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Artigos-->crônica poética vilmente inacabada -- 31/10/2002 - 23:49 (zé canjica martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Certa vez, minha colega Carla, numa de nossas então freqüentes e lúdicas conversas, disse-me que, em criança, inventara uma máquina de matar insetos, sobretudo formigas. Eu mesmo, confesso, costumava cuspir nas formigas e, inocentemente sádico, divertir-me ao vê-las que afogavam na minha pocinha de saliva. E, embora tenha abdicado desse tipo de assassinato sobre a ordem himenóptera, quiçá em função do ligeiro nojo que o cuspe me causa, até hoje continuo a matança. De maneira mais prosaica, é claro, eu me utilizo dos pés, das mãos e de toda sorte de inseticidas, certamente mais eficazes do que a maquininha da minha colega inventora. Aliás, presumo que há um insuportável mistério por trás disso tudo. Escrever é um processo muito íntimo, me disseram. E eu senti vontade de chorar. O pior é que andei lendo Marcelo Mirisola (M.M s), e neste exato momento me sobrevém uma vontade enorme de xingar, mas com extrema veemência, o sr. Alexandre Frota. Ou talvez fosse melhor poupá-lo e, acima de tudo, poupar-me, a mim que ora optava por regressar aos descortinos da infância, arrebatar-me aos quintais deste mundo onde meninos e meninas chacinam formigas. Ou, sei lá! O que eu queria mesmo era fazer um livro de poemas, dos bons, ser lírico, se é que você me entende? Escrever um romanção de 300 páginas. E tralalá. Manoel de Barros escreveu sobre a "arte de infantilizar formigas". Consigo não entender nada.



Lembro-me de mim, menino, andando de velotrol no corredor de casa.



Remanesce em mim o pouso das tardes. Como era lindo o jardim do meu avô! Deschoro em favor das formigas que já aniquilei. A tristeza é uma certa alegria. Já a paixão, essa transborda em cálices de melancolia. O poente era maior na sala. E o eu-menino já não existe com a intensidade de antes, quando mal sabia da existência de um universo feito de palavras. Um bom conto é aquele que apresenta um final inesperado. O problema, porra, é que este texto não tem enredo.

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