Era macio e delicado. Parecia uma pétala, mas não sei o que era. Encostando-se na pele, o toque era relaxante. Levava a sonhos quase impossíveis, desligava o corpo de qualquer amarra.
Transmitia a sensação de maciez flutuante.
Disseram-me que era veludo, mas sei que não era.
Continuo acreditando que era algo desconhecido, completamente inovador, que poderia levar quem o tocasse a sensações inimagináveis.
Acho que foi por acreditar assim que o roubei (coisa que nunca havia feito),
e o escondi de todas as maneiras, pois não queria dividi-lo com ninguém.
Usufrui do contato constante e das sensações que me trazia durante muito tempo.
Até que um dia, por mais que o procurasse não o encontrei. Não sei definir se o deixei em algum lugar, se caiu quando o segurava e adormeci, ou se alguém o descobriu e sentiu o mesmo ímpeto que senti quando o tomei para mim.
O que sei é que até hoje me lembro daquela sensação e a procuro incansavelmente por onde quer que eu vá.
Um dia o encontrarei novamente pois acredito que é impossível não reaver a plenitude depois de tê-la experimentado.