Finjo que não aconteceu.
Deixo que passe, que se apague, que empalideça,
que adormeça, que perca as cores e os matizes.
Não presto atenção quando escutar o assunto e não escrevo sobre ele.
Não marco a data, não relembro detalhes.
Deixo que as dores se esvaiam e que as lembranças não se fixem.
Assim, protegida, sigo carregando minhas armaduras e armas.
Se atiçada, entro em guarda e afasto insinuações.
Se questionada, nego lembrança.
A cada vez que o fato teima em me assaltar a mente,
afasto possibilidades de análise ou revisão.
Visto a fantasia e vou dançar.
Tendência ao sofrimento?
Eu não.
O que já foi não volta,
O que não tem remédio, remediado está.
Tita
5/09/2008
|