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Poesias-->PROMESSAS DE ANO NOVO V - FINAL -- 03/10/2008 - 23:51 (Alfredo Burghi ) |
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PROMESSAS DE ANO NOVO V - FINAL
V
Mas seria verdade? Eu duvidaria!
E nossos processos e perdas?
E seus copos de conhaque?
E suas ausências de perto de mim?
E novos bilhetes a serem escritos?
E minha angústia enorme?
E lágrimas fatais em meus olhos brotariam
Se para você eu voltasse
- E talvez eu voltaria -
E você não mudasse
- E você não mudaria.
E até acho que este erro eu estivesse a me dever
E essa fraqueza eu devesse me conceder
Adicioná-lo a tantos que eu me recusei
Esse nada iria me importar.
Meus créditos estão a suplantar
As perdas que tenho por enfrentar.
Desamor não é, não é por não lhe amar.
Humanidade ainda me resta, embora seja duro acreditar
E compaixão - antes de tê-la por você aqui presente
Reservo a mim pelo meu futuro a realizar.
É assim que eu tenho que pensar
Antes de aceitar a sua honraria
E toda a beleza que você me oferta
Na pureza do seu poema deste dia.
E mais um pouco ainda...
Há este tempo
Que cada dia mais avança
Sobre as minhas forças e me arrebata a vida.
E junto com ela a minha pouca beleza.
E se depois, mais tarde, de novo,
Do meu lado você desaparecesse,
Nada mais em mim se recuperaria.
Outro amor? Mesmo hoje eu já não espero e sonho.
Quem, neste alto-mar, deste
Velho barco se aportaria?
Que tempestades e ventos fortes
Ele ainda enfrentaria?
Hoje eu tenho conhecimento dos meus limites.
Entre uma aventura errante
E uma aposta alta para ser perdida
Fico com o meu barco na calmaria.
Assim prefiro ficar.
Na solidão de hoje eu aprenderia
Na liberdade de amanhã eu me bastaria.
E se houver - e haverá - tristeza
Sobre ela eu escreveria.
Com esta dor no peito e este beijo de agonia
Que no seu poema eu sei pouco lhe adiantaria
E sua solidão não resolveria.
Ao acordar no dia seguinte
Ao ano que se estabelecia
Mais parecia um sonho
Que durou mais de mil dias
Tamanha a solidão imensa na qual
Ela já não cabia.
Dos seus olhos uma lágrima nascia
E junto com ela promessas de ano novo que ele se fazia.
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