Gentleman Géber, tendo percebido e lido sua carta a mim destinada, eu, de acordo com a apurada educação que recebi, sinto-me na obrigação de respondê-lo, para não parecer deselegante, ou faltar-lhe com o respeito.
A bem da verdade, confesso que me ficou a impressão de não haver captado a mensagem em sua totalidade. Alguns dos períodos que escreveu são dúbios, ou ao menos assim me pareceram. Por isso peço desculpas por algum eventual erro de interpretação de minha parte.
Embora talvez hostil em alguns pontos, seu poema não chegou exatamente a ofender-me, pois não é com ironias que se atinge um natural de Ponta Grossa. Caso não tenha sido esta sua intenção principal, peço que entenda, aos domingos sofro de ressaca -um mal comum entre estudantes da minha idade-, o que dificulta sobremaneira a interpretação e análise de textos sutis e refinados entre os quais incluo a sua carta a mim destinada.
Tendo dito isto, apenas um esclarecimento se faz necessário. Não sou um paranormal, apenas acredito em todo tipo de paranormalidade. Na verdade não apenas em paranormalidade. Acredito em tudo. Me afirme qualquer coisa, e eu acreditarei. Como já assegurei anteriormente na usina, eu acredito em lobisomens.
Cordialmente
Paulo
Ps: Agradeço deveras sua disposição em ter conferido meu Pinto e à ele dedicado tão singela homenagem. |