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Textos_Religiosos-->A Assunção de Maria de Nazaré -- 23/08/2007 - 09:35 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Homilia de Bento XVI na solenidade da Assunção

CASTEL GANDOLFO, quinta-feira, 16 de agosto de 2007

ZENIT.org

Publicamos a homilia que Bento XVI pronunciou no dia 15 de agosto, solenidade da Assunção da Virgem Maria, ao celebrar a Missa na paróquia São Tomás de Villanueva, em Castel Gandolfo.


Queridos irmãos e irmãs:

Em sua grande obra «A cidade de Deus», Santo Agostinho diz em uma ocasião que toda a história humana, a história do mundo, é uma luta entre dois amores: o amor de Deus até a perda de si mesmo, até a entrega de si mesmo, e o amor de si mesmo até o desprezo de Deus, até o ódio dos demais. Esta mesma interpretação da história, como luta entre dois amores, entre o amor e o egoísmo, aparece também na leitura tomada do Apocalipse, que acabamos de escutar. Aqui, esses dois amores aparecem em duas grandes figuras. Antes de tudo, está o dragão vermelho, fortíssimo, com uma manifestação impressionante e inquietante de poder sem graça, sem amor, do egoísmo absoluto, do terror, da violência.

No momento no qual São João escreveu o Apocalipse, para ele este dragão se materializava no poder dos imperadores romanos anticristãos, desde Nero até Domiciano. Esse poder parecia ilimitado; o poder militar, político, propagandista do império romano era tal, que ante ele a Igreja dava a impressão de ser uma mulher indefesa, sem possibilidade de sobrevivência, e muito menos de vencer. Quem podia opor-se a este poder onipresente, que parecia capaz de tudo? E, contudo, sabemos que no final venceu a mulher indefesa, não venceu o egoísmo nem o ódio; venceu o amor de Deus e o império romano se abriu à fé cristã.

As palavras da Sagrada Escritura transcendem sempre o momento histórico. Deste modo, este dragão não só faz referência ao poder anticristão dos perseguidores da Igreja daquele tempo, mas às ditaduras materialistas anticristãs de todos os períodos. Vemos como se materializa novamente este poder, esta força do dragão vermelho, nas grandes ditaduras do século passado: a ditadura do nazismo e a ditadura de Stalin tinham todo o poder, penetravam todos os cantos. Parecia impossível que, no longo prazo, a fé pudesse sobreviver ante este dragão tão forte, que queria devorar o Deus feito criança e a mulher, a Igreja. Mas, na realidade, também neste caso, no final o amor foi mais forte que o ódio.

Também hoje existe o dragão, de maneiras novas, diferentes. Existe na forma das ideologias materialistas que nos dizem: é absurdo pensar em Deus; é absurdo cumprir os mandamentos de Deus; é algo do passado. O único que vale a pena é viver a vida. Tirar desse breve momento da vida tudo o que pode se viver. Só vale o consumo, o egoísmo, a diversão. Esta é a vida. É assim que temos de viver. E novamente parece absurdo, impossível, opor-se a esta mentalidade dominante, com toda sua força mediática, propagandística. Hoje parece impossível continuar pensando em um Deus que criou o homem e que se fez criança e que seria o autêntico dominador do mundo. Também agora esse dragão parece invencível, mas também agora continua sendo verdade que Deus é mais forte que o dragão, que quem vence é o amor e não o egoísmo.

Após considerar as diferentes configurações históricas do dragão, vejamos agora a outra imagem: a mulher vestida de sol com a lua sob seus pés, rodeada de doze estrelas. Esta imagem também é multidimensional.

Um primeiro significado, sem dúvida, é a Virgem, Maria vestida de sol, ou seja, de Deus; Maria, que vive totalmente em Deus, rodeada e penetrada pela luz de Deus. Circunda de doze estrelas, ou seja, das doze tribos de Israel, de todo o Povo de Deus, de toda a comunhão dos santos e, a seus pés, a lua, imagem da morte e da mortalidade. Maria deixou a morte atrás; está totalmente vestida de vida, foi elevada em corpo e alma à glória de Deus e, desse modo, na glória, após ter superado a morte, nos diz: «Ânimo, no final vence o amor! Minha vida consistia em dizer: ‘Sou a serva de Deus’. Minha vida era entrega de mim mesma por Deus e pelo próximo. E esta vida de serviço agora chega à autêntica vida. Tende confiança, tende o valor de viver assim também vós, contra todas as ameaças do dragão». Este é o primeiro significado da mulher que Maria chegou a ser. A «mulher vestida de sol» é o grande sinal da vitória do amor, da vitória do bem, da vitória de Deus. Grande sinal de consolo.

