Usina de Letras
Usina de Letras
247 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10302)

Erótico (13562)

Frases (50483)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->PROMESSAS DE ANO NOVO - COMPLETA -- 03/10/2008 - 23:57 (Alfredo Burghi ) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PROMESSAS DE ANO NOVO - COMPLETA



Ele - Você poderia estar junto de mim

E preencher parte da solidão

Que de tão grande

Não cabe mais dentro de mim.



Ser parte deste poema

E não a metade que falta neste poema.



Há muito espaço ao meu redor,

Bastante para me incomodar.

Permanente para ter nomes:

Solidão, vazio, liberdade, autonomia...



Suficiente para lhe receber como parte

Nesta vaga em mim, imensa e enorme,

A me sufocar.



Tem tamanho para lhe abraçar

Tem carinho para lhe afagar

E amor para lhe dedicar.



Se você aceitasse ocupar

Meus vazios por pedaços de você,

A cada dia eu conquistaria

Pontos minúsculos de você.



Se você me deixasse fazer

De cada dia um novo dia,

Em todos eles eu lhe amaria

E só a você me dedicaria.



Não é possível que não haja

Uma pequena tristeza em você

Que eu não seja capaz de amenizar.



Um sentimento em você

Que não possa se incomodar

Com o meu sofrimento.



Amor eu não pretendo

Humanidade lhe caberia



Aliás, compaixão já bastaria para preencher

Esta solidão

Que de tão grande

Já não cabe mais dentro de mim.



Se você fosse parte deste poema, a completar os

espaços que faltam...



Em troca eu lhe amaria.

Tudo de mim eu lhe daria

Absolutamente nada lhe faltaria

- Isso eu posso lhe garantir.



Se você murmurar eu ouvirei

Quando pedir eu atenderei

Se emudecer eu respeitarei

Se cantar eu acompanharei,

Se dormir eu a velarei.



E quando acordasse eu a alegraria

Se você ficasse junto de mim

Nesta vaga que me acompanha.



II

Eu penso que emagrecerei

Perdendo a minha solidão.

Mais jovem, seria mais homem,

E cada dia melhor, menos porcaria.



Se você quisesse, e você poderia.

Tristezas eu nunca lhe proporcionaria

E existem tantas nesses nossos dias!...



Dissabores eu lhe pouparia

Todos os amargores eu carregaria e

As mais belas frutas separaria

Para lhe oferecer toda manhã de dia.



E ao entardecer, por nós dois, sozinho

Eu rezaria o Pai Nosso e a Ave Maria.



E para noites calmas com você,

Toda suavidade eu reservaria

Para a minha alma e o meu corpo

E com todo amor eu a beijaria.



Se eu fosse você eu pensaria

E não seria rápido que eu decidiria.

Um tempo longo eu ocuparia

Em querer saber por quais razões

Tudo isso alguém ofertaria.



Para se salvar? Pode ser! Seria!?

Para ocupar seu vazio?

Eu raciocinaria...



Talvez alguém esteja buscando uma nova parceria.

Ou uma aventura? - Isso eu descartaria.

Sendo tão sincero e verdadeiro

Aventura eu não admitiria.



III

Se eu fosse você, durante muito tempo

Assim eu pensaria...



E nesse interlúdio eu me prepararia.

Estudaria inglês e francês e

Grego e latim eu recitaria.



Em história da arte e

Em boas maneiras me especializaria.



E mais coisas fossem

Preciso todas elas eu iria aprender:



Andar de bicicleta,

Nadar de costas,

Pular em uma perna só



Passar perfume

Cortar o cabelo

Do jeito que você quisesse.



Comprar uma cueca nova

Usar paletó folgado

E sapato de salto inglês.



Se você quisesse

Eu me deixaria

Transformar-me em um

Novo homem sim,

Com a mesma solidão, diria.



E se você quisesse entender

Após julgar que toda a transformação

Que havia

Foi por você um dia.



Eu não vou pesar toda renúncia

Para lhe conquistar

Porque seria a nossa recompensa

O amor que eu lhe ofereceria.



IV

Ela por Ele - Mas o que em mim lhe autoriza

Tanta honraria?



Por que me reservou o espaço

Onde a sua solidão me caberia?



E se eu não for forte o suficiente

E tanta solidão latente

Fosse tão grande

Que de mim se apossaria?



O seu problema me abraçaria

Como eu me libertaria?



E se me supusesse forte

Para não aceitar tanta honraria,

Resolvido o drama,

Como você ficaria?



O seu sofrimento e a nova solidão

De que tamanho seriam?



Muito maiores que aqueles nos quais

Você já não cabia.



E nosso drama recomeçaria?



Mas calou fundo em mim

A proposta que você fazia.

Se eu aceitasse, assim então seria.



Mas não é a lógica que me restringiria

Mas a emoção imensa que me arrebataria.



V

Mas seria verdade? Eu duvidaria!

E nossos processos e perdas?

E seus copos de conhaque?

E suas ausências de perto de mim?

E novos bilhetes a serem escritos?



E minha angústia enorme?



E lágrimas fatais em meus olhos brotariam

Se para você eu voltasse

- E talvez eu voltaria -

E você não mudasse

- E você não mudaria.



E até acho que este erro eu estivesse a me dever

E essa fraqueza eu devesse me conceder



Adicioná-lo a tantos que eu me recusei

Esse nada iria me importar.

Meus créditos estão a suplantar

As perdas que tenho por enfrentar.



Desamor não é, não é por não lhe amar.

Humanidade ainda me resta, embora seja duro acreditar



E compaixão - antes de tê-la por você aqui presente

Reservo a mim pelo meu futuro a realizar.



É assim que eu tenho que pensar

Antes de aceitar a sua honraria



E toda a beleza que você me oferta

Na pureza do seu poema deste dia.



E mais um pouco ainda...

Há este tempo

Que cada dia mais avança

Sobre as minhas forças e me arrebata a vida.

E junto com ela a minha pouca beleza.



E se depois, mais tarde, de novo,

Do meu lado você desaparecesse,

Nada mais em mim se recuperaria.



Outro amor? Mesmo hoje eu já não espero e sonho.

Quem, neste alto-mar, deste

Velho barco se aportaria?



Que tempestades e ventos fortes

Ele ainda enfrentaria?



Hoje eu tenho conhecimento dos meus limites.

Entre uma aventura errante

E uma aposta alta para ser perdida

Fico com o meu barco na calmaria.



Assim prefiro ficar.

Na solidão de hoje eu aprenderia

Na liberdade de amanhã eu me bastaria.



E se houver - e haverá - tristeza

Sobre ela eu escreveria.

Com esta dor no peito e este beijo de agonia

Que no seu poema eu sei pouco lhe adiantaria

E sua solidão não resolveria.



VI

Ao acordar no dia seguinte

Ao ano que se estabelecia

Mais parecia um sonho

Que durou mais de mil dias



Tamanha a solidão imensa na qual

Ela já não cabia.

Dos seus olhos uma lágrima nascia

E junto com ela promessas de ano novo que ele se fazia.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui