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Contos-->Simplesmente, Maria Celeste. -- 18/11/2007 - 01:48 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

DO LIVRO
A LUZ DO MUNDO


Muitas pessoas não aceitam a maternidade da virgem Maria, criam bloqueio ao seu amor misericordioso de mãe, porque tiveram algum desentendimento com a mãe biológica, ou não amam a mãe biológica, porque recusam o amor de Maria, a mãe espiritual. A mesma coisa acontece quando temos alguma desinteligência com nosso pai biológico, logo surge um vazio que ocupa nosso mundo interior e aos poucos nos desligamos também de Deus.E se não estamos na intimidade com Deus, abrimos uma brecha através da qual o inimigo pode introduzir a fumaça do mal.
O relacionamento entre marido e mulher, e entre pais e filhos, às vezes apresentam algumas cruzes que sem a graça de Deus, não somos capazes de suportá-las.Precisamos aprender com Maria a ficar de pé diante de nossas cruzes. Amar a nossa cruz como Jesus amou o madeiro que carregou sobre seus ombros, porque a cruz é o caminho da salvação. Os irmãos apartados alegam que nós católicos atribuímos a Maria mais requisitos que a ela foram dados por Deus. Não seria o contrário?
Quando Deus disse a Maria, pela boca do anjo Gabriel. Ave cheia de graças... Seríamos nós capazes de compreender a abrangência do ‘cheia de graças na dimensão divina’?( cf. Lc1,28) O que nos une aos cristãos não católicos é o Evangelho. O que nos separa deles é interpretação do mesmo Evangelho, principalmente em relação à Maria, mãe de Jesus, que eles não veneram e não a aceitam como mãe. Este é o princípio da divisão da família cristão. É esta uma das linhas que separa o católico do não católico.
Jesus quis nascer numa família, a família de Nazaré. Mas enquanto os católicos têm uma família completa, pai, mãe e filho; os não católicos têm uma família sem mãe. Aliás, não é uma família sem mãe. É uma família que rejeita a mãe, portanto, dividida. A casa dividida torna-se alvo fácil do ataque inimigo. O ramo não pode dar frutos por si mesmo, se não permanecer na videira ( Jo 15,4). Por mais fino que seja o fio de lá, entrelaçado entre outros, fica forte, ocupa espaços, toma forma, e podem cobrir a nudez de nossa pele.Cada membro da família é como fios de lã entrelaçados entre si, adquirem forma, ocupam o espaço e fortalecem a fragilidade de nossa fé.
Em 1998 participávamos de um Cenáculo com Maria, na cidade de Montes Claros. Aproximando-se a hora do encerramento, aconteceu um momento mariano muito intenso e algumas pessoas sentiram o cheiro de um perfume desconhecido. O pregador, dirigindo-se à assembléia, perguntou se alguém queria dar um testemunho da Virgem Maria. Celeste então nos contou: “Meu nome é Maria Celeste, há vinte anos, eu saía do Santuário do Bom Jesus e quando atravessava o Largo em frente, em direção à rua Padre Augusto, um veículo freou bruscamente a poucos metros de mim. Foi um susto enorme e por pouco não fui atropelada. Um rapaz dirigia o automóvel e uma senhora no banco de passageiros fora arremessada contra o pára-brisa. Tentando acomodar-se novamente no banco do carro a mulher me perguntou:
- Você se machucou?
-Não Senhora!
-Onde você mora?
-No bairro Todos os Santos!
-Vamos te levar em casa. Podemos?
Avaliei as possibilidades de perigo e não vi nenhuma. O rapaz parecia educado, além do mais, estava acompanhado por uma senhora de aproximadamente 60 anos. Aceitei a carona porque o susto me tinha deixado nervosa e me quebrado o salto da sandália. Tomamos a Padre Augusto e mais adiante a Rua Santa Maria na direção do bairro Todos os Santos. No final da Santa Maria eu disse: ‘ Podem parar.Eu moro aqui. Muito obrigada pela carona!’
