Eu choro. Lágrimas amargas de tristeza
Gotas de desespero
Quanto mais triste, menos da vida eu espero.
Que foi que eu fiz da minha vida?
Triste sina de viver assim.
Sinto-me rasgada por dentro
Minha vida for levada pelo vento.
Um vento maldito que por mim passou
E nada de bom restou.
Nessa angústia que me encontro
Não vejo nenhuma solução.
Só vejo dor, sofrimento e pranto.
Numa vida sem sentindo...
Onde já não há mais esperança....
Pois mataram meu coração.
Que foi que eu fiz da vida... Lixo?
Por ter me sujeitado a todos os caprichos...
Vontades e desejos egoístas
Das pessoas que por minha vida passaram...
Mas quis eu, ser íntegra,
Quis eu não precisar fingir, nem mentir.
E acabei por viver mentindo a mim mesmo...
Eu parei de viver... E ainda assim continuo, sofrida,
Caminhando sem saber o destino, mas fingindo que sei aonde ir.
Minha alma arde em febre,
Sinto-me doente e enfraquecida, sozinha numa ilha,
Pela tristeza de uma mulher, destruída por uma menina,
Que em seus braços acolheu como filha.
Meu coração sangrando em vão
Na esperança de que um dia essa dor ceda lugar
A uma calma e refrescante brisa do mar
Onde ninguém, nunca, me irá encontrar.
Se eu não tivesse feito o que fiz...
O que poderia eu ter sido? Feliz talvez... Quem sabe?
Mas investi numa viagem infeliz
Sem ao menos comprar o bilhete de retorno.
Ou infeliz por achar que poderia ter ao menos tentado
Mudar algo que me estava impedindo de viver
Limitando-me... Impossibilitando-me de crescer...
Mas o que foi que eu fiz da vida?
O que foi que fizeram da minha vida?
O que permiti que fizessem aos meus filhos?
Terá sido pra isso que eu os permiti vir ao mundo?
Pra sofrer as minhas dores além das que lhes são impostas?
O que faço agora com isso que chamo de resto de vida?
Deixo-me continuar vegetando...
Por obrigação, respirando?
Para ter prazer. Embriagando-me?
Que poderia eu ter feito?
De minha vida partida já na resta optar
Nem vontade pra me salvar
Sinto-me exausta demais para lutar.
