Muitos anos depois das escaramuças de Eva no paraíso, quando por sua culpa Adão comeu a fruta proibida e os homens foram condenados ao fogo do inferno, e a ganhar seu sustento com o suor do próprio rosto, a vida transcorria monótona para Noé e sua família: a mulher, três filhos e as três noras.
Homem, justo, sensível, temente a Deus, que vivia para família. De casa para o trabalho. Do trabalho para casa. Se bem que trabalho e casa eram praticamente a continuação um do outro, visto que o único trabalho era o pastoreio; a agricultura ainda não era explorada comercial e marginalmente com desmatamento desenfreado para plantação de soja, maconha, ópio, cocaína, pasto para gado.
Sem as modernidades atuais, o único passatempo de Noé era trabalhar e com seus seiscentos anos, de vez em quando dar uma trepada na coitada da mulher, que numa idade muito avançada também, já não agüentava mais os assédios sexuais de Noé, a quem poderíamos chamar velho tarado. Olhe, numa época sem Viagra, e o sujeito, com seiscentos anos, ainda encarava uma velha. É mole? Um tesão deste faz inveja até ao anão da Débora Soft. Pra quem não conhece, Débora Soft era uma “stripper” aqui do Ceará que se elegeu vereadora e deixou o ramo.
Como dizíamos, a monotonia tomava conta das entranhas dos demais habitantes daquela região onde hoje se encontra a Turquia, perto do Monte Ararat, mesmo tendo a evolução humana, em número de habitantes, crescido bastante. Não se via mais só um casal: Adão e Eva, mas muita gente: homens e mulheres aos milhares.
Os filhos de Deus, vendo aquela legião de belas filhas dos homens, começaram a desposá-las. O termo filhos de Deus e filhas dos homens está sendo usado como na Bíblia; que se refere aos homens como filhos de Deus, e às mulheres como filhas dos homens. No mínimo, se quem escreveu a Bíblia gostasse mesmo de mulheres, deveria chamá-las semi-deusas. Acho que os escritores bíblicos pertenciam à família daqueles padres de Boston que transavam à força com garotos e como prêmio de consolação, João Paulo II transferiu o bispo da cidade para Roma, mas não vamos entrar neste assunto, mesmo porque parece que Deus tem raiva de mulher porque não tinha mãe. Mas voltando ao nosso tema, Deus num ato de imenso ciúme, e a baitolagem começou aí, disse: “Meu espírito não permanecerá para sempre no homem, porque todo ele é carne, e a duração de sua vida será só de cento e vinte anos.”
Antes de continuar nossas perquirições, façamos um pequeno aparte, e tracemos comentário sobre a personalidade divina: violenta, rancorosa, acima de tudo doentia e passional. Somente porque Adão e Eva comeram o fruto proibido, foram condenados ao pecado e com isso a queimar eternamente no fogo do inferno. Ora, a justiça humana é muito mais justa. Veja o seguinte, se uma pessoa, por exemplo, mata outra aqui no Brasil a pena poderá chegar a trinta anos no máximo. No paraíso, se o cara come uma maçã, uma maçã, não é uma moça, vai para o fogo por toda eternidade, e como se não bastasse a pena é extensivo a todos seus descendentes. Imagine se a comida fosse mesmo uma moça. Maldade ou não? Pura. Vingança. Injustiça. Rancor.
Por outro lado, Deus é ciumento, pois como diria Haroldão, o hétero, não admitia concorrência das rachadas. Quando viu que os homens estavam desposando as mulheres resolveu acabar com a Terra, mandando o dilúvio.
Ora, só por isso Ele mandou o dilúvio. Se visse a baitolagem de hoje campeando solta no mundo; as lésbicas atacando por todos os lados; os simpatizantes apoiando, e nem por isso o mundo tem outro dilúvio. Claro, aqui no Brasil tem mensalão, Renan Calheiros, valerioduto, propinoduto, sanguessugas, Lula; Nos Estados Unidos guerra do Iraque, Busch; na Ásia Bin Laden, tsunami, coisas menores que o dilúvio. Portanto, os critérios divinos são incompreensíveis. Mas aqui nos interessa a arca de Noé, portanto, vamos adiante.
