Maldito aquele que anunciar a vocês um evangelho diferente daquele que anunciamos, ainda que sejamos nós mesmos ou algum anjo do céu. Já dissemos antes e agora repetimos: Maldito seja quem anunciar um evangelho diferente daquele que vocês receberam. Por acaso é a aprovação dos homens que estou procurando ou é a aprovação de Deus? Ou estou procurando agradar aos homens? Se estivesse procurando agradar aos homens, eu já não seria servo de Cristo. (Carta aos Gálatas 1, 6-10)
Quando ouço a palavra "louco" lembro-me logo de outra: Espiritismo. Não tinha consciência da causa dessa associação até quando, numa luz reveladora, veio-me a razão do nexo. É que esse tipo de filosofia tem estreita relação com sanatórios e doenças mentais.
Como uma coisa puxa outra, falou em doença mental, lembra-se logo de cura. E nesse campo, meu amigo, é que pululam os espertos. Conheci um sujeito que diante do assombro que produzia nas pessoas, as luzes e passes mágicos que aplicava, achou por bem que deveria fundar uma espécie de centro, onde atenderia aos infelizes.
Os crentes foram chegando, conforme corriam as notícias sobre seus feitos. Houve um momento, no desenrolar desse episódio, em que foi necessário organizar racionalmente o atendimento. Por isso senhas e fichas eram distribuídas ao povo que aglomerava diante de sua porta aguardando as curas.
Ele não cobrava pelas consultas e nem pelos supostos benefícios que advinham aos seus pacientes, dos atos que praticava. Mas dizia que aceitava como reconhecimento por seus dotes, a doação de terrenos, apartamentos, casas, veículos e chácaras.
Receitava chás, e com prestidigitação induzia os doentes a crer em fenómenos que nada acrescentavam de útil na obtenção da desejada cura.
A mobilização das massas era frequente. Com bastante astúcia, os fatos económicos que surgiam em decorrência disso eram muito bem aproveitados por seguidores seus.
Racionalizava os engodos dizendo que as pessoas acreditavam e que a ilusão poderia ajudar no restabelecimento da saúde. Conhecia técnicas de marketing e as aplicava na divulgação dos seus dotes pessoais. Ele considerava que: "estava bom porque era ruim. Poderia ser melhor se fosse pior". Na verdade o ressentimento era o seu combustível. Não desejava nada de bom para ninguém. O que ele visava eram os dólares e o poder. Não era altruísmo, mas sim o extremo oposto, o egoísmo, o grande motor que lhe gerava as ações.
A suscetibilidade e o melindre da população inibem qualquer tentativa, das autoridades e entidades civis de proteção aos direitos, na consecução das medidas extremas de coibição dos crimes previstos no Artigo 284 do Código Penal Brasileiro. (Curandeirismo).
Por isso "médiuns" e toda sorte de superstições campeiam e crescem alimentados pelo temor e ignorància.
ESPIRITISMO E OPRESSÃO
Deus fará o que é justo: vai mandar tribulações para aqueles que os oprimem, e a vocês, que são agora oprimidos como também a nós, ele dará descanso, quando o Senhor Jesus se manifestar. Ele virá do céu com seus anjos poderosos, em meio a uma chama ardente . Virá para vingar-se daqueles que não conhecem a Deus e não obedecem ao Evangelho do Senhor Jesus. (2Ts 6-8).
Cabe à imprensa honesta divulgar a verdade. Cabe à imprensa honesta difundir as luzes opostas ao obscurantismo travador de todo e qualquer tipo de progresso espiritual e material das nações modernas.
A religiosidade Católica Apostólica é sã na medida em que atravessa os séculos. As filosofias que abrigam pessoas inescrupulosas, inconsequentes e maldosas terão dois destinos: ou domesticam seus adeptos para a solidariedade e altruísmo ou simplesmente naufragarão tal qual ao Titanic.
Lembra-se do Titanic?
Código Penal
Capítulo III
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA
CURANDEIRISMO
Art.284. Exercer o curandeirismo:
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substància;
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III - fazendo diagnósticos:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa.
Fernando Zocca é escritor, advogado e jornalista.
Breve: LADRÃO CADÊ MEU DINHEIRO?
