Gente cool diria: fui ao Free Jazz assistir um sueco chamado Jäfje tocar jazz eletrónico, tu vê só. O cara mora em Estocolmo, num vilarejo chamado Trollhätan e veio até o Brasil pela primeira vez, por isso tu não conhece. Ahn, o som dele é assim, meio influenciado pelo Massive Attack, Portishead, essas coisas.
Pozé. Entre Seans Lennons e Sonic Youths, esse deve ser o assunto das rodinhas da inteligentzia (ui!) da faculdade essa semana. Eu não fui ao Free Jazz, queria ter ido, não pra participar das rodinhas, prá ouvir música - pode isso?
O tal Jäfje - nome impronunciável para não-escandinavos - tem três discos gravados, mas no Brasil apenas o último, Poison, foi lançado. E, por sinal, é o primeiro em que Jay Jay (ele adotou o apelido quando começou a cantar em inglês) trabalhou com a ajuda de músicos. Os anteriores, Whiskey (97) e Tatoo (98) ele gravou sozinho, trabalhando com computadores.
Mas o fato é que ser indie é moleza hoje em dia. Nada de frequentar festas punks ou se melar de cola pra editar um fanzine. Um piercing (que, afinal, nem dói pra colocar), um pocket book do Gregory Corso, assistir filmes underground com o Edward Furlong no elenco, e, last but not least, defender o conceito de pop inteligente . É mais ou menos disso que você precisa prá ser aceito nas noites de autógrafos daquele aspirante a escritor, que todo mundo diz que é a melhor coisa que apareceu depois da invenção da roda.
Em todo caso, fico muito feliz pelo fato da Suécia não ser apenas lembrada como terra do Roxette, do Abba e do Ace of Base. Afinal, cada um tem o New Radicals que merece.
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