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Artigos-->Você tem fome de quê? -- 01/11/2002 - 16:19 (Nilson Dutra) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Primeiramente gostaria de agradecer aos e-mails enviados, com os comentários sobre meu artigo anterior, intitulado “O Brasil que o Brasil quer”. Li um por um, e fiquei lisonjeado, além de perceber que é muito bom saber que existem pessoas neste país com as mesmas visões e “ligadas” aos fatos que vão surgindo a cada dia. Mas, vamos ao artigo de hoje.



Olhando para o título, lembro-me da música do Titãs, por sinal com uma letra altamente crítica, mas contendo algumas verdades. Saudades daquela versão titânica, apesar de agora perceber que todos os seus componentes encontram-se muito mais maduros e fazendo sucesso indiscutivelmente maior.



Agora, fazendo uma analogia com os dias atuais, percebo que existem vários tipos de fome, entre eles a fome pelo poder. E me pergunto, até que ponto um homem pode chegar para saciar tal sede?



Sarney, saciou-a de forma fácil, pois herdou do saudoso Tancredo a presidência. Collor, no último debate em 1989, trouxe à público problemas pessoais (familiares) de Lula, bem como atribuiu à ele o confisco da poupança... mas tarde, descobriu-se quem realmente tinha esta intenção. FHC por duas vezes, acabou com sua fome de poder, elegendo-se na primeira com a promessa das 5 metas, e para sorte(?) nossa, o homem só possui 5 dedos em cada mão; na segunda, vendeu-nos a falsa imagem de que manteria a inflação controlada e a economia estabilizada e, mesmo com Aluizio Mercadante e sua trupe, avisando em véspera de eleição que o dólar dispararia em caso de reeleição, ele assumiu novamente o poder.



Não quero aqui fazer severas críticas ao governo que se finda, pois reconheço alguns avanços. O que chamo a atenção é que para “avançar”, pagou-se um preço muito alto. FHC privatizou tudo o que podia e até o que não podia, vendendo a preço de banana as estatais e os serviços. E o pior, os contratos sempre beneficiando o comprador e prejudicando o povo. Hoje temos energia elétrica privatizada, recursos naturais (Vale do Rio Doce), as “teles”, etc. etc. E, quando aconteceu de não privatizar a maior estatal de distribuição de energia (Furnas), o contrato com as fornecedoras como a Light, previa que em caso de perda de arrecadação por motivo de “força maior”, haviam duas formas de se repor tais perdas: o governo entraria com sua parte ou autorizaria o aumento das tarifas... a escolha... bom a escolha todo mundo já sabe.



Ontem, percebi em entrevista um presidente mais diplomático, menos agressivo, com um semblante mais para “ainda bem que isso já está acabando e vou embora” do que para “meu governo foi o melhor entre todos”. É bem verdade que ele foi bastante coerente, mas também é verdade que a lista com as perguntas é avaliada e pré-aprovada, e cá para nós não tinha como não reconhecer que a vitória do Lulinha Paz e Amor, foi democraticamente um grito quase que generalizado de todos os setores que dizia: “eu não agüento mais!”.



Bom.. e o Lula? Qual seria a fome dele? A de poder? Sim... com certeza também é. Com uma grande diferença: alguém como ele, que surgiu do meio do povo, é reconhecido mundialmente por vários estadistas e ex-estadistas como Felipe Gonzales, primeiro-ministro na Espanha por 14 anos, que dedicou o editorial do jornal El País 29/10/2002 , sob o título: “Lula – el triunfo de la democracia”, reconhecendo-o como líder nato de seu povo.



Estamos diante, sem dúvida de um grande momento no nosso país, e observo que a fome de poder do Lula, é composta por várias outras fomes: fome de agir em todas as áreas, de construir uma economia forte, de gerar (realmente) mais empregos, de fortalecer a democracia, de exportar mais, e de enfim fazer o Brasil crescer novamente. Mas, percebam: sua fala é bem diferente dos seus antecessores. Ao mesmo em que é perguntado como fazer para acalmar o mercado onde “existe eleição todo dia”, ele não deixa de lado um de seus sonhos e responde sem titubear: “o mercado tem que entender que todos os dias o povo tem que fazer 3 refeições, no mínimo”.



Comparações à parte, onde alguns acham que ele se aproxima de Tony Blair (por este ser do partido trabalhista), e outros o compara a grandes líderes, e o presidente do Banco Central dos EUA diz que Lula precisa “provar que não é louco”, a verdade seja dita: Não lembro-me de FHC ou outro presidente dando autógrafos pelas ruas, nem sendo tão assediado... e o que dizer da homenagem da Rede Globo? E aquela edição do Jornal Nacional com mais de 1 hora de duração?



Lula, terá muito trabalho pela frente e que ninguém se iluda, mas que todos tenha certeza de pela primeira vez nossos sonhos e ideais, identificados em sua figura, poderão enfim ser realizados, ainda que demorem um pouco.



Boa sorte, Lula! Que você consiga matar nossa fome de uma país mais igualitário.



Nilson Dutra



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