TOQUE EM MIM
Repentinamente, faz-se silêncio no meio da madrugada. Deserta e solitária, a praia anseia por novas pegadas.
Olha-me ao longe e indaga desolada:
- Quem é você?
- Sou o vento, digo.
- Por que apenas me sopra. Por que não deixa suas marcas em minhas areias? Sinto-me estranhamente só.
- Perdoe-me, só deixo marcas quando fico exaltado. Hoje não posso, meu tempo é curto. Sou amante das águas que abriga e sonho por acariciá-las.
- Mas você é o único movimento que passa neste alvorecer. Sopre mais forte, toque em mim, por favor!
Heleida Nobrega Metello
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