DESABAFO
Poeta Andarilho
Querem acabar de vez
Com minha reputação
Por causa de delação
Que ficou só no “Talvez”.
Eu vou dizer pra vocês
Que nunca vi coisa igual
Esse terror infernal
No campo do absurdo
EU PRESTEI CONTA DE TUDO
NA JUSTIÇA ELEITORAL.
Que procurem na Suíça
Ou mesmo no Paraguai
Eu digo até em Xangai
Pois não existe premissa.
A imprensa é quem atiça
Pra fazer o vendaval
É muita gente do mal
Querendo me deixar mudo
EU PRESTEI CONTA DE TUDO
NA JUSTIÇA ELEITORAL.
Quando tem uma audiência
Vou com a língua afiada
“EU NÃO VI, NÃO SEI DE NADA”
“ISSO É VERDADE – EXCELÊNCIA”
Só com muita paciência
Vou fazer prova cabal
(não confundir com Cabral)
Pra não tirar meu escudo
EU PRESTEI CONTA DE TUDO
NA JUSTIÇA ELEITORAL.
Essa estória de empreiteira
Eu não quero nem ouvir
Só pra fazer boi dormir
Na sombra da gameleira.
Não aguento mais besteira
Que vem por todo canal
Já pensei em Portugal
Onde serei um sortudo
EU PRESTEI CONTA DE TUDO
NA JUSTIÇA ELEITORAL.
No Brasil, qualquer assunto
Vai terminar em propina
E logo alguém incrimina
Seja vivente ou defunto.
Conspiração em conjunto
Com baixo golpe moral
Falando de CAPITAL
Nesse tom mais que agudo
EU PRESTEI CONTA DE TUDO
NA JUSTIÇA ELEITORAL.
Pra encerrar a novela
Vou falar com sensatez
Caixa dois ou caixa três
Não passa duma balela.
Enquanto como costela
Mal passada e sem sal
As elites “no curral”
Têm um cardápio carnudo
EU PRESTEI CONTA DE TUDO
NA JUSTIÇA ELEITORAL.
Quem não se faz convencido
Que consulte o Instituto
Uma entidade de vulto
Com respeito merecido.
Um juiz tem insistido
Que quer ver meu cabedal
Diz que tudo é ilegal
Como diz qualquer bicudo
EU PRESTEI CONTA DE TUDO
NA JUSTIÇA ELEITORAL.
Aumentando a confusão
Inventaram a “Carne Fraca”
Pesando que nem uma jaca
Por causa do papelão.
CARNE VERSUS PETROLÃO
É o que diz a Federal
Mas na lista principal
Tem imberbe e tem barbudo
EU PRESTEI CONTA DE TUDO
NA JUSTIÇA ELEITORAL.
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