Vendo aquilo, ou seja, o amor entre homens e mulheres - imagina se Ele fosse ao Festival de Jazzz e Blues em Guaramiranga, e visse macho chupando a língua de outro; mulher a de mulher; a putaria correndo solta, Deus entendeu ser coisa maléfica, como os padres entendem também, e como dito resolveu exterminar todos seres vivos da face da terra, isto é, além dos homens, os demais animais que não tinham nada a ver com a putaria, mas também receberam o castigo. Se é que se pode chamar putaria um homem namorar uma mulher. Mesmo se fosse num cabaré ainda seria normal.
Mas, arrependendo-Se, vira em Noé um homem justo. Voltou atrás e resolveu dar uma chance à humanidade, por causa e através de Noé, que mesmo assim levou sua porrada. Explicando:.Noé era o único ser humano justo naquela barafunda toda, de acordo com os critérios divinos. Segundo os termos bíblicos, está bem claro, a raiva divina culminou com a decisão de exterminar todos os seres vivos sobre a terra, e devido ao fato dos filhos de Deus estarem desposando as filhas dos homens. Assim sendo, Noé e seus filhos eram os filhos de Deus, casados com as filhas dos homens, mas Deus não condenava estes casamento – Noé e seus descendentes. Porque então raiva tão intensa e insana contra restante dos homens, os demais animais e aparentemente menor contra Noé? Aparentemente menor porque os demais homens foram extintos e Noé castigado impiedosamente, mesmo sendo justo. É o próprio Deus quem afirma a justeza de Noé, através da Bíblia, mas mesmo assim ainda foi obrigado a construir a tal arca.
Ora, sendo Deus justo e bom, primeiro: não deveria castigar Noé. Segundo: se fosse exterminar os homens e dar uma chance a Noé, por que Ele mesmo não fez a arca e colocou o que tinha que ser colocado dentro? Terceiro: que porra os animais tinham a ver com os problemas da humanidade, se não contribuíram para eles? Porque penalizá-los? Veja quanta injustiça.
Entretanto, Deus, num momento de infinito amor, decidiu poupar o homem e o restante da natureza, e com Noé fez uma aliança. Noé e sua família fariam uma arca de duzentos metros de comprimento, por trinta e três metros de largura, por vinte metros de altura, com uma abertura de sessenta centímetros, toda de madeira resinosa, que deveria ser besuntada por dentro e por fora. Não sei como pôde passa um elefante, por exemplo, em tão pequena abertura. Mas deixa pra lá. Vamos em frente.
Feita a arca, dentro dela seriam colocados, além de Noé e seus parentes, um casal de cada ser vivo existente sobre a terra: ave, réptil, quadrúpede. Essa mesma ordem, no entanto, posteriormente, foi modificada, ao invés disso ficou, então, estabelecido que seriam sete casais de cada ser puro e dois casais de cada ser impuro.
A classificação de puros e impuros ficaria por conta de Noé. Acredita-se que foi assim, porque naquela época não havia nem lápis nem papel, e se Deus fosse dizer quais eram os seres puros e os impuros, Noé não teria condições de decorar tantos nomes. Por outro lado, como Noé faria a distinção entre um e outro, se não tinha conhecimento sobre o assunto? O negócio seria no chute mesmo.
Mas voltando às dimensões da arca, todas devidamente retiradas da Bíblia sagrada, apenas transformadas para o sistema métrico decimal atual, começamos a estabelecer algumas conjecturas, se possível ou não sua confecção. Afora a perquirição da possibilidade de se atender as demais determinações, com relação aos animais a serem colocados dentro, à alimentação, ao tratamento por quarenta dias e quarenta noites, que serão vistas no decorrer da análise.
Por isso, passemos em primeiro lugar à arca propriamente dita. De acordo com as medidas estabelecidas, para se construir a tal arca de duzentos metros de comprimento, considerando que fossem usadas toras de madeira de quarenta metros cada uma, com diâmetro de um metro, seriam necessárias mais ou menos umas mil toras de madeira. Número estimado, superficialmente, apenas para efeito de raciocínio, e calculado por suposição, sem nenhum detalhe técnico ou equação matemática mais aprofundada, soma, multiplicação e divisão.
