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cronicas-->Se o paraíso é mesmo na Irlanda, já estive lá... -- 17/12/2004 - 18:06 (Maiesse Gramacho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Se o paraíso é mesmo na Irlanda, já estive lá...

Matéria publicada no Correio Braziliense, intitulada "Paraíso fica na Irlanda", há algumas semanas: "O melhor lugar no mundo para se viver é a Irlanda. Pelo menos no ranking de qualidade de vida elaborado pela revista britànica The Economist. Foram analisados 111 países e a pequena ilha européia ficou à frente das até então imbatíveis Suíça, Suécia e Dinamarca. (...) Apesar do clima muito frio [nem tanto...], um sistema de saúde ainda deficiente, o alto custo de vida [verdade!] e a desigualdade entre os sexos [hã?!], a Irlanda ainda foi considerada o melhor lugar para se viver, alcançando uma pontuação de 8,33 sobre dez".
Segue a reportagem: "Segundo a The Economist, o país consegue combinar alguns dos fatores mais desejáveis, como baixo índice de desemprego e liberdade política, com estabilidade na vida familiar e comunitária. A economia per capita da Irlanda é a quarta melhor do mundo".
De fato, a ilhazinha é extraordinária. Passei uma longa temporada por aquelas bandas, em 2002. Fui para fazer companhia a uma amiga que se casou com um irlandês e que estava grávida e, de quebra, aperfeiçoar meu inglês. A cidade em que morei, Limerick, ficou famosa depois do filme "As cinzas de Ângela". Fica a dica para os mais curiosos e/ou interessados.
Mas andei muito por toda a República da Irlanda, que corresponde a esta parte bonita-feliz-e-saudável de que fala a reportagem citada no início. Porque a Irlanda do Norte, todos nós sabemos, ainda vive sob a tensão dos conflitos entre católicos e protestantes. Irónico isso: no Sul está o paraíso; no Norte, duas religiões se estapeiam...
Como eu ia dizendo, conheci os quatro cantos da Irlanda: Limerick, Dublin, Cork e Galway, além de algumas outras cidadezinhas. Tudo encantador e diferente do que eu já tinha visto... Para uma pessoa apaixonada por literatura, como eu, a ilha tinha mais um atrativo: ali nasceram Jonathan Swift, John Millington Synge, Oscar Wilde, James Joyce, William Butler Yeats, George Bernard Shaw e Samuel Beckett - os três últimos ganhadores do prêmio Nobel de Literatura. (Recentemente, em 1995, o escritor Seamus Heaney também foi premiado).
Mas foi em Limerick que, além de curtir a gravidez e a companhia da minha amiga, pude "viver" a realidade da "emerald island". Trabalhei em um hotel, para ganhar uns trocados e bancar os litros e litros de Guiness que tomei. Não era moleza, ainda mais para uma "patricinha" como eu. Lá, eu era um faz-tudo: arrumava camas, recolhia bandejas de café da manhã, levava recados, verificava os banheiros e, especialmente, servia de intérprete para os muitos brasileiros que também trabalhavam lá. Gente muito humilde que, por incrível que pareça, não sabia falar nem "good morning". Isso me fez popular entre todos eles.
Meu visto me permitia trabalhar apenas nos finais de semana. Nos outros dias eu estudava inglês no Limerick Language Centre. Uma experiência fantástica. Na minha turma tinha gente do Sudão, da China, da Sibéria, da Rússia, da Áustria, da Alemanha, da Espanha e eu, do Brasil. Também conheci dois iraquianos e uma japonesa. Todos convivendo "in perfect harmony", sem preconceitos raciais, religiosos, sociais ou de qualquer espécie. Ali todos tinham espaço para ser o que eram e mostrar aos demais o melhor - I mean, o mais interessante - de suas culturas. Talvez seja este o "segredo" - e não uma boa pontuação na pesquisa da revista inglesa - que faz da Irlanda o paraíso na Terra.
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