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cronicas-->Nem acabou -- 01/01/2000 - 17:03 (Lustosa da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nem acabou
O mundo nem acabou! E eu, confesso, tive medo, traumatizado com o noticiário da tevê, para ironia dos filhos. Não tinha razão? Um dia isto não acaba? O pior é que termina só pra gente. Daí não ter sido tão ruim o dilúvio. Se todo o mundo vai pro beleléu, deve de doer menos. Assim, um novo dilúvio seria pior que a extinção individual, pessoal, única.
Fiquei mais velho
Passou 1999 e fiquei mais velho. ( e senti, ao contrário daquela música de antigamente ). O consolo foi que os outros também ficaram. À exceção dos que morreram. A impressão que restou mais uma vez é que, à medida que aumenta a idade, aumenta a velocidade do tempo. Mais rápido passa o ano. Demorado era na infància. Como tardavam as férias! Queríamos usar calçar compridas, falar grosso, fazer a barba, fumar o primeiro cigarro. E tudo custava um tempão. Hoje quando tudo isso nos aconteceu, queixamo-nos de que os anos andam cada vez mais céleres.
Bobagem muita
A maior tolice é dizer que, como os vinhos raros, quanto mais velhos, melhores. Leda e cega ilusão. Nada disso. É a maior ilusão. Os anos levam a alguns os cabelos. Os dentes. A outros, a vista. A todos, a agilidade, a saúde , a força para o amor. É a Morte que, geralmente ,chega a prestações. Pouco a pouco nos vai levando tudo. Até que vem recolher o que restou, o bagaço.
Receita
Para não envelhecer com o sentimento de perda, de alta , de frustração, a receita está em viver, em plenitude, cada estação da vida. Tudo dela procurar extrair, a seu tempo. Quem se amesquinha, se diminui, vive pela metade, envelhece, sentindo-se dilapidado, frustrado, roubado por si mesmo. Porque não soube ou não quis colher, a tempo, os frutos de cada época. De cada fase da vida.
Balanço
1999 passou. Foi muito bom . Nem queria que 2.000 fosse melhor. Bastava ser igual. Os doze meses passaram lotados de venturas e a Deus, por isso agradeço. ( À Providência Divina que me prodigaliza sempre muito mais do que mereço.)
A saúde andou bem. Quase sempre pois há muito, sabeis, saí da garantia . O fígado, honrada aduana, combateu o bom combate. Nasceu-me o primeiro neto, Arthur Henrique. Ganhei o Prêmio Ideal de Literatura com o "Rache o Procópio!". Virei imortal, eleito que fui para a Academia Brasiliense de Letras. Andei cercado de amigos. Outros, quase todos, mesmo não tão próximos, velaram por mim. Torceram por meus pálidos êxitos. Melhor dizendo, perdi um deles, Oswaldo Rangel Neto, tão aprazível, tão razoável, tão boa praça que Deus teve pressa de levá-lo para junto de Si.
Arthur Henrique
O neto é campeão de simpatia. Constitui uma festa para o coração vê-lo abrir-se num sorriso largo quando o recebo, à porta de casa. Acompanhar seu crescimento! Vê-lo ficar de pé, meio inseguro, cambaleante e trópego como os borrachos, mas sempre sorridente. Dar-me o primeiro adeus com a mão quando saio para trabalhar. Balançar a cabeça negativamente quando dizemos " não" a alguma tentativa de travessura. É um cidadão do amanhã, passageiro do próximo milênio, cujos primeiros passos me é dado ajudar, acompanhar, seguir, com carinho. E estar vivo para testemunhar este milagre do cotidiano é outra benção dos céus que devo agradecer.
O homem é o que lê
Certa feita, Marcelo Linhares foi tratar de assunto político relevante com o então Chefe da Casa Civil da Presidência, o todo poderoso Golbery do Couto e Silva. A conversa, às páginas tais, descambou para livros e o visitante mostrou interesse em conhecer a biblioteca do bruxo da ditadura. Negativo. Ele se recusou a franquear o conhecimento de seus livros: " Quem vê os livros de uma pessoa, conhece seus segredos ".
Cartas
Paulo Ayrton escreve, desejando-me farta correspondência em 2.000. Sabe ele que ambos gostamos muito de cartas. Sou dos que ficam, telefonando para a portaria do prédio sabendo se já chegou correspondência. É bom recebê-las. O prazer tátil de tocar o envelope, de abrí - lo e tomar conhecimento de seu conteúdo. Reconheço que hoje em dia chega muito lixo pelo correio graças a essas malas diretas dos cartões de crédito, das empresas onde compramos carro, pacote turístico, o diabo a quatro. É uma papelada inútil, igual àquela que somos compelidos a receber , no carro, quando paramos no sinal do trànsito. Mas carta pessoal, dirigida a nós, escrita por mão amiga, constitui um prêmio.
Comunicação
Minha necessidade de comunicação é pantagruélica. Confesso que também vivo no computador, esperando e.mails dos amigos espalhados pelo mundo afora. E,de vez em quando, tenho de catucá-los para que me dêem notícias.
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