Descansando em seu calmo recinto
de massa sílica em fusão, resfriada,
estás tu, ó grande alma, que sinto
inundar o espírito da humanidade.
Eis aí tu, já desde os primórdios,
na Grécia, Dionísio, Osíris no Egito,
em Roma, Baco, evoé, clamores!
foram todos teus fiéis seguidores.
Videiras verdes vivem verdejando visões,
visões várias, vorazes, verdadeiras, voltadas
para nós mesmos, para nossa poeticidade,
eis as visões da nossa real personalidade!
Lobos selvagens sugando os cânticos
sangrentos e sedentos em seus encantos,
ó licor que sustém a vida de todos os santos,
desde a ceia até os mais longínquos anos.
Minha alcatéia visionária e eu sonoramente celebramos
tua alma poética, que vai além dos cegos olhos mundanos,
ó licorosa combinação de prazerosos sabores dos deuses,
traga-me, eu clamo intensamente, traga-me as fadas verdes
para habitarem eternamente os meus mais profundos sonhos!
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