conhecimento da área, ou melhor, que seus avanços estavam lentos. Percebeu que estava sendo tolhido por um conjunto de regras e instruções que o impediam de avançar, pois continham preconceitos contra uma série de novos caminhos e técnicas que, segundo os escritos, na interpretação deles, acarretariam conseqüências desastrosas para quem neles se quisesse aventurar.

Além de tudo, observou que o tempo destinado às reuniões e outras atividades programadas pelo grupo era considerável, com a maior parte das horas dedicadas a repetir as mesmas coisas, abordando os mesmos aspectos. Por fim, verificou que as técnicas e instrumentos de que dispunha o grupo não eram tão eficazes contra os grandes e espertos animais. Sempre atribuíam as falhas à falta de habilidade dos membros do grupo quanto ao manuseio e uso de tais recursos.

Assim, Oslov começou a reunir os conhecimentos que tinha obtido anteriormente com os que havia adquirido em convivência com o grupo. Passou a refletir sobre eles, experimentando-os, isoladamente, mas ainda sem abandonar o grupo.

A convicção de que deveria abandonar o grupo só veio mais tarde, depois de muita análise, reflexão e ponderação.

Suas idéias conduziam-no não a desprezar os ensinamentos do manual, mas a reinterpretá-los e extrapolá-los com base em novos conhecimentos.

A reação do grupo às exposições do Sr. Oslov sobre suas experiências foi considerável, independentemente da análise dos resultados apresentados.

Oslov passou a explorar a região sozinho e a não mais comentar com o grupo suas descobertas, e sim com outras pessoas que com ele mantinham relacionamento.

Depois de verificar que em suas explorações individuais estava obtendo maior progresso, abandonou o grupo e começou a colocar em ordens seus conhecimentos, de forma a poder colaborar com a humanidade, pois, no fundo de seu coração, ele acreditava que isso era certo, e se sentia bem na execução desse trabalho. Até aqui não se sabe se o Sr. Oslov conseguiu realizar seu intento. A única notícia que se tem é de que ele tinha começado a escrever e se sentia muito feliz. Sabe-se também que poucos estão de posse de seus ensaios iniciais, que ele distribuiu apenas para aqueles que lhe eram caros.

Sabe-se também que, seu primeiro trabalho, continha trechos de livros conhecidos à época.

A lenda termina com a narrativa de que o Sr. Oslov não tinha outra pretensão que não a de ser feliz e colaborar com aqueles que com ele desejassem trocar experiências no conhecimento daquela área sem ter em nenhuma restrição prévia às suas ações que não as de suas próprias consciências.



ANEXO I





"Se aceitamos a diversidade das psiques humanas, e não vejo motivo para que assim não se faça, o teórico científico encontrar-se-á perante a desagradável alternativa de aceitar várias teorias, entre si contraditórias, do mesmo progresso, ou então empenhar-se desesperadamente na fundação de uma seita que reclame para si o monopólio do único método exato e da única teoria verdadeira." (jung)

"Não importa saber quem tem razão, se eu ou os que dizem que os gurus são necessários.; o que importa é averiguar por que razão necessitamos de um guru. Os gurus existem para a exploração de diferentes formas, mas não é disso que estamos tratando. Sentis satisfação quando alguém vos diz que estais progredindo.; mas no descobrir o motivo por que necessitai de um guru - aí é que se encontra a solução. Outro poderá mostrar-vos o caminho, mas vós tendes de percorrê-lo sozinho, mesmo que tenhais um guru. Porque não desejais tal coisa, passais a responsabilidade ao guru." (Krisnamurti)





"SUPERTIÇÃO: BRINCADEIRAS DE MAU GOSTO"



MATUZALÉM





Era uma vez um senhor chamado Ariosto Matuzalém, que, apesar de seus 47 anos, não criava juízo.; vivia fazendo brincadeiras inconvenientes com amigos e conhecidos. Sempre alguém saía machucado ou magoado com essas ações. Assim que concluía uma das suas, gabava-se do ocorrido e iniciava planos para uma nova aventura desagradável.

Intrigado com o que vinha ocorrendo, reuni-me com o pessoal do nosso grupo, que já havia sofrido de alguma forma com suas atitudes, e resolvemos pregar-lhe uma "peça".

Assim, passamos a investigar os passos de Matuzalém até descobrir que ele preparava uma fantasia de lobisomem para assustar o pessoal à meia noite do dia 13 de agosto, sexta-feira, que se aproximava.

Sem que ele soubesse, iniciamos um trabalho de amedrontamento psicológico, dizendo-lhe frases do tipo: "Com coisas do além a gente não brinca", "O feitiço acaba virando contra o feiticeiro", etc.

As vezes contávamos histórias e casos de arrepiar os cabelos e, desse modo, Matuzalém foi ficando cada vez mais influenciado e temeroso.

Foi chegando o dia 13 e ele não mudava de idéia. Preparamos, então, uma fantasia de "Drácula" e conseguimos de um pesquisador-médico uma injeção que deixava a pessoa, após duas horas de injetada, com sensações de transformação física e deformações musculares.

Chegando o dia tão esperado por todos, Matuzalém, logo ao levantar, pisou em um pé de coelho estrategicamente colocado. Aí, todos lhe disseram: "isto pode lhe trazer muito azar".

Chegando ao emprego, um gato preto pulou à sua frente e deu um tremendo miado. Ele se assustou muito e nem pôde perceber que o felino já estava no local para ser cutucado com um espinho que o faria pular e miar freneticamente.

Matuzalém, apesar de todas as evidências de que o mundo das bruxas estava contra ele, continuou com o seu intento.

Com a desculpa de vacinação-geral contra uma peste imaginária, aplicaram-lhe às 10h da noite a referida injeção.

Quase à meia-noite, estando ele já vestido de lobisomem, momentos antes de começar a sentir as sensações da injeção apagaram-se as luzes e, sob forte clarão, ele foi atacado pelo "Drácula", que, ao mordê-lo, disse: "Matuzalém, você agora é também um vampiro!". Logo em seguida o "Drácula" desapareceu.

À meia-noite, o relógio da sala deu doze badaladas, um arrepio percorreu-lhe o corpo... As transformações que ele começava a sentir, associadas ao seu lado místico e crente, deram-lhe a convicção de que já estava junto às "almas do outro mundo".

Desesperado, ele saiu correndo pela rua, quando avistou uma multidão de pessoas que, possessas, gritavam: "mata", "mata o lobisomem", "atirem nele com balas de prata", "enfiem
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