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Contos-->Ziza -- 28/03/2007 - 15:04 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ziza

Gabriel Gambeta

"a sua máxima era não esquecer o amante presente, não recordar o amante passado, nem se preocupar com o amante futuro." (Machado de Assis, Ressurreição, p. 49).


Ela tinha a voz grave e imperativa, 1,82m de estatura, pagava aluguel dum barraco recém-reformado e em decorrência do nascimento do seu terceiro neném, via-se afastada do trabalho. Seu parceiro falava fino, era magro, branquelo e baba-ovo.
Ziza quando mais nova criança mesmo, com dez anos, vivera num lar abandonado pelo pai alcoólatra e junto com as demais irmãs assistira, durante muito tempo, uma série de trocas dos amigos íntimos da mãe. É meus amigos, fila dos interessados andava.
O desequilíbrio emocional, agressividade e a violência suscitada nas filhas, pelo comportamento libertino da mãe, eram dirigidos contra um tio que nada tinha a ver com a gandaia.
Trocando em miúdos: quando as moças – Ziza e suas irmãs - sentiam raiva por causa dos escândalos causados pela mãe e seus namorados, descontavam no cara que vivia alheio às pândegas. Era uma espécie de saco de pancadas das mocinhas.
Mas, um dia de repente, as coisas mudaram, assim sem mais nem porquê; as causas eram inaparentes. Talvez por amadurecimento as meninas passaram a criticar a luxúria da baranga.
Mamãe peralta quando se sentia muito pressionada pelas meninas explicava aos gritos:
- Qual é? Eu sou separada!
Na verdade Jéssica não era separada. Seu marido, o famoso Gabi cumpria pena num presídio de segurança máxima, no interior do estado, mas para não dar muita bandeira no trecho, dizia essa lorota aos desavisados.
O marido de Jéssica, pai da Ziza, o tal de Gabi fora preso por ter armado uma maracutaia tremenda falsificando certidão de óbito. A história foi assim: um apontador do jogo do bicho, numa ocasião tirou a vida de um trabalhador na praça de uma cidade vizinha.
Para não ser descoberto o assassino, associado a um agente funerário e Gabi simulou a própria morte. Publicaram notas no jornal de Tupinambicas das Linhas e arranjaram uma certidão de óbito.
No caixão onde deveria estar o corpo do Oswald, o matador, foi colocado um boneco com as mesmas dimensões e peso de um ser humano.
Então com novos documentos falsos o Oswald passou a ter outra vida na periferia da cidade.
Acontece que a polícia descobriu a treta e Gabi, o pai de Ziza, foi parar no xilindró.
Ocorre que o vulcão existente nas entranhas de Jéssica só esfriava depois dos longos contatos com os antigos amigos de Gabi. Era por isso que, de vez em quando, uma gritaria tremenda explodia na casa das mocinhas.
Os escândalos suscitaram uma dúvida terrível em Jéssica a fogosa: saciar a luxúria ou evitar os escândalos?
Depois de ter ela descoberto que deveria ser mais discreta nos relacionamentos afetivos, as gritarias não mais voltaram a ocorrer.
Ziza era assim mesmo, igual à mãe.



Nota do A.: Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas terá sido mera coincidência.

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