E todos nos pomos a falar do amor
Todos nos pomos, sempre, a louvá-lo
Talvez, esquecidos de um detalhe maior:
Para tê-lo, antes, é preciso plantá-lo.
Antes, é preciso, em solo fértil, semeá-lo
No cultivo, regando-o e adubando-o, constantemente
Até que, enfim, nos chegue o instante de colhê-lo
Sem esquecer, de que o fruto, sempre será semente.
Hoje, anoitecer na lavoura da vida
Descubro, o quão mal cultivador o fui
Nessa minha semeadura desabrida
Em que tudo o que semeei não vingou
Mal me cabendo a colheita em minha mão
Restando, de tudo, um solo árido: meu coração.
- por JL Santos, madrugada do dia 08/02/2008 - |