AFLIÇÃO SEM DESCANSO
Como é pesada a carga deste mundo,
Cega o ouro brilhante a retina;
Do escuro surge um monstro imundo
Para devorar a luz vespertina.
O amanhã misterioso descortina
No pesadelo de um furibundo
Que, ao acordar, a sorte desatina
Porque se vê já quase moribundo.
Como deixar de ser um prisioneiro,
Se o pensamento em si se aferra
No desejo de ser forte guerreiro!
Quanto é bela a paisagem da terra,
Mas fogo do céu cai sobre o canteiro
Na faixa verde, motivo de guerra.
BENEDITO GENEROSO DA COSTA
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS
|