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Contos-->A cortina amarela -- 18/05/2007 - 16:36 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A cortina amarela

Fernando Zocca


Van Grogue andava maluco naqueles dias. Ele entrava e saía da casa em que morava batendo sempre as portas. Fosse ele um cachorro e poder-se-ia dizer estar o tal com escabiose.
Alcinda Nair, que vivia na vizinhança, notou a inquietude do moço naquela noite. Ela comentou o fato com seu pai, o famoso e considerado Hermínio que usufruía momentos de glória na aposentadoria recém conquistada.
- Acho que ele está precisando de uma namorada. Cochichou Alcinda. Hermínio respondeu:
- Quem é que vai querer essa tranqueira? Tá gordo feito um porco e não faz nada além de chatear os outros.
Alcinda então indagou:
- Sabe o que ele me disse numa noite em que arrastava a cadela pela calçada esperando que ela evacuasse? - Antes que Hermínio respondesse Alcinda completou:
- Ele falou que enquanto não encontrasse a mulher certa, ficaria com as erradas mesmo!
Hermínio levou outro copo de cerveja à boca. Era a segunda garrafa que bebia naquele princípio de noite. A família tinha o hábito de sentar-se à soleira do portão da rua em quase todos os finais de tarde, quando conversavam, bebiam e fumavam. Hermínio pigarreou e contou:
- Disseram-me que a mãe desse tonto tem o pé rachado. Ocê viu o tamanho da pança da pandorga? O comentário é de que a maior diversão da bunduda é ligar o aspirador de pó e ficar ouvindo.
-É... cada louco com sua mania. – Arrematou Alcinda.
Hermínio mudando de assunto perguntou:
- E o Feliciano está pagando direitinho a pensão?
- Está sim. Se não fosse isso a coisa se complicaria. Ele tem vindo de vez em quando aqui em casa. Pára o carro defronte ao nosso portão. Não desliga o motor e bota o som bem alto. A gente conversamos, mas depois ele vai embora. O Mariel tem ciúmes. Não sei porque.
Adélia mãe de Alcinda chegava ao grupo vinda lá do fundo e ao sentar-se no toco jacente ao lado do portão comentou:
- Outro dia ouvi o Feliciano dizer que pobre é igual a pneu: quanto mais trabalha, mais liso fica. Parece que ele não gosta do serviço.
Hermínio que tinha lavado e polido seu Logus velho “cor de burro quando foge” durante a tarde toda discorreu:
- Nesse quarteirão só tem vagabundo! A começar por aquela fulana que gosta de mostrar sua cortina amarela, até a aplicadora de golpes da barriga.
Enquanto falava Hermínio foi interrompido por um sujeito que passava com o Corcel II velho arrastando-se na primeira marcha e que gritou ao vê-lo:
- Fala aí, Hermínio boca de litro!
Hermínio olhou para sua filha como se perguntasse “Fazer o quê, minha nega? Nós estamos em Tupinambicas das Linhas. Vá vendo...”
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