Usina de Letras
Usina de Letras
58 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62245 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10450)

Cronicas (22538)

Discursos (3239)

Ensaios - (10372)

Erótico (13571)

Frases (50643)

Humor (20033)

Infantil (5441)

Infanto Juvenil (4770)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140812)

Redação (3308)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6199)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->A gasolina -- 13/08/2007 - 11:40 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A gasolina

Fernando Zocca

Quem confunde açougueiro com “ah, sou gay Ro!’ pode muito bem estar com a moringa cheia de cana, em surto psicótico, ou perdendo a audição.
Pois foi isso mesmo o que perceberam os presentes naquele 10 de janeiro quando no bar da tia Lucy Nada se encontravam encostados ao balcão Edgar D. Nal e Rosângela Fernanda, irmã ilustre de Luiza Fernanda a fodida.
D. Nal tinha uma forte impressão de que credores manipulavam indutores evocativos das suas internações psiquiátricas objetivando leva-lo novamente a clinica do doutor Brady K. Ardia.
Edbar incorporando mais uma talagada da dindinha afirmou:
- Vi uma bichinha vestida de branco, magérrima, passar por mim balançando aquela sua bundinha seca e, toda dengosa ao olhar para trás provocou-me piscando um olho; mostrou em seguida a cremalheira nova, com um sorriso falso.
Então Rosângela tentou persuadir:
- Ocê está muito parado D. Nal. Sua vida se resume em cama e bar; bar e cama. Isso pode te dar problemas. Por que você não namora?
Foi então que D. Nal respondeu:
- Ah, mas eu sou gay Ro! Não adianta mesmo. Nem que eles ponham um macaco a me fitar com jetatura quando saio de casa e uma gazela na porta do boteco, a me sorrir quando entro, mudarei de opinião. Pra mim não tem esse negócio de “o gasolina”. Comigo é “a gasolina”. E depois tem outra querida: veja a minha pele.
A vovó Bim Latem que chegara com sua Mercedes Benz importada parando-a defronte ao bar, desceu e arrumando as mechas da peruca usada para esconder a calvície que o peso dos setenta anos lhe impunha, fechou o bólido, ingressando no boteco mais famoso de Tupinambicas das Linhas.
A tia Lucy Nada viu a figura que entrava e todo o respeito que o enxurro dava ao caquético testudo aflorou também na fronte da comerciante de pinga. Lucy pigarreou como que chamando a atenção dos matutos ébrios arraigados ao balcão.
- Mas que prazer em receber a senhora, dona Bim Latem! Como vai a nossa chefa de gabinete do prefeito “mais melhor de bão” e “negueiro” desse nosso estado? – Perguntou a mulher interessada.
Bim Latem percebeu estar defronte a mais uma bajuladora quiçá interessada no tráfico de influência praticado por ela e os demais membros da seita maligna do pavão-muito-bem-louco, na prefeitura.
Latem desconversou pedindo:
- Quero meio quilo de mortadela sem muita gordura.
Edgar D. Nal e Rosângela Fernanda com a possibilidade oferecida pela embriagues daquele momento puderam notar que havia mais alguém no ambiente e que não era freqüentadora contumaz. Os bêbados se entreolharam aquietando-se.
Bim Latem quando fechara o carro percebera falha nos aparelhos contra a surdez atochados em ambos os ouvidos. E Depois de estar já ao lado daqueles paus-d’água, perguntou alegremente:
- Alguém falou em açougueiro?
Rosangela Fernanda e Edgar D. Nal, olhando um para o outro, embasbacaram. A loucura deles era compreensível, pois tinha como agente etiológico o alcoolismo, perfeitamente inteligível, mas as atitudes daquela velha senhora que mais lembrava a múmia egípcia do tempo de Radamés XXIV, isso só podia ser coisa mesmo da demência ou degeneração senil.
Para disfarçar a vovó Bim Latem disse ao pegar o embrulho com a mortadela:
- Açougueiro, lembra carne, faca, morte, vaca, cabrita, bezerro, bezerro de ouro...
Tia Lucy percebendo que a divagação da chefe de gabinete do caquético testudo causava dissonância no ambiente tentou emendar:
- Não liga não dona Bim! Essa gente não bate bem dos pino. Imagine só dizer que o nosso prefeito é ladrão! Isso não é coisa de gente normal.
Edgar D. Nal e Rosângela Fernanda puderam sentir os efeitos do constrangimento provocado por tia Lucy enquanto Bim Latem entrava na Mercedes aquecida pelo sol da manhã.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui