ANESTESIA
Aos poetas portugueses Pessoa e Saramago
Sinto a anestesia mórbida da vida
E não posso ir mais, sentí-la.
- A vida vira, vira mesmo, vira tudo
E não dá quê escolher num segundo.
Sigo o trilho reto da calçada, sem cuidado.
Atravesso a rua, sem olhar pros lados
E a par disto, paranóico, cuido.
Um carro vindo de frente – um perigo
Uma pessoa encostada na esquina - um aviso
Sigo! Sinto a tormenta, sinto-me nela
Só, neste momento, co’a consciência disso.
E longe de seu centro procuro imaginar
A dor no espelho, roda que não pára
Para de olhos secos... olhar!
(EMRIQI) - meu novo e definitivo pseudonimo)
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