Hoje, amanheci com saudades
Dos tempos de criança.
Neste vai e vem do ontem e do
Hoje, lembro-me de ti meu Pai...
Surpreendo-me com tão nítida
Presença, que penso: Estar
Vendo-lhe no espelho do tempo,
Neste exato momento.
Ah! Se eu pudesse voltar à
Minha infância...
Sinto decrescer em minha idade e
altura, de calças curtas e com os pés
Descalços, correndo pelas ruas
Esburacadas daquele lugar.
Ah! E... Meu pai na soleira da casa
Amarela, gritava: Volta menino!
Volta aqui! E eu, cheio de devaneios,
Com a cabeça nas nuvens fingia não
Escutar-lo...
Que coisa estranha! Meu pai tinha
Minha cara de hoje e o meu filho tem
A minha cara de ontem.
Uma eterna semelhança, que resta de nós:
- Ele, eu e tu meu filho!
Pai! Volta pra mim, já não sou mais
Aquele menino teimoso de outrora.
Hoje, só quero dar-lhe um beijo.
Pai! Volta pra mim... Volta!
Que coisa triste! Meu pai, não voltará jamais...
Esse beijo será do meu filho.