Nunca vi muita graça na vida
Vivo basicamente por obrigação,
Acordo todo dia, pela necessidade
Por não poder escolher o momento da partida
A vida passa, rente aos meu olhos
Sem muito assombro ou preocupação,
Sigo, dia após dia, esperando
Especulando sobre o momento da partida
Os problemas, desgostos
eram esperados e aguardados,
nada mais me assombra,
nada mais me conforta
Quando partir, onde partir, são pormenores
O importante é a ida,
A sensação da certeza concretizada
A vida secar, o descanso acontecer
Os olhos vivicados
O sorriso congelado,
Tudo agora fica para trás
Nada mais importa |