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Artigos-->Pixotes de Deus -- 05/11/2002 - 15:44 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A sociedade brasileira está lotando cinemas para ver Cidade de Deus, uma película que aborda a realidade dos morros cariocas, que também serve para relatar a vida em bairros de qualquer grande cidade brasileira, e algumas médias.

A classe média que pode pagar ingressos entre 7 e 15 reais pode ver como vivem os moleques do morro, recrutados para o crime, servindo ao tráfico de drogas, em troca de salários até melhores do que o de seus pais, trabalhadores assalariados com menos de cem dólares.

É moda nos grandes centros, onde meninas bonitas choram durante o filme, madames exclamam "oh meu Deus" e garotos de classe média exprimem tudo numa frase curta do tipo "é f...mesmo".

Depois a turma corre prá pizzaria em busca de um alto astral, alguns se comprometem a trabalhar pelo povo e as madames marcam chás para avaliar a realidade social de um país com frases interessantes como "onde é que vamos parar com tanto sofrimento".

Quando surgiu Pixote, a lei do mais fraco, a sociedade não quis ver as verdades explícitas de Babenco. Afirmaram que não havia violência sexual nos albergues de menores, que as imagens do filme tentavam confundir a sociedade, e que o problema dos menores não era tão grave assim.

Quem morava nos grandes centros já sabia que era. Ao invés de servir de alerta o filme serviu como fonte de inspiração para os críticos da abertura democrática, que viam na crítica social uma tentativa de caos cultural.

Os pixotes que conseguiram crescer foram mortos antes dos trinta. Inclusive o ator principal do filme, Fernando de tal, morto pela polícia sob o catre de um quarto na favela. Ator e personagem morreram, deixando a lacuna da discussão para a sociedade.

Agora Cidade de Deus é moda. Os pixotes dos morros continuam brotando num estado paralelo, que sempre existiu mas não foi reconhecido pela falsa sociedade, que nomeava Ipanema como o bairro oficial do Rio de Janeiro. Os pixotes de Deus, habitantes que sobrevivem nas favelas do Brasil, estão ganhando as ruas. Sem escolas, mas com capacidade de alcançar os seus objetivos.

Será que o empresariado nacional vai continuar sonegando impostos, as madames dizendo "ai meu Deus, onde vamos parar" e as patricinhas e mauricinhos comendo pizza para esquecer a desgraça mostrada nos filmes para sempre? Onde é que vamos parar com tanta omissão?(Pergunta de burguês assustado)

Perguntem aos pixotes de Deus. Se eles toparem você ouve a resposta.

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