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cronicas-->HORTENSIAS, LUGAR COMUM? -- 15/11/2004 - 10:48 (Maria Luiza Kuhn) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Hortênsias, lugar comum?


Falar de hortênsias na região das hortênsias é quase um lugar comum.
Nós, os moradores de Gramado no Rio Grande doSul, olhamos como se tudo fosse muito do conhecido nosso. Totalmente sem surpresas, como uma xícara, um prato, quem sabe até de estimação, mas do nosso completo cotidiano. Tem gente que diz até que não gosta. Imagine não gostar de flor. Receito urgente, no mínimo, uma reflexão interior, pois já dizia alguém: "és tão jovem quanto a tua capacidade de gostar de flores, de canto de pássaros, de crepúsculo e coisas assim."
Feliz desta rotina nossa de olhar hortênsias floridas.
Não há turista que não goste. Não há visitante que não leve uma foto. Nas lojas de artesanato muitas coisas lembram hortênsias.
Quadros dos nossos artistas, arabescos, tudo tem hortênsias.
Está chegando o tempo de sua florada.
O Natal que é vermelho na serra gaúcha se pinta de azul. Nas alamedas, nos canteiros, nos jardins, na beira da estrada, em cada lugarzinho estranho nasce uma hortênsia. Senão, até tratamos de plantar mais uma mudinha.
Ela é dona do lugar. Majestosa, até desconfio que ela saiba disso, pois a cada ano, parece ficar ainda mais bela.
Isso tudo bastaria para fazermos apologia ao símbolo que dá nome à região, e que logo vem associada fortemente ao turismo e ao ganha-pão de tanta gente por aqui, mas para mim tudo isso ainda é nada quando comparado ao milagre da sua renovação.
Quedo-me nas minhas caminhadas, minhas voltas de carro, minhas pequenas viagens a observar o milagre da renovação desta flor. E é agora que está acontecendo, percebam, passantes, por favor: Ela, a hortênsia, tem sua época de hibernação. Sei lá que trato ela faz com a terra, que cochichos ela entabula com as folhas, mas é certo que ela tem um tempo de ficar tristinha, quando suas flores cachoposas ficam de uma cor de ferrugem, insistem um pouco em permanecer mas parece logo se darem conta que é preciso ceder lugar às novas que vão chegando e tudo o que parecem ter combinado com a natureza, nos silêncios de suas cumplicidades, vem à tona.
É chegado o momento: Elas renascem e timidamente começam a brotar. Empurram delicadamente as antigas, aquelas cor de ferrugem, como que dizendo a estas: Ok, vão embora queridas já cumpriram seu ciclo, agora é nossa hora.
São pequenas ainda, uma cá, outra acolá, mas são guerreiras, vão abrindo espaço entre o verde das suas folhas e logo serão o deleite dos privilegiados que sabem apreciar e ver o milagre da natureza pintado da cor de céu em dia claro de primavera.
Assim nossos espaços vão se inundando de azul, sobrepondo-se ao verde escuro de suas folhas, que inevitavelmente vão ficando na condição de meras coadjuvantes.
.
Ah, se pudéssemos aprender com ela! O ciclo da vida, a delicadeza no tratamento as velhas flores, a persistência em florir todos os anos, a sua capacidade de ser da cor do céu e do mar, em plena serra.
Ah, se pudéssemos aprender...

Maria Luiza Kuhn
e-mail maluizak@yahoo.com.br.
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