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cronicas-->ESSA MEMÓRIA ... -- 14/10/2004 - 14:46 (Cleuseni de Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Essa Memória...

A memória já não era tão boa pela idade avançada. Tudo que era importante o filho deixava escrito em lembretes ao lado do telefone. Hora de tomar os remédios, data de consultas médicas,...
Sentia saudades do filho, resolveu telefonar. Entre os lembretes estava o telefone dele.
- Aló! Por favor, queria falar com o meu filho!
- Quem é o filho da senhora? - perguntou a telefonista amavelmente.
- Marcos Roberto. Mas que lugar é aí?
- Um hospital.
- Hospital?!!!??
- É, senhora. E o seu filho não pode falar agora porque está na UTI.
- UTI???!!!!! - tum tum tum
Desligou o telefone num reflexo de dor. Esvaia-se em lágrimas. O choro confundia sua voz que tentava desabafar sozinha: "como podem fazer isso com uma mãe? Meu filho na UTI e ninguém me avisa, vou para lá imediatamente".
Entre lágrimas intensas, ligou novamente para hospital e pediu o endereço. Saiu apressadamente a passos de mulher idosa. Pegou um táxi para chegar mais rápido.
Ainda chorando, entrou no hospital e dirigiu-se à recepcionista:
- Não adianta me impedir. Eu vou ver meu filho. Liguei para cá agora há pouco e me disseram que ele estava na UTI. Eu vou até lá de qualquer jeito. Meu filho está precisando de mim. Trata de me ensinar o caminho!
- Calma, senhora, diga-me o nome do seu filho.
- Marcos Roberto.
A recepcionista conferiu algo no computador e sorriu delicadamente:
- Tudo bem, senhora. Pode subir. Fica no quarto andar. Seu filho já pode falar com a senhora.
- Obrigada, minha filha.
Ainda chorando, ganhou o corredor da UTI. Na recepção, viu alguém vestido de branco e que estava de costas, tomando café numa mesinha de canto. Chegou mais perto e destampou a falar rapidamente e entre mais e mais lágrimas.
- Por favor, doutor, preciso saber sobre a saúde do meu filho que está na UTI. Por favor, não me esconda nada. Estou preparada para saber qualquer coisa. Afinal sou velha, mas sou a mãe dele. É o Marcos Roberto.
Ao ouvir o nome do paciente, o homem que ainda estava de costas, virou rapidamente e falou com certo desgosto:
- Quantas vezes eu vou ter que falar para a senhora que eu sou médico, mãe?


Cléo Piva

* Leia o poema SER MESTRE (Para o Dia do Professor)
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