-Meu nome é Marinho, esta é minha mãe. Disse o rapaz. E você?
-Meu nome é Maria.Maria Celeste.
-Você é bonita, mas tem o nome daquela Mulher que os católicos endeusam.
-Senti meu rosto empalidecer. Nunca alguém me falara com tanto desdém a respeito de meu nome.Não tive tempo para lhe dar nenhuma resposta, porque logo o rapaz se despediu e foi embora.
-Até outro dia, desculpe-me pelo susto que lhe dei. Depois passarei aqui para conversarmos melhor.
Thau! Respondi desejando que ele se afastasse logo.
Celeste calou-se por longo tempo enquanto refletia as palavras de Marinho e o texto bíblico que ela muito conhecia: ‘A mulher que os católicos endeusam?’
‘Porei ódio entre ti e a Mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar’. ( Gen 2,15)A serpente ferirá o calcanhar da Mulher, e esta lhe esmagará a cabeça... Porei ódio entre ti e a Mulher, entre a tua descendência e a dela... Então, ou somos descendentes da Mulher ou do inimigo dela?
Só existem duas gerações: A geração da Mulher e a geração da serpente.A qual delas devemos amar? Como pode uma pessoa odiar Maria?! ‘Aquele rapaz me pareceu simpático, mas não posso gostar de uma pessoa que não aceita meu nome e ainda tem aversão à mãe de Jesus. Depois eu passo aí para conversarmos melhor, foram as últimas palavras de Mário antes de dizer thau!
Na semana seguinte, ele apareceu meio sem jeito, na casa de Celeste. Logo que o viu, Maria Celeste pensou: Se ele vier fazer chacota com meu nome, vou também zombar dele.Vou perguntar se Marinho é um filho pequeno de Mário ou um bichinho do mar? Seu pensamento foi interrompido por um boa noite bem esticado.
“Boa nooote...!
Ficaram ali na calçada sem dizer nada durante alguns minutos, até que uma voz acanhada irrompeu o silêncio.
-Eu passei só para pedir desculpas pela brincadeira com seu nome.
Ela sorriu suavemente. Ele correspondeu com um sorriso largo e aliviado.
Celeste, porém, não conteve a curiosidade e perguntou:
-De onde vem o nome Marinho?
-Do nome meu pai. Meu pai é Mário. Meu nome também é Mario, mas desde pequeno me chamam de Marinho.
A conversa durou poucos minutos, depois despediu-se dela e saiu. Celeste entrou em casa pensativa.
-Ele não é católico, mas me pareceu interessante, e se voltar outra vez e me pedir em namoro?
Mário voltou outras vezes “para conversar mais um pouco” e acertar as diferenças. Ele era evangélico e ela católica.
Tudo saiu conforme Celeste havia imaginado.... Veio o pedido de namoro e depois de casamento. No decurso desse tempo, ela perguntara a um sacerdote e ficou sabendo que não havia nenhum impedimento na forma canônica, desde que prometessem educar os filhos na fé católica.
Casaram-se em 1980 e no ano seguinte, nasceu a primeira filha. O coração de Mariana desejava dar à menina o nome de , mas essa parte não foi conversada, também o terço que ela rezava quando estava sozinha em casa, não foi colocado em discussão. A criança nasceu e foi batizada com o nome de - uma homenagem que Mário quis fazer a sua esposa, juntando ao nome dela o nome de Ana, avó paterna da menina. Celeste jamais colocara sua fé em confronto com os conceitos que seu esposa e sua sogra tinham a respeito da Virgem Maria. ...Apenas se recordava de lhes ter contado o caso de dois sacerdotes que se tornaram prisioneiros de guerra. Confinados num campo de concentração, um deles andava de um lado para o outro, enquanto dizia:
‘ Maria, saúda-me’
O outro sem nada entender, perguntou:
Por que Maria saúda-me?
‘Ora, quando Maria saudou Isabel, Isabel não ficou cheia do Espírito Santo? (Lc 1,41).