Se considerarmos que um homem de estatura mediana, ou seja, de um metro e setenta e cinco a um metro e oitenta pesa aproximadamente oitenta quilos, uma tora de madeira de quarenta metros deve pesar em torno de mil e quinhentos quilos, mais ou menos. Arredondado para efeito de cálculo.
Feito isso, começam as indagações. Como poderiam oito velhos, digo oito velhos porque Noé tinha seiscentos anos quando tudo aconteceu. Se ele tinha seiscentos anos, provavelmente a velha dele beirava isso; os filhos, considerando que foram concebidos quando o casal tinha uns cem anos, já estavam com mais de quatrocentos anos; a idade das esposas também estaria próxima disso. Derrubar, serrar, transportar e empilhar tão grandes toras de madeiras, quando não havia meio de transporte, ferramenta, empilhadeira, guindaste seria possível?
Os mais crentes poderão até questionar o problema das pirâmides, mas não esqueçam que para construção delas havia muito mais homens trabalhando. Aqui não. São somente oito, ou melhor, quatro homens e quatro mulheres e a força de um homem é bem superior a de uma mulher.
Mas supondo que este primeiro problema tenha sido superado. Pra Deus tudo é possível, dirão os fanáticos religiosos. Só não se sabe porque Ele mesmo não fez a tal arca, ou evitou sua fabricação não mandando o dilúvio, ou mesmo exterminando os homens e os animais de uma maneira mais fácil, para evitar problemas a quem não tinha nada a ver com o assunto. Mas minimize esse problema também, embora do conceito de arquitetura e de engenharia Deus não entendem porra nenhuma. Se fosse projetar e construir Brasília o caos seria ainda pior.
Superado o problema da madeira, tem-se outro bem maior. Depois de empilhada umas sobre as outras, mandou que fosse untada por dentro e por fora com betume. Betume segundo Aurélio é: “mistura líquida, sólida ou semi-sólida de hidrocarbonetos, solúvel em solventes orgânicos, natural ou obtida em processo de destilação: pez mineral.” Hoje mesmo muita gente ainda não sabe nem o que é isso, imagine quando ocorreu o dilúvio. Entretanto, em outra parte de seu dicionário Aurélio diz que pez é piche, alcatrão. Naquele tempo como seria possível se encontrar ou se fazer tal produto?
Mas resolvida essa quimera, surgem outras. A arca é na realidade um caixão de três andares, sem ao menos ter a linha d’água, ou seja, a parte do casco que fica submersa, calculada de acordo as especificações do navio para que ele não afunde. Falta-lhe ainda um leme, ou timão, como queiram, que servisse para direcionar a coisa. Sem ele ficava ao sabor dos ventos, das ondas, dos repuxos das águas, isto é, sem qualquer direção. Além da falta de tais componentes, e aqui se falou do mínimo, pois um barco por menor que seja é bem diferente disto que estamos descrevendo. E este ainda tinha três andares, com uma pequena abertura de cinqüenta a sessenta centímetros, pesando, se os cálculos apresentados aqui fosse corretos, aproximadamente mil e quinhentas toneladas. Mil e quinhentas toneladas, não confundir com mil e quinhentos quilos.
Essa barcaça, ou melhor, carcaça ainda estava repleta de animais. Animais pesados e animais leves. Animais ferozes e animais mansos. Animais carnívoros e animais herbívoros. Animais inofensivos e animais peçonhentos. Enfim tudo que havia sobre a terra: répteis, quadrúpedes e aves, assim mesmo como na Bíblia, e cuja base alimentar de cada um é bem diferente. Mesmo os herbívoros não comiam as mesmas ervas. Carnívoros comiam coisas diferentes. Enquanto uns gostavam de javali, por exemplo, outros de zebra, gnus, gazela, ou seja, a variedade de comida para os animais tinha de ser diversa. E vai por aí. Como seria possível se conciliar tantas divergências?
Agora imagine como seria possível também se juntar cobra com qualquer animal. Leões com gazelas. Leopardos com hienas. Cachorro com gato. Veado com tigre. Gibão com urso. Lobo com urso, com rena.
Se o leitor prestou atenção, viu que não se falou dos insetos, afora as pulgas e os piolhos, aquelas, se os cachorros foram, iriam juntas, e esses com a família de Noé e em quantidade bem superior à pedida. Mas estamos falando de mosca, mosquito, aranha, lagarta, barata, abelha, borboleta, formiga, cupim, mariposa, vaga-lume, muriçoca, inseto da dengue, mosca tse-tsé, ou mosca do sono encontrada só na África, abelhas africanas.
