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Contos-->A tenda dos cravos de ouro * -- 04/05/2007 - 22:55 (Heleida Nobrega Metello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A tenda dos cravos de ouro






Esta metáfora nos fala sobre desapego.

O verdadeiro desapego é aquele que acontece interiormente, no coração, e não aparentemente, externamente.

Desta forma, um indivíduo pobre pode ser muito mais apegado aos seus parcos recursos do que um rico, que sabe desfrutar de suas riquezas sem fazer depender delas o seu bem-estar.

Um dervixe, cuja felicidade era a abnegação e cuja esperança era o paraíso, encontrou-se, certa ocasião, com um príncipe cuja riqueza excedia tudo o que dervixe já havia visto.

A tenda daquele fidalgo, armada fora da cidade para recreação, era feita de tecidos preciosos e mesmo os cravos que a mantinham eram de puro ouro.

O dervixe, acostumado que estava a pregar o asceticismo, atacou o príncipe com uma enxurrada de palavras a respeito da futilidade da riqueza material, da ostentação dos cravos de ouro da tenda e da inutilidade do esforço humano.

Quão eternos e majestosos eram, em contrapartida, os lugares sagrados. A resignação, disse ele, era a maior das alegrias.

O príncipe escutou com muita atenção e seriedade. Tomou a mão do dervixe e disse: "Para mim, tuas palavras são como o fogo do sol do meio-dia e a limpidez da brisa vespertina.

Amigo, vem comigo, acompanha-me rumo aos lugares santos!" Sem voltar-se para trás, sem ter pego dinheiro nem chamado um servo, o príncipe pôs-se a caminho.

Espantado, o dervixe apressou-se no seu encalço. "Senhor", exclamou ele, "dize-me: falas sério em fazer uma peregrinação aos lugares sagrados? Em caso positivo, espere por mim a fim de que eu possa ir buscar meu manto de peregrino."

Com um sorriso gentil, o príncipe respondeu: "Deixei para trás minha riqueza, meus cavalos, minha tenda, meus servos e tudo o que eu possuía. E tu tens de voltar só por causa de teu manto?"

"Senhor", replicou o dervixe com grande surpresa, "por favor esclareça para mim: como podes abandonar todos os teus tesouros e partir mesmo sem teu manto principesco?"

O príncipe falou lentamente, mas com voz resoluta:

"Nós fincamos os cravos dourados na terra, mas não em nosso coração!"


* fonte:(Do livro O mercador e o Papagaio, Nossrat Peseschkian, Papirus Editora)

postado por Heleida


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