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Infantil-->COELHINO, EM VIAGEM AO SOL -- 29/04/2003 - 03:53 (Welington Almeida Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Welington Almeida Pinto


HAVIA, no tempo em que os bichos falavam, um coelho muito sabido que vivia num descampado bem próximo à nascente do rio São Francisco. Esperto como ele só, também tinha o dom de fazer versos, por isso ficou conhecido por todos como Coelhino Trovador.
Em dias de sol, despertava bem cedinho com um verso na ponta da língua:

Olá, Sol amado,
obrigado por nos aquecer.
Seus raios cromados
tornam a vida mais gostosa de viver.

Certo dia, Coelhino acorda com vontade de ver o Sol bem de perto. Escolhe o lugar mais alto da Serra da Canastra e põe-se imediatamente a caminho. Muito animado, saltita horas e horas sem parar pelos campos floridos do chapadão, até que, de tão cansado e a visão baralhando tudo à sua frente, tropeça numa pedra, bate com a cabeça no chão e perde os sentidos. Pobre coelho! Começa a sonhar que voava que nem foguete em direção ao Sol.
Ao se aproximar do astro-rei, saúda-o com alegria:
- Olá, amigo Sol!
- Olá, amigo Coelhino.
- Que bom vê-lo tão de perto!
- Também estou contente vendo você ao meu lado.
- Sabe de uma coisa? Adoro o morninho que manda lá para baixo.
- Obrigado.
O coelho levanta o focinho:
- Só acho ruim quando fica muito tempo sem aparecer, principalmente porque chove muito.
- Uai!... Não gosta de chuva?
- Tenho medo de morrer afogado. Não seria melhor chover menos na terra?
- Impossível. A chuva é tão importante para vida na Terra como os raios solares.
- Água demais atrapalha a vida dos bichos.
- Melhor com ela, seu bobo. As chuvas fazem a terra prosperar, ter mais cores e mais vida. Não acha?
- Nunca pensei nisso.
- Se diminuir as chuvas, o que vou fazer com tantas nuvens aqui em cima?
O Coelhino curioso:
- O que tem uma coisa haver com a outra?
- Não sabe?
- Bem...
- Todas estas nuvens que você está vendo aqui funcionam como uma grande caixa d´água para abastecer a Terra.
- Puxa!... Achava que as nuvens eram enfeites no céu... como é divertido ficar olhando as figuras que se formam!
- Isso aqui é um grande oceano flutuante.
- Mas... não estou vendo água nenhuma.
- Está congelada.
- Cruzes!... Isso pode despencar e arrasar tudo no meu planeta.
- Não. Aqui tudo é bem controlado. Na tempo certo, cai de mansinho como se fosse uma cortina de gotas, do jeito que você vê lá de baixo.
- E como essa água chega aqui?
- Pela transpiração dos vegetais e da evaporação dos rios, mares e lagos. Essa umidade passa do estado gasoso para líquido, congela e forma este colossal mundo das nuvens.
- Que legal! Mas... como é que chove?
- Um truque da Natureza. Com a força da gravidade os cristais de gelo se precipitam para Terra. Na queda, passam para o estado líquido novamente e caem em forma de gotas no seu planeta.
- E quando chove pedrinhas de gelo?
- É a chuva de granizo. Acontece quando gotinhas de água se congelam novamente ao atravessar uma camada de ar frio.
- De vez em quando ocorre uma assim no chapadão. Não tem diversão mais gostosa do que ficar lambendo o gelo que vem do céu.
- Gosta?
- Gosto. Só não gosto daquela chuvinha que cai dias e dias sem parar.
- Ah, é a chuva criadeira, feita para molhar bem o solo.
- Tanta chuva assim?
- Ainda tem a chuva Ciclonal, a Convecção e a Relevo.
- Tudo isso?
- Tudo. Ainda tem a artificial que o bicho-homem provoca por meios científicos.
- Nossa! Que chuvarada!
- Por enquanto.
- Vai piorar?
- Pode. Para garantir o sucesso do ciclo das águas a ajuda dos terráqueos é muito importante, principalmente do ser humano. Ele precisa parar de destruir florestas. Não remover montanhas. Não desviar rios. Não poluir águas potáveis. Não contaminar o ar.
- Cruz-credo!... Uma coisa eu garanto, bicho não faz nada disso.
O Sol franze o carão:
- Huuummm!... Agredir o meio ambiente é coisa do bicho-homem. Não sabe a quantidade de gases nocivos que eles jogam dia e noite na minha cara? Isso dificulta a vaporização das águas, além de destruir a camada de ozônio que protege a Terra de meus raios.
- Repito, os bichos não têm culpa.
- Sei disso. Essa estupidez só tem um responsável: o bicho-homem - adverte o Sol, recolhendo um pouco os raios.
E continua:
- O homem moderno é um grande fabricante de lixo nocivo ao meio ambiente. Para sua comodidade, usa cada dia mais objetos descartáveis, de plásticos, feitos para poluir os rios.
- É por isso que meus parentes que moram nas grandes cidades vivem dizendo que os rios estão cada vez mais rasos, sujos e malcheirosos.
- Iche!... A preguiça do bicho-homem é tanta que, cada vez, menos ele lava copos, toalhas, fraldas, vasilhames de bebida. Uma burrice, não acha?
- Acho. E tenho medo.
- Pode ter mesmo. Se o bicho-homem não cuidar da água na Terra, vai chegar o dia que daqui não poderei fazer muita coisa.
- Nossa!
- Mas, por enquanto, se depender de meus raios, terá bastante água para você comer folhinhas tenras de um capim bem nutrido.
-Ainda bem.
- Apesar de tudo, ainda tenho especial carinho pelos terráqueos. Enquanto puder, trabalharei para manter a vida no seu planeta.
Coelhino levanta as orelhas e suspira:
- Assim fico mais sossegado.
E conclui:
- Então, você é o dono da vida!...
O Sol cheio de si:
- Sou dono da luz, do calor e da energia para garantir a vida na Terra, o único planeta que orbita em torno de mim que tem esse privilégio.
- Ufa!... Que aula!
- Gostou?
- Muito.
- Não fique chateado nos dias em que o céu parece estar forrado de camadas de algodão sujo. Nestes dias, estou jogando meus raios em outra região da Terra, para que o ciclo das águas não se interrompa.
- Legal!... Agora, eu entendo.
- Você é o coelho mais inteligente que conheço. Quero agradecer os versos que recita para mim.
- Uai!... Dá para escutar?
Quando o Sol ia responder, Coelhino recobre os sentidos. Com o pêlo eriçado, meio zonzo, meio espantado fica de pé, protege os olhos com uma pata dianteira e, com a outra, dá um longo adeus ao amigo Sol, pronto para se pôr. E recita:
Sol,
adeus astro querido,
você agora vai descansar.
Mas nunca se esqueça deste amigo
que sua luz e seu calor vive a desfrutar.