E seria possível se colocar um exame de abelhas africanas dentro da arca e impedi-las de atacar o restante dos animais? Bastaria somente Noé chegar para a rainha e dizer: “Não perturbe os animais aqui dentro, pois se forem perturbado não poderão se socorrer. Se saírem da arca cairão na água e morrerão afogados.” A rainha acatou a decisão, chamou suas súditas, deu o recado, e elas obedeceram. Fantástico. A mesma instrução, passou às formigas e foi obedecido!
Tem mais e ainda pior. A ciência estima que haja sobre a Terra cerca de dez milhões de espécies vivas, podendo, também de acordo com cientistas essa soma chegar a cem milhões. Mesmo com uma divergência monstruosa dessas, eles estão de acordo num ponto: a ciência somente conhece cerca de um milhão e oitocentas mil espécies. Assim mesmo, trabalhando-se com esse último número, é uma coisa fabulosa. Um milhão e oitocentas mil espécies de animais, que multiplicadas por dois, pois deveriam ir aos casais, e olhe que não se considerou a segunda hipótese bíblica de se colocar animais puros e impuros na arca, teríamos três milhões e seiscentos mil animais.
Quanto ao peso destes animais não se tem a mínima idéia. Mas vamos chutar só para desenvolver um raciocínio, que na média esses animais pesassem um quilo. Então teríamos três mil e seiscentas toneladas, que somadas as mil e quinhentas da Arca, daria um total de cinco mil e cem toneladas. Para se ter uma idéia, um navio moderno de duzentos e vinte metros, pesa em torno de cinqüenta e três toneladas. Esse tinha cinco mil e cem.
Com esse peso, será que a arca afundaria? Claro que sim. Mas o mais importante nem é isso. É se pegar os animais. Como poderiam se pegar tais animais. Considere o tamanho, a ferocidade, a peçonha, a velocidade, a distância que se encontravam de Noé. Uns na África. Outros nas Américas. Uns na Europa e Ásia. Outros na Oceania. Dá pra fazer?
Vai lá, peça ajuda a Deus e tente! Não dizem que quem tem fé move montanhas.
Com tudo isso, ainda tem mais um outro agravante: com se pegar, por exemplo, um condor escondido nas montanhas geladas dos Andes. Seria possível? E como colocar, por uma abertura de sessenta centímetros, um elefante? Imaginou? Viu? Deu?
Ah! Quase foi esquecido que a arca foi besuntada, portanto, estava hermeticamente fechada. Ali, os animais faziam suas necessidades. A catinga de merda deveria ser insuportável. Os gases emanados das evacuações, dentro daquele ambiente fechado, poderiam causar sua explosão. Mas tirando esse pormenor, vamos considerar que ficaram presos ali. Os raios e os relâmpagos da tempestade, mesmo se atingisse longe da arca, fatalmente a incendiaria.
Afora tudo isso, ainda nem foi falado do problema da água para os animais beberem, que Deus esqueceu. Local para colocar não havia. Uns pensarão. Ora, se estava chovendo seria fácil aparar água da chuva. Sim. Mas a quantidade necessária seria enorme, e a portinhola teria que ficar aberta por tanto tempo que acabaria inundando a arca, ajudando-a a afundar mais rápido ainda. Sem contar que não havia local para armazená-la com já frisado.
Contudo, para não mais aprofundar o tema, abaixo vai transcrita a passagem bíblica sobre o assunto.
