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Contos-->A BONECA QUE SAIU DO QUADRO -- 28/06/2007 - 00:05 (Jair Fonseca Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A BONECA QUE SAIU DO QUADRO

Capítulo I

Todas as vezes que Betânia, uma jovem de 18 anos, estudante de História Contemporâneo visitava o Museu de Artes do seu Estado, seus olhos de cor mel pairavam sempre num lindo quadro medindo 1.80 de altura por 1,10 de largura, delineado pela moldura de mosaico perolado, deixando transparecer no fundo da tela um marrom degradê. A figura pintada de uma interessante boneca de cabelos loiros cacheados, realçava aquela sua posição em perfil. Um laço de fita amarela prendia suas mechas separando-as da franja curta que graciava o seu rosto, onde se sentia um sorriso leve entre as maças rosadas de sua face juvenil. Era assim que Betânia copiava cada detalhe daquela figura da boneca. Observou também que ela está vestida com uma jardineira azul e blusa branca e traz no frontal da jardineira um bordado com as iniciais FB por certo as letras iniciais do que ela representa “Feliz Boneca”. As sucedidas vezes que Betânia passou por aquele quadro, algo estranho acontecia, ela asseverava que a boneca lhe cumprimentava e dizia aos que com ela estavam; - Essa boneca está viva!

Impressionada com essa visão, Betânia passou a frequentar mais vezes o museu, e todas as vezes sucedia um movimento na boneca que lhe atraia. Chegou a pensar que o seu psiquê estava sofrendo distúrbios. Pensando assim resolveu dar um bom tempo para voltar a galeria das artes plásticas daquele museu.

Passaram-se dois anos, Betânia agora somando mais uns aninhos na sua faixa etária, trazia um melhor amadurecimento racional, com certeza a ilusão ótica não mais lhe aconteceria, então resolveu voltar ao museu. Porém algo no seu íntimo lhe inquietava; medo ou uma verdade que não assumia para sí mesma? Nesse impasse, Betânia programou-se e foi visitar novamente o museu. Desta feita, não mais acompanhado pelos amigos. Preferiu ir só.

Numa tarde fria, onde o vento sussurrava nos ouvidos sensíveis que a vida é um sofro, Betânia subia os degraus do museu vestida adequadamente para aquela tarde invernosa. Usava um cachecol de lã confeccionado pela sua aavó Dna. Albertina. Ela sentia o frio temperado da natureza e também sentia o frio sensação do seu reencontro com o misterioso quadro da boneca. Com passos lentos adentrava ao grande salão com divisórias de vidro e de piso espelalhado pela polidez da manutenção. Seguindo na direção do quadro, encontrou um amigo de faculdade que lhe abraçou com alegria e falou do seu interesse em pesquisar no local as artes que mais retratam a alma do seu autor, ao que Betânia perguntou: - Como fará? e seu amigo lhe responde: - É fácil, na exposição de qualquer pintura, só o fato dela estar à vista já fala do domínio interior do seu autor. A presença de sua alma nos traços finais como os sombreados, posições e formas, dá vida a sua inspiração, é como se ele materializasse o seu íntimo. Acho maravilhoso esse poder do artista, e continuou: - Sabe Betânia existe um quadro de uma boneca de autor desconhecido, que creio ser o perfeito da sua alma. Acredite, todas as vezes que paro para admirá-lo, sinto que ele fala comigo, digo, a figura me parece sorrir. Para espanto de Betânia ela lhe pergunta curiosa; - Onde está esse quadro? E o seu amigo lhe diz: - Venha comigo que eu lhe mostro... e sorri puxando-a pelo braço.

Ao chegar diante do quadro por ela já tão conhecido, estupefada ela recebe da boneca o seu costumeiro cumprimento com o seu olhar que sorri na expressão da sua íris anil. Betânia sente-se aliviada por poder dividir a paranóia, assim pensa ela. E com esse pensamento surgiu a pergunta que não quer calar, e perguntou ao amigo: - Desde quando você fala com ela, ou sei lá, com o quadro? Ao que ouviu do amigo a resposta: - Desde que aqui vim pela primeira vez numa excursão do colégio quando eu tinha 14 nos, isso há nove anos passados. Desde então eu não mais deixei de visitar esse local mágico. Tenho a sensação de que estou sendo acompanhado invisivelmente. Quando paro em determinado ângulo e percorro com a visão o meu redor e derredor, sinto em todo o ambiente o perene da glória de todos que aqui poderam deixar o seu registro, a nuance de suas almas. Na verdade, no meu mundo ótico e sensitível, tudo aqui está vivo, existe. Betânia responde: - Tudo isso é muito sinistro, não acha? E seu amigo lhe replica: - Não, não acho, pela razão simples de que há vida em tudo, até nos inanimados existe a força da vida...eles estão ali...a diferença para nós humanos é que nós nos movimentamos de um lado para o outro com a liberdade da razão. E Continuou: - Se algo criamos com a disposição da essência tratada em nós, a força dessa projeção pelo canal dos nossos sentidos, seguem aderentes ao que tocamos. É assim que me explico e me convenço desta realidade sinistra como você chamou...sorriu.

Ao acabo de toda aquela explicação, Betânia ficou perplexa e não mais quis olhar o quadro nem um outro qualquer. A visita daquele dia ao museu, frustrou-lhe a expectstiva que a acompanhará ao local. Betânia e seu amigo sairam então para uma cafeteria, e outros assuntros foram abordados, e muito se divertiram, porém Betânia não coneguia esquecer o misterioso quadro da boneca. Na despedida o amigo lhe disse; - ah! Um lembreste: - Volte ao museu e visite aquela boneca, você viverá uma experiência fantástica.


CAPÍTULO II

Betânia mais uma vez assustou-se com aquela revelação e pensou dar mais um tempo para retornar ao museu, mas de nada adiantou esse seu pensamento, dia seguinte lá estava ela no museu. Não esperou entardecer, foi logo cedo pela manhã e direto para a frente do quadro da boneca. Chegando lá qual foi a sua surpresa, o quadro não mais se encontrava , havia sido removido para um outro lugar. Betânia ficou muito triste, toda a sua emoção caiu em deprimento, e ao se dirigir para a saída, um grande grupo de visitantes se aproximvam e entre eles a réplica da boneca do quadro carregada por uma criança de 10 anos. Impressionada Betânia é impulsionbada a chegar perto daquela criança e saber dela a onde foi que adquiriu a boneca. Nesse instante, funcionários passam pelo corredor do museu transportando o quadro da boneca de volta para o seu habituado lugar. Betânia agora parece nada mais entender. Uma confusão de informações entra em aspiral na sua cabeça, aguçando-lhe o raciocínio. Lentamente se dirige ao quadro da boneca, olha bem pra ele buscando reconhecimento em todos os seus ângulos, e recebe dele um cumprimento gracioso, transcendental. É que ao olha-lo com a firmeza de que a vida está em tudo, da projeção ao físico. Betânia absorveu-se no extase e tangentamente voou com a sua alma e convidou a boneca para sai dali com ela e fazer um passeio na circunferência do universo. Aceitando o convite, ambas viveram momentos valiosos no sopro da vida que as fez voar pelos méritos construtivos da luz da realidade éterea.

Betânia entendeu que a leitura sensitiva que sua razão fez no convivio com aquele quadro tão inigmático, restaurou nela o poder que tem a liberdade
de na vida ser tangível pela força projetora.

A boneca que Betânia avistou na mão da criança, quando na saída do museu, tratava-se de uma projeção do valor que existe na comunhão do pensamento. A boneca figura continuou no quadro. A boneca projeção do pintor, esta sim , vive como toda e qualquer projeção por nós identificada.

Jair Martins 10/06/07 04h35
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