A lembrança dessas coisas trazia à sua mente as últimas palavras que lhe dirigiu D. Ana em seu leito de morte: Minha filha! Obrigada por me ensinar que Maria não é o Caminho, mas é uma seta apontando para o Caminho.Ela não é deusa, mas leva o Espírito de Deus às pessoas. João foi batizado ainda no ventre da mãe, porque Maria levou Jesus até ele ( Cf. Lc1,39-41). Como eu fui ingênua por tanto tempo, me fazendo órfã de uma mãe viva! Como foi bom ter-me encontrado com ela!
Apesar desta revelação que Ana fizera à sua nora, D. Ana nunca contara como tinha sido seu encontro com a mãe de Jesus. Provavelmente, numa visita como Maria fizera a Isabel, porque D. Ana dava sinais de que estava cheia do Espírito Santo.
Como aquele sacerdote, porque você também não pede a Maria para visitar seu coração?
Maria, visita-me!
Se Maria me visitar, eu ficarei cheio do Espírito Santo.
Não tenha medo de repetir isso muitas vezes. Acredite! Seja persistente na oração e alcance muitas graças por causa de sua insistência. Muitas pessoas já viveram experiências da presença maternal de Maria em suas vidas. Como Celeste e tantos outros, também Mário, foi alcançado pelo amor da Mãe de Jesus.
Maria Celeste estava casada apenas há dois anos, quando morreu sua sogra. Alguns dias depois, Mário providenciou logo uma bonita moldura, pôs nela o retrato de sua mãe e a colocou sobre um móvel na sala principal da casa. Passados os dias de luto, Celeste teve uma idéia: Vou esconder o retrato de dona Ana.Chegando para o almoço, Mário percebeu a falta do retrato e perguntou:
Cadê o retrato de mamãe que estava aqui?
-A moldura caiu no chão e quebrou. Enquanto eu juntava os cacos de vidro rasgou o retrato sem que eu o percebesse.
O homem ficou irritado, nem pediu para ver o estrago que Mariana tinha feito no retrato da avó. Enquanto almoçava pensou em voz alta:
-Vou providenciar imediatamente outro retrato de minha mãe e colocá-lo no mesmo lugar.
Celeste aproveitou e disse: Mas isso é idolatria, toda hora que você passava na sala, olhava o retrato de sua mãe como se ela estivesse aqui pessoalmente.
Não! Disse ele. Eu a olho porque gosto muito dela.Ela era uma mãe exemplar, uma mulher maravilhosa e como não posso tê-la a meu lado, olho seu retrato.
Almoçaram e subiram juntos para o quarto de casal no andar superior, sem trocar nenhum olhar nem palavras. Celeste abriu o criado que ficava ao lado da cama, retirou da gaveta duas molduras da mesma cor e tamanho e colocou sobre o criado. Mário olhou as molduras com ar de espanto. Numa delas estava o retrato de sua mãe, na noutra, uma estampa da Virgem Maria. Houve um instante de silêncio. Celeste olhou para ele e disse: Agora nós temos duas mães no céu. Lágrimas escorriam nos olhos de Mário. O pomo-de-adão subia e descia numa tentativa de reter o som do choro na garganta.Mas elas lhe vinham aos borbotões ao se lembrar daquele dia em que chegara mais cedo em casa e surpreendera e esposa em oração: Mãe, toma conta de Mário, meu marido! Cuida dele como cuidaste de teu filho Jesus.Visita meu marido. Eu sei que tu és cheia de graça. Enche-nos com os frutos do teu espírito.Visita minha família para que como Izabel, fiquemos cheios do Espírito Santo. Em nome de teu filho Jesus, visita Mário e tira dele toda indiferença e descrédito aos santos da Igreja. Ensina meu marido a amá-la como eu te amo e como tu me amas.
