Espantalho
O sonho acabou,
a alma em pedaços ficou.
Todo o meu ser na escuridão
mergulhou.
A minha vida, que vida?
Sei lá!
O que restou?
Um espantalho malcriado a
debater-se irado, feito em cacos,
pelo chão esparramados.
Um caco.
Parou e pensou:
quem fez de mim um espantalho assim?
A alma esfacelada nos cacos aprisionada
em sensações aflitivas mergulhada,
percebe enfim o que os sonhos e a utopia
fizeram de mim
Lita Moniz
|