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Cordel-->A MISSA QUE NÃO TERMINOU -- 14/04/2020 - 22:20 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A MISSA QUE NÃO TERMINOU



 



Lembro-me, quando eu era criança,



Que se considera ingênua e inocente,



De algo horrendo que fiz por vingança



Contra um padre que me foi inclemente.



 



Eu o servia na missa diariamente



Com o pão e o vinho da esperança,



Que de mim tomava sofregamente



E ao povo distribuía com bonança.



 



Coroinha aos sete anos de idade,



Frente ao altar levantei-lhe a batina



Para saciar minha curiosidade,



Pois diziam que o padre era menina.



 



Levei um forte chute de botina



E na igreja o povo riu à vontade;



Mas no outro dia, na hora matutina,



Dei o troco e ninguém sentiu saudade.



 



Servi-lhe soda cáustica no vinho,



Só que antes ele comeu o pão



E tomou aquela taça sozinho,



Fez careta, mas tudo foi em vão.



 



No altar teve uma forte convulsão,



Tentou andar, mas errou o caminho



E, babando, caiu ali no chão



Com a sua túnica em desalinho.



 



Aproximou-se um samaritano,



Médico cristão que o examinou



E prognosticou um ato profano



De um falso Judas que o atraiçoou.



 



Numa ambulância o doutor levou



Para o hospital o sacerdote insano



E aquele povo devoto rezou



Pelo coroinha tão desumano.



 



Se Jesus morreu, todos morrerão



E, assim, faleceu aquele vigário,



Enquanto eu implorava perdão



Ao meu Senhor morto lá no calvário.



 



Da cruz, cristo apontou-me o rosário,



Pedindo-me que parasse a oração,



Enquanto me disse: – És um relicário



E os hipócritas não te julgarão.



 



Vinde a mim as crianças, proclamei,



Pois que de todos eu sou o salvador,



E também julgo o mundo com uma lei:



A misericórdia, em nome do amor.



 



Para os mortais todo fim é uma dor,



Mas se ocorre é porque antes aprovei,



Portanto não sejas um sofredor



Pelo ente querido que ao céu levei.



 



Tinha o padre um coração muito fraco



E a idade avançada foi uma agravante;



Não foi seu ato que lhe abriu o buraco



Fui eu que o abracei naquele instante.



 



No céu estará comigo doravante,



Tão feliz e rindo como um macaco



À espera do seu coroinha infante,



Que se recusava a puxar-lhe o saco.



 



BENEDITO GENEROSO DA COSTA 



 



 



 


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