Mas esta mulher que sofre, que tem de fugir, que dá à luz com um grito de dor, é também a Igreja, a Igreja peregrina de todos os tempos. Em todas as gerações tem de voltar a dar à luz Cristo, levá-lo com grande dor a este mundo que sofre. Em todos os tempos é perseguida, vive quase no deserto perseguida pelo dragão. Mas, em todos os tempos, a Igreja, o Povo de Deus, vive também da luz de Deus e é alimentada, como diz o Evangelho, por Deus, alimentada com o pão da santa Eucaristia. Deste modo, em toda tribulação, em todas as diferentes situações da Igreja através dos tempos, nas diferentes partes do mundo, vence sofrendo. E é a presença, a garantia do amor de Deus contra todas as ideologias do ódio e do egoísmo.

Também hoje vemos certamente que o dragão quer devorar o Deus feito criança. Não tenhais medo por este Deus aparentemente frágil. A luta já foi superada. Também hoje este Deus frágil é forte: é a verdadeira força. E deste modo, a festa da Assunção, é um convite a ter confiança em Deus e a imitar Maria no que ela mesma disse: «Sou a serva do Senhor, coloco-me à disposição do Senhor». Esta é a lição: seguir seu caminho, dar nossa vida e não tomar a vida. Precisamente deste modo nos colocamos no caminho do amor que significa perder-se, mas um perder-se que na realidade é o único caminho para encontrar-se verdadeiramente, para encontrar a autêntica vida.

Contemplemos Maria, elevada ao céu. Deixemo-nos alentar na fé e na festa da alegria: Deus vence. A fé, aparentemente frágil, é a verdadeira força do mundo. O amor é mais forte que o ódio. E digamos com Isabel: «Bendita és tu entre as mulheres». «Nós te imploramos com toda a Igreja: Santa Maria, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.»

[Tradução realizada por Zenit.
© Copyright 2007 - Libreria Editrice Vaticana]


***


Bento XVI: Maria, mãe e irmã em nossa existência

Palavras no Ângelus de 15 de agosto, solenidade da Assunção de Maria

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 16 de agosto de 2007

ZENIT.org

Publicamos a intervenção que Bento XVI pronunciou no dia 15 de agosto, solenidade da Assunção da Virgem Maria, desde o balcão do pátio interior da residência pontifícia de Castel Gandolfo, ao rezar a oração do Ângelus junto a milhares de peregrinos.


Queridos irmãos e irmãs:

Celebramos hoje a solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria. Trata-se de uma festa antiga, que em última instância se fundamenta na Sagrada Escritura: esta apresenta a Virgem Maria intimamente unida a seu Filho divino e sempre solidária com Ele. Mãe e Filho estão intimamente associados na luta contra o inimigo infernal até a plena vitória d’Ele.

Esta vitória se expressa, em particular, com a superação do pecado e da morte, ou seja, com a superação desses inimigos que São Paulo apresenta sempre unidos (cf. Romanos 5, 12. 15-21; 1 Coríntios 15, 21-26). Por isso, assim como a ressurreição gloriosa de Cristo foi o sinal definitivo dessa vitória, do mesmo modo a glorificação de Maria, inclusive com seu corpo virginal, constitui a confirmação final de sua plena solidariedade com o Filho, tanto na luta como na vitória.

O Servo de Deus Papa Pio XII se fez intérprete desse profundo significado teológico ao pronunciar, em 1º de novembro de 1950, a solene definição dogmática deste privilégio mariano.

Declarava: «Deste modo, a augustíssima Mãe de Deus, associada a Jesus Cristo de modo insondável desde toda a eternidade ‘com um único decreto’ de predestinação, imaculada na sua concepção, sempre virgem, na sua maternidade divina, generosa companheira do divino Redentor que obteve triunfo completo sobre o pecado e suas conseqüências, alcançou por fim, como suprema coroa dos seus privilégios, que fosse preservada da corrupção do sepulcro, e que, à semelhança do seu divino Filho, vencida a morte, fosse levada em corpo e alma ao céu, onde refulge como Rainha à direita do seu Filho, Rei imortal dos séculos» (Constituição apostólica «Munificentissimus Deus», n. 40).

Queridos irmãos e irmãs: após subir ao céu, Maria não se afastou de nós, mas continua ainda mais perto e sua luz se projeta sobre nossa vida e sobre a história de toda a humanidade. Atraídos pelo resplendor celestial da Mãe do Redentor, recorramos com confiança a quem desde o alto nos vê e nos protege. Todos nós precisamos de sua ajuda e seu consolo para enfrentar as provas e os desafios de cada dia; precisamos experimentá-la como mãe e irmã nas situações concretas de nossa existência. E, para poder compartilhar um dia também nós, para sempre, seu próprio destino, imitemos Nossa Senhora no seguimento de Cristo e no serviço generoso aos irmãos. É a única maneira de experimentar antecipadamente, já em nossa peregrinação terrena, a alegria e a paz que vive em plenitude quem chega à meta imortal do Paraíso.

[Tradução realizada por Zenit. © Copyright 2007 - Libreria Editrice Vaticana]



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