Há minutos atrás a abelha voava livremente. Bastou um cheiro doce ao longe para atraí-la. Bebericou o açúcar molhado no fundo da caneca, quando uma enxurrada quente atingiu suas frágeis asas. Ainda mergulhada no pânico, debalde arriscou subir a escorregadia borda. Pequenas mãos pinçaram o corpo e o depositaram sobre o mármore frio da mesa no terraço. O sol dispôs seus raios a secar-lhe. Insuportável, a dor do calor! O que lhe restava da doçura da vida? As asas se desprenderam do mármore e a pequena abelha voejou ao sabor da brisa, tal a sutileza da natureza. Outras iguais ribombavam zumbidos no ar.