O astro-rei até parece que ouviu. No mesmo instante abriu um sorriso brilhante, espalhando raios para todos os cantos da Serra da Canastra.
Coelhino abre mais ainda os olhos.
- Trem de doido!...
Esquece a dor no cocuruto e parte aos pulinhos de volta para sua casa.



Conquistando a Linguagem
Compreensão do texto


Numa folha anexa:

1) Desenhe o sol:
2) Copie o trecho em que Coelhino caiu, perdeu os sentidos e começou a sonhar.
3) Qual a importância do sol para a vegetação?
4) Da água?
5) Das espécies animais, o sol também é importante?
6) Vamos fazer uma pesquisa sobre sol e outra sobre família dos Oryctolagus Cuniculus (coelhos).
7) Você conhece outro poema ou letra de música que fale sobre sol? Qual?

Para a Professora:
Reflexão: A Terra insultada, vinga-se dando flores. (Tagore)

* Motivação: Converse com os alunos sobre Poesia. Fale da forma sensível com que é descrito o sentimento. Faça a classe recitar, em coro, os versos do texto e também construir frases e versos sobre a água no mundo e, principalmente no Brasil.

* Vocabulário: selecione verbetes desconhecidos e oriente a consulta no dicionário

* Educação Ambiental: Explique a importância da água e do Sistema Solar. Fale mais sobre as águas das chuvas, sobre a importância da reciclagem de papel, plástico, mineral e vidro. Ensine maneiras de respeitar e contribuir com o meio ambiente, principalmente os mananciais de água.

Para saber mais:

Chuva Ciclonal - características das áreas de baixa pressão em virtude da constante ascensão das massas de ar.

Chuva de Convecção - oriunda do movimento ascendente diurno das massas de ar, freqüente na região equatorial e nas montanhas.

Chuva de Relevo - típica das encostas das montanhas ou escarpas de planaltos, por causa da mais baixa temperatura reinante nos trechos de maiores altitudes.

Chuva Criadeira - aquela constante que todo fazendeiro adora, pois molha bem a terra para as plantações.

Chuva Artificial - resultante da projeção, numa nuvem, de substâncias como iodeto de prata e o cloreto de cálcio, capazes de promover a multiplicação de cristais de gelo ou a solidificação de gotas de água evaporadas.


** PCNs: história de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério da Educação, certificada pela Diretoria de Desenvolvimento da Educação Infantil e Fundamental da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais, conforme ofício nº 39/02, de 22 de janeiro de 2002.
GÊNERO: aventura científica.
TEMAS TRANSVERSAIS: ética: relacionamento de animais e a natureza * Geografia e Ciências: espécies animais e vegetais do Brasil – região da serra da Canastra – fenômenos da natureza.

FBN© 2003 * COELHINO, EM VIAGEM AO SOL/Categoria: Conto Infantil - © Welington Almeida Pinto

29.01.2005
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