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Artigos-->SOU VULGAR, MAS NÃO SOU MEDÍOCRE -- 28/03/2001 - 18:25 (denison souza borges) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


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Para os transeuntes que, por ventura, passeiam pelos floridos jardins deste sítio virtual, que acham minha forma de escrever vulgar, afirmo, repreensivelmente, que a forma de escrever, sim, pode ser vulgar, entretanto o autor não o é; sou um exímio e viajado homem de letras, além de coordenador cultural e professor de História da Arte.

Ainda vou mais longe na minha explanação afirmando que minha obra pode ser vulgar, mas não medíocre.

Medíocre é o artista que não atrái NINGUÉM à sua obra ou, pior, atrái outros MEDÍOCRES, o que não é o meu caso; entre os meus prezados apreciadores constam estudantes de jornalismo, médicos, advogados, juízes, doutores, professores, além de "rebeldes sem causa" e homossexuais. Basta perceber a presença de pessoas da área cultural na minha lista como Kilandra, Eduardo Henrique Reis, o outro Henrique, Jansem, Ze Pedro e muitos outros. Vulgar, sim, é minha obra; Mozart e suas canções também o eram; os libretos compostos por Da Ponti, algumas expressões em inglês arcaico nas peças Shakespearianas também o eram; e Buñuel, Rubem Fonseca, Picasso e tantos outros foram vulgares, sem serem medíocres.





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A racionalização moralista vê sempre o orgiástico como trágico e o erótico numa conotação estética, lúdica, ambas informando uma ética do ócio contra a moral do trabalho.

Os moralistas do Usina nunca vão deixar de odiar tudo que cheire à Ética do ócio, cujo maior representante sou eu neste lugar. Não vão mudar porque a vitalidade do comportamento virtual nos assegurou válvulas a um só tempo democráticas, mas também individualistas; libertárias, mas também elitistas. Por esta razão, vejo que a Internet não possui nenhuma ligação com a Globalização ou a Democratização Mundial tão sonhada.





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Quer em relação consigo mesmo, com a sua existência como poder-ser, quer em relação ao mundo, onde já se encontra em comércio com as coisas, o verdadeiro leitor deveria buscar em meus escritos, não a crítica mordaz da forma ou da abordagem, mas o que, por trás, está realmente sendo retratado.





Sou vulgar, mas não sou medíocre, repito. Mas a sedução não é um privilégio das obras de baixo calão; desde Platão, os filósofos seduzem pela acuidade, no mínimo retoricamente armada, com que rebatem e abatem nossas certezas triviais. Mas minha abordagem é autenticada pelo nobre conteúdo de que trata toda minha criação.

Percorrendo uma só e ambígua trajetória entre a Filosofia da qual parti e a Ética do ócio à qual cheguei, vejo, deste modo, que a temporalidade, que ultima a analítica, e em que a Ontologia Fundamental se alicerça, guarda as marcas do acesso polêmico à questão do ser - centro temático da Filosofia Moderna à qual tento destrinchar de forma simples, comum, vulgar, mas não medíocre, como disse antes.







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Concluindo, o melhor retrato do artista é o que ele escreve e não COMO escreve - como se o corpo fosse retratado melhor com o pincel, mas a alma com uma pena . A forma vulgar tenta "alcançar" o Homem pelo que ele tem de básico e comum à todos os outros - como as fezes, por exemplo - para alertá-lo de algo mais transcendental ou invisível ao quotidiano. Mas o que enobrece a obra desses Grandes Homens Vulgares é o estilo e o conteúdo. A diferença é o estilo. O estilo é que faz a nobre diferença entre uma alma e outra. Eu conheci animais que tinham mais estilo do que certos homens.

Mas esta evasiva entre enunciação e concepção é o registro contínuo, penetrante, do movimento paradoxal da escrita literária que produz a interpenetração de opostos: o verdadeiro desponta do Imaginário, o mais subjetivo impõem-se objetivamente, a experiência do homem que escreve elimina-se na arte que ele vomita encima dos outros.





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