Aproveitando aquele momento de unção, e, enquanto Mário continuava com os olhos fixos nas molduras, Celeste retirou da gaveta de outro criado o Catecismo da Igreja Católica e leu: “A beleza e a cor das imagens estimulam a minha oração. É uma festa para os meus olhos, tanto quanto o espetáculo do campo estimula meu coração a dar glória a Deus.” Novamente um nó se fez na garganta de Mário. Um nó que se ia desatando como nó de gravata desfeito por mãos habilidosas em desatar os nós.
-Quem disse essas palavras tão bonitas?
-Foi. Foi São, São João Damasceno.
Ela não queria falar o nome do santo porque sabia que Mário não fazia um bom juízo dos santos da Igreja. Questionava muito sobre a santidade dos homens declarada pela Igreja Católica. Ele sempre dizia: Os católicos desviam o olhar do Criador e adoram a criatura.
Celeste ainda pensava nessas palavras quando Mário estendendo a mão para ela e disse-lhe:
Você pode emprestar-me esse livro?
Tome! Respondeu ela, entregando o catecismo já aberto na página que falava das imagens.Mário pegou avidamente o catecismo, recebendo-o aberto na página em que previamente, Celeste havia realçado dois parágrafos com um marca-texto: “Foi fundamentando-se no mistério do Verbo encarnado que o sétimo Concílio ecumênico, em Nicéia (em 787), justificou, contra os iconoclastas, o culto dos ícones: os de Cristo, mas também os da Mãe de Deus, dos anjos e de todos os santos. Ao encarnar, o Filho de Deus inaugurou uma nova “ economia” de imagens. ( CIC nº 2131)
“A honra prestada às santas imagens é uma “veneração respeitosa”, e não uma adoração, que só compete a Deus( CIC § 2132)
Como é rica em doutrina e sabedoria sua Igreja. Exclamou Mário. Como é bonita sua religião! Ninguém jamais viu Deus.O mandamento divino proibia toda representação de Deus por mão humana, uma vez que Deus é espírito invisível, portanto, não se poderia representar o invisível de uma forma visível. (Cf Deu. 4,15,16). Mas com a encarnação do Verbo, Jesus assumiu a forma humana e assim, a imagem de Deus pôde ser representada.
Devolvendo o catecismo para Celeste, Mário comentou o parágrafo 2132 que acabara de ler: O culto cristão de imagens não é contrário ao primeiro mandamento que proíbe os ídolos...quem venera uma imagem, venera nela a pessoa que nela está pintada.
Terminado o testemunho de Celeste, do meio da assembléia, um homem se levantou e disse: Eu sou Mário e confirmo o testemunho que foi dado. E então, o pregador acrescentou: São Basílio já dizia que “a honra prestada a uma imagem se dirige ao modelo original.”
A experiência nos ensina que pessoas analfabetas compreendem a Via Crucis de Jesus, acompanhando as gravuras das estações. Contemplam os mistérios da fé, desde a anunciação do anjo Gabriel a Maria, à morte e ressurreição de Jesus, graças à vasta iconografia de uma época em que não se conhecia o segredo da arte de fotografar. De fato, a iconografia cristã transcreve pela imagem a mensagem evangélica que a Sagrada Escritura transmite pela palavra. Não há nenhuma idolatria em se contemplar a estampa ou uma estatueta de um ser humano que teve na terra uma vida exemplar. O ícone sagrado não é Deus, é a pintura ou representação de uma pessoa que foi um modelo de santidade a ser seguido. Não nos prostramos diante delas, veneramos com amor o que elas representam. Se nos curvamos diante da representação plástica de Jesus não é ao ícone que prestamos honra, mas à pessoa que ele representa. Quando olhamos o retrato de um ente querido que está longe de nós, chegamos a esquecer que temos em mãos apenas uma gravura num papel e sem nenhuma idolatria nosso pensamento se volta para aquele que gostaríamos que estivesse perto de nós. Não dizemos às estátuas, “sois nosso Deus”, portanto não há semelhança entre a veneração aos santos através da contemplação de sua imagem e a adoração do bezerro de ouro. A diferença está no modelo original a que se dirige a honra.

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