Usina de Letras
Usina de Letras
231 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140786)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Maria Fumaça. -- 17/12/2007 - 03:08 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu que já estava mais taludo, passei a acompanhar meu pai em viagens para o Maranhão, Goiás e Pará. Sai-se montado em burros, tangendo uma tropa carregada com mercadorias. Vendia-se uma variedade enorme de produtos, como ferramentas agrícolas, alho, cebola, e outros mangalhos. A volta era feita de caminhão ou caminhão-misto, uma espécie de transporte em que parte da carroceria se transforma numa cabine dupla para o transporte de passageiros e a outra metade, mantida para carga. Ás vezes mudava-se a rotina e voltávamos de avião ou trem até Teresina no Piauí ou Carolina no Maranhão. A viagem de trem era econômica e divertida, em cada estação uma multidão esperava o trem, muitos vinham recepcionar parente ou amigos, outros, comprar mais barato alguma mercadoria antes que fosse adquirida pelos atravessadores. A saída era outra festa! Pessoas mesmo desconhecidas acenavam para os passageiros com que se estivessem despedindo de amigos. A Maria Fumaça dava o alerta da saída: zezimmmmm... vou te capar... vou te capar. Freio, deus me livre! Também com fogo no traseiro, quem é que pára! A chegada era diferente, via-se primeiro a fumaça, depois os vagões a serpentear nos trilhos como uma minhoca gigante dos parques de diversão e em seguida o grito, zezimmmmmm...
As particularidades da viagem de trem começam pela escolha da roupa. Viaja-se de avião com a melhor vestimenta e há quem ponha terno e gravata, porque se o avião cair, a vítima já está pronta pro velório... mas, de trem, nem pensar... Escolhe-se a roupa mais velha. Nem podia ser diferente, a velha Maria Fumaça vai engolindo lenha e cuspindo faíscas nas vestes dos passageiros. No final do percurso a roupa fica cheia de furinhos que nem a uma peneira e só serve para aquela viagem. Apesar disso, o custo benefício compensava porque o transporte era barato.


SILVA, Francisco de Assis; LIMA,Adalberto. O Brasil nosso de cada dia.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui