Usina de Letras
Usina de Letras
74 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62240 )

Cartas ( 21334)

Contos (13265)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10368)

Erótico (13570)

Frases (50639)

Humor (20031)

Infantil (5436)

Infanto Juvenil (4769)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140810)

Redação (3307)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6194)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->O BEIJO DO GORDO -- 13/12/2004 - 23:30 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Felizes de vocês se os homens os odeiam, se os expulsam, os insultam e amaldiçoam o nome de vocês, por causa do Filho do Homem. Alegrem-se nesse dia, pulem de alegria, pois será grande a recompensa de vocês no céu, porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas. (Lc 6, 22-23).


Jarbas, o cabeçudo, com um palito de dentes, tentou fisgar a azeitona escorregadia. A pizza pedida por ele, parcialmente consumida, causava-lhe já a sensação de saciedade.
No restaurante, podia observar bem as pessoas; sua posição era extremamente privilegiada. Ele pensou na situação política da urbe. As coisas ferviam pro seu lado. Pela manhã viu nos jornais, um grupo adversário, em passeata pelas ruas, pedindo justiça. Traziam faixas exigindo a apuração dos fatos que o relacionavam aos desvios de verbas, numa empresa estatal, onde exercera a posição de mando.
Todas aquelas suas promessas de campanha foram insuficientes para amainar o calor da revolta dos seus opositores. O pessoal queria comer-lhe o fígado.
Lembrou-se da hospedagem atabalhoada lá no motel, onde tentou isolar-se, por algumas horas, com a Monica. Ele não podia afirmar se foram a exuberància e a fama da moça, ou os seus inimigos-políticos-caçadores, os responsáveis pela alcaguetagem, do esconderijo do casal, aos paparazzi.
No fim (era só cavaco de càmera que voava) a confusão estava formada. O espancamento do fotógrafo, a destruição do equipamento, e a humilhação imposta a ele por seus seguranças, redundaram num processo de reparação de danos morais e materiais. Agora sim é que o bicho pegaria. Sob forte desalento o prefeito teria exclamado: "Ó lua!"
Jarbas ainda devia pensar nas reclamações que grande parte da população da cidade, vinha fazendo. Os reclamantes achavam que em Tupinambicas das Linhas os critérios de apuração do consumo d água, não eram os numerais dos medidores, mas sim o comportamento dos consumidores. Se suas opiniões políticas divergissem da dos governantes, pagariam mais, devido às anotações superestimadas, feitas por correligionários, e aplicadas como punição.
De repente, uma figura exuberante, vestida de branco, cabelos longos e lisos, usando óculos de sol, trazendo na mão direita algo que lembrava um microfone, adentrou célere ao recinto; aproximou-se do prefeito desolado e, num segundo, tascou-lhe um beijo na testa. Em seguida sentou-se à mesa onde o aguardava um casal de velhos. A cena provocou um burburinho logo abafado pelos ruídos vindos da rua.
O alcaide pensava: "Tupinambica das Linhas não possuía tesouros mas, de uma forma ou de outra, também não deixava de ser uma cidade quase perdida."
Ele o caquético-testudo, tinha o dever de mudar, com urgência urgentíssima, aquele cenário.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui