ALMA GÊMEA
Aqui desta ribalta,
Ouvindo sons de harmonia,
Confesso ter o coração em alta,
E a mente ajustando-se ao dia.
Dia que passa,
Guitarra que estremece
E enlouquece,
Num delírio correto,
Porque termina.
O avanço dos séculos,
Leva-nos a um torvelinho,
De gigantesca evolução.
Coisa que nem a mente,
Em desalinho,
Consegue prever,
E, no entanto, sente
O coração.
Poderosa força
Leva-nos a viver,
(mesmo sem querer).
O sol, o vento, a natureza,
Estrugem lá fora, em convite
À vida alegre, com certeza.
Porém, aqui nesta ribalta,
Aqui dentro, uma chama acesa,
Parece queimar a falta
De algo inexplicável.
O coração só se acalma,
Refaz-se aos poucos,
Quando, sob forte inspiração,
Deixo-me levar por uma canção,
Sento-me com minha alma gêmea
E escrevo...
Escrevo dulcíssimos poemas...
09.junho.1994
(do livro: "ÉS MULHER" - publicado em 1996)
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