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Artigos-->CARTA ABERTA A GERALDO MAGELA -- 02/11/2002 - 22:25 (AURÉLIO ENES PATRÃO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Este texto é de autoria de SILVIO GUEDES

Editor Chefe do Jornal de Brasília, apenas estamos reproduzindo para aqueles que tiverem interesse no assunto, tendo em vista que foi publicado no Jornal de Brasília.



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------ Original Message ------

From: “Ana Rosa de Oliveira” < Ana.oliveira@camara.gov.br >

To: < grandebrasilia@jornaldebrasilia.com.br >

Sent: Tuesday, October 29, 2002 8:27 PM

Subject: Confusão



São ridículos estes rorizistas, vocês podem fazer e falar o que quiserem, mas o cargo mais importante do país é NOSSO, É DO PT, cambada de burros ignorantes.

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SILVIO GUEDES

Editor Chefe do Jornal de Brasília



Carta aberta a Geraldo Magela



Prezado deputado:



Hoje pode ser um triste dia para a política brasileira. O Partido dos Trabalhadores, que nasceu da utopia socialista e da luta dos sindicatos do ABC, quer patrocinar, aqui no Distrito Federal, um ato que envergonha qualquer cidadão realmente comprometido com a defesa da democracia e das liberdades individuais. O PT-DF, em nome de V. Exa., pretende pedir ao TRE a anulação do segundo turno das eleições no DF, alegando compra de votos, transporte de eleitores e abuso de poder pela polícia.

Não se trata aqui, deputado, de avaliar as razões do pedido (até porque elas são, na visão da maioria dos juristas, insubstanciais). O que se discute é a postura adotada pelos perdedores do jogo democrático, de desbragada inconformidade com o resultado - triste exemplo, a ser dado não apenas aos seus milhares de eleitores mas, especialmente, às futuras gerações. Os jovens vão depreender, de seu gesto, que na democracia o único resultado admissível é a vitória, já o que eles vêem agora é uma derrota sem honra, sem dignidade, eivada de mágoa e de desrespeito à vontade soberana da maioria.

Os mais privilegiados social e politicamente - que votaram em V. Exa., a maioria deles - pretendem impor a sua vontade aos menos favorecidos, que com seus votos deram a vitória ao candidato oponente. Trata-se, lamentavelmente, de uma deformada "luta de classes" entre os dois lados do que seu colega Cristovam Buarque chama de "apartheid social".

As urnas mostraram que a maioria do eleitorado pobre escolheu Joaquim Roriz. Também o resultado de domingo atesta que as regiões mais ricas do DF, com folgada margem, preferiam ver V. Exa. no Buriti. Ocorre que, no somatório dos votos dos primeiros superou, por 15.788 votos, a opinião dos segundos. E isso não parece ter sido assimilado por vosso partido e vossos seguidores.

Na democracia, partidos antagônicos convivem em salutar alternância do poder. Nos EUA, por exemplo, não se vê democratas ofendendo republicanos ou os considerando seres inferiores apenas porque eles preferem votar em George W Bush. E olhe que, AI Gore, muito mais que V Exa., tinha motivos para espernear pela derrota.

No DF, todavia, tenta-se fabricar uma barreira divisória entre as duas facções . Como se elas se dividissem entre o bem e o mal a probidade e o crime, a inteligência e a ignorância. Como se os vermelhos de V Exa. fossem cidadãos melhores, mais os, de uma classe superior aos azuis.

É um sentimento triste, perigoso para a democracia, e que contaminou boa parte da sociedade, a julgar pelas sucessivas e agressivas manifestações (como o e-mail reproduzido acima) endereçadas a todos aqueles rotulados de "rorizistas". Esta é umaa das razões dos muitos casos de violência registrados durante a campanha, agressividade estimulada pela sensação de que uma parte da sociedade acha que a outra não tem direito a vencer e governar.

No Plano Piloto ou no Lago (onde eu e V. Exa. moramos), muita gente acha que "os pobres, ignorantes e famintos de Roriz têm menos direito de morar no DF do que eles. Não fossem os pobres e ignorantes candangos trazidos por Juscelino para construir Brasília, onde estaríamos nós agora, sr. deputado? V Exa., provavelmente, em Patos de Minas, onde nasceu. Eu. ali perto, em Belo Horizonte. E esse cerrado de terra vermelha e céu azul continuaria vazio, desabitado, perdido...

V Exa. tem a oportunidade de mostrar grandeza e respeito à vontade de todos os brazilienses, e não apenas aos que agitaram bandeiras vermelhas no domingo passado. Pode seguir em frente, liderar uma oposição propositiva e fiscalizadora, essencial à democracia. Ou, então, unir-se ao coro dos que acham os azuis brasilenses de segunda classe.



editorchefe@jornaldebrasilia.com.br



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