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Erotico-->A TOCHA -- 14/06/2004 - 09:08 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“As brochadas por mim sofridas, sofri com meu próprio pau. A bunda que limpaste, limpou-a com a bandeira duma nação”.
(Resmungo atribuído ao Edbar Jádeu E.Q. Jaéra, depois de chegar do boteco, encharcado com a filha-do-senhor-de-engenho, na sexta-feira, quando viu aquela tocha enorme na mão do Pelé)





O pessoal já estava um tanto quanto que cansado das patacoadas encenadas pelo monstro. Frank objetivava a prefeitura de Tupinambica das Linhas, não por ideal, aspiração estética ou afetiva. Seu intento mesmo tinha por motor as dívidas empresariais enormes a serem pagas duma forma ou de outra.
Ele sabia que a bufunfa necessária pra solução das pendengas jaziam lá, nos cofres públicos da cidade sofrida.
Frank desejou esquecer aqueles dias em que, durante uma tempestade, no mar de lama, dera três brochadas levitantes. Estavam no sítio, onde transportados pelo motorista John Milk, carregara a ninfeta, recém eleita rainha da cidade.
Nem mesmo a simpatia de comer catetos, antes subtraídos fraudulentamente do jardim zoológico, e sacrificados em ritual, puderam enrijecer aquela caceta oligárquica.
Frank sabia que as mudanças sociais são conseqüências das invenções. Quanto maior fosse o número destas, mais rápidas seriam aquelas. Toda inovação técnica suscitava modificações nos costumes ou instituições. Por isso, ele e um grupo seleto de engenheiros, tentavam imaginar mecanismos que, ao serem acionados, pudessem dar cabo de monumentos históricos memoráveis das historietas babacas do povo local.
Frank, o anômalo, foi craque no tráfico de influência. Teve devedores de obséquio em todas as repartições municipais, estaduais e federais de Tupinambica das Linhas.
Um dos seus projetos de governo, mais notáveis consistia em eliminar as subidas daquelas ruas íngremes. Sua intenção era facilitar a vida da população, deixando a ela somente as descidas.
Sua intrepidez levava-o a desmanchar o que estava, há séculos, pronto e reformular as coisas. Por isso demoliria estruturas velhas, revogaria leis antigas, mesmo que dentre elas estivesse a da gravidade.
Pelos planos do Frank, o curso das águas do rio fluiria de baixo pra cima, e a tocha olímpica seria trocada por maçaricos flamejantes.
Conservação? Ora a conservação!
Sua expressão fisionômica mortiça, não evidenciava nunca a dureza de capitão-do-mato, que sempre desejara ser. Aquele seu semblante de senhor de engenho, mandão e opressor, acostumado a lidar com animais no pasto, tinham um toque de padrasto funesto, desejoso de licenciosidades com a noivinha.
Ele queria estuprar?
Um dos genros de Frank monstro, sofrera infortúnio tão pesaroso, que a morte do parente próximo levava-o a crer em vingança do destino. Frank, não podia acreditar que seu problema consistia na afetividade inexistente. Sentia ódio e repulsa quando alguém, comentando sobre algum casal feliz, dizia algo parecido com “estavam um para o outro, assim como o arroz está para o feijão, ou a goiabada para o queijo”.
A fúria capaz de mandar instalar escutas clandestinas nos telefones particulares, era inerente ao exercício do seu poder. Se não usasse a força, o despotismo e falcatruas, não conseguiria manter-se aonde chegou. A contagem infindável dos cadáveres surgidos, no curso da sua ascensão, perdeu-se no tempo.
Tupinambica das Linhas estava no colimador do monstro e sua quadrilha. Que Deus tivesse piedade do seu povo.



Contatos para materialização deste trabalho em HQ, livro ou filme, podem ser feitos com o autor pelo e-mail benjaminconstant@ig.com.br


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