A Bíblia diz no Gênesis 5.6: “ O Senhor viu que a maldade dos homens era grande na terra, e que todos os pensamentos do seu coração estavam continuamente voltados para o mal. 6. O Senhor arrependeu-se de ter criado o homem na terra, e teve o coração ferido de íntima dor. 7 E disse: “Exterminarei da superfície da terra o homem que criei, e com ele os animais, os répteis e as aves dos céus, porque eu me arrependo de os haver criado.” 8. Noé, entretanto, encontro graça aos olhos do Senhor. 14. Faze para ti uma arca de madeira resinosa: dividi-la-ás em compartimentos e a untará de betume por dentro e por fora. 15 E eis como a farás: seu comprimento será de trezentos côvados, sua largura de cinqüenta côvados, e sua altura de trinta. 16 Farás no cimo da raça uma abertura com a dimensão dum côvado. Porás a porta da arca a um lado, e construirás três andares de compartimentos. 17 Eis que vou fazer cair o dilúvio sobre a terra, uma inundação que exterminará todo o ser que tenha sopro de vida debaixo do céu. Tudo que está sobre a terra morrerá. 18 Mas farei aliança contigo: entrarás na arca com teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos. 19 De tudo o que vive, de cada espécie de animais, farás entrar na arca dois, macho e fêmea, para que vivam contigo. 20 De cada espécie de aves, e de cada espécie de quadrúpedes, e de cada espécie de animais que se arrastam sobre a terra, entrará um casal contigo, para que lhes possas conservar a vida. 21 Tomarás também contigo de todas as coisas para comer, e armazená-la-ás para que te sirvam de alimento, a ti e aos animais”.
Diante de tudo isso, só há uma conclusão se foi verdade. Devemos tudo a Noé. Nossa vida foi ele quem nos deu. Na bíblia, os católicos, os crentes, de uma maneira geral, fazem apologias a Salomão, a Davi, a Jesus. E Noé faz parte de um time de segundo ou terceiro escalão, quando na verdade é o mais importante.
Salomão pelo que se sabe viveu uma vida de fausto, com setecentas mulheres, considerado um grande sábio. Nisso estamos de acordo. Viver com setecentas mulheres sem problemas é muita sabedoria mesmo. Comer muita gente, foi sua única participação digna de menção bíblica, pois não fez mais nada. Ah! Teve o caso da mulher que queria ficar com o filho da outra e como ninguém sabia quem era realmente a mãe, ele mandou matar o menino. A mãe verdadeira, desesperada, não quis ver o filho morto, renunciou à maternidade em favor da mãe adotiva. E o caso foi solucionado.
Davi matou Golias. Numa jogada de sorte. Senão, com uma estratégia bem feita é até relativamente fácil se matar alguém. Veja os trezentos de Esparta, um pequeno exército do rei Leônidas que desafiou o exército persa, e lutou bravamente até o último homem, vencido somente pela traição de um conterrâneo.
Jesus dizem que multiplicou os pães. David Cooperfield faz isso na maior. Faz até sumir navio. Quanto a morrer na cruz, Joana D”Arc, que nem filha de Deus era, considerando a Bíblia, era filha dos homens, portanto, uma pessoa normal com menor capacidade de agüentar sofrimentos, passou seis meses sendo estuprada todos os dias por homens do exército francês. Depois foi queimada viva numa fogueira. Qual dos dois sofreu mais? E isso é verídico, enquanto Jesus não se sabe nem se existiu realmente.
Aqui vale até aquela máxima: “Quem mata um é assassino. Quem mata mil é herói.” Joana D’Arc sofreu muito mais e nem é essas heroínas toda.
Portanto, disso tudo só há uma conclusão: se a Bíblia é o livro dos livros, a palavra de Deus que não pode ser emendada, por não conter mentiras ou erros, Noé foi o maior homem do mundo, primeiro SUPER-HOMEM DA HISTÓRIA. Seus feitos são superiores aos de Bat-Man, de Super-Homem, de Homem-Aranha.
Mas, dirão os crentes a palavra de Deus é uma metáfora e não pode ser interpretada literalmente. Aí outro erro crasso e bem maior. Se é para ser interpretada pode haver interpretação falsa, errônea, dar margens à dúvidas, a aproveitadores, quem interpreta pode ter outras intenções e por aí vai. Assim tudo deveria ser direto, claro, explícito. Como diz Anatole France: “O estilo tem três virtudes: clareza, clareza, clareza. “ Todas faltam a Deus.
Outros dirão que o Antigo Testamento, em que consta o Gênesis, não tem mais validade e o que está escrito ali não tem mais serventia. Ora, será que Deus tem mais de uma palavra para a mesma coisa? Parece político do PT quando faz discurso antes de eleição. Uma coisa dita para ganhar eleição, não tem o mesmo significado semântico depois da eleição ganha.
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
SETEMBRO/2007
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