É a visita inusitada ao novo desconhecido,
às falsas verdades distorcidas, aos dramas que ainda serão vividos.
É a antecipação da dor
quando não esconde os primeiros movimentos labiais do sorriso
vaidoso daquela mulher que se vê nua nas mãos do poeta.
É o desafogo matinal,
é a urina quente, ardente, ávida por liberdade,
é um jorro de vida, emancipado e atrevido!
A poesia lembra o espaço vazio e repleto do gozo obsceno,
o mesmo gozo que desperta o insone turista das madrugadas em luz difusa.
É um gole extravagante de cerveja gelada no meio do sol inteiro ao meio-dia,
às vistas de uma multidão sedenta e invejosa.
É uma rota de fuga, uma ponte elevada, uma subida íngreme...
é um pedaço de mim.
É o que me força à lucidez insana e aos devaneios mais reveladores.
A poesia é ego-ísta
e sendo – nela - ela própria,
nada mais é, senão, p-o-e-s-i-a! |