Reminiscências
Sonho, ou reminiscências de uma outra vida.
Vejo-me ali naquela ilha de beleza sem par,
majestosa, imponente, grandiosa. O mar para
não a perturbar, bate mansinho feito um carinho.
Espraia-se na areia, quer descansar e saborear
a beleza do lugar.
A vida ali para o mundo sorri. Os animais saltam
e correm, felizes percorrem exóticos lugares, das
pedras espreitam a vida a passar.
As aves gorjeiam, espalham alegria por todo o lugar.
A alma ali pára de sonhar, quer a natureza apreciar;
da paz, alegria e harmonia do lugar participar.
Que vida apetecida aquele lugar me pôde dar, e ao
lembrar vem uma vaga saudade de algo que não
houve, daquilo que nunca foi.
Sente-se o frio do vazio. A ilha real me fez muito mal,
mostrou-me a dor do desprezo, do desamor, roubou-me
o chão da ilusão.
Coração decepcionado, rasgado, estraçalhado, só não
parou porque a beleza da outra ilha o ajudou e lhe mostrou
que cada um tem uma força divina, um princípio vital
capaz de vencer todo o mal, e o levar também para a ilha
que lhe convém
Lita Moniz
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