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Contos-->VIAJANTE DE MIM MESMO -- 19/03/2001 - 00:20 (Paulo Sézio de Carvalho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Viajante de Mim Mesmo
Paulo Sézio de Carvalho
À sombra dessa personalidade que sou, sentei... e naquela beira de abismo que um dia talhei involuntariamente minhas escolhas, prostei a mercê dos ventos atemporais.
Silenciei, refleti e cheguei à óbvia conclusão:
Sou meu próprio julgamento: algoz, vítma e juiz.
Analisei com calma essa proposição. Encostei meu corpo no rochedo e busquei o alimento intangível do pensamento, agora com mais serenidade. Em vão, almejei meditar...
Senti a dificuldade da necessária evolução rondar e não sei no que primeiro deveria me ater: na dificuldade ou na necessidade.
Quando chegou o aviso do passo a ser dado, foi tão difícil crer que ele seria transposto. O hábito arragaido e potente continuava vencendo, pondo-me frente a frente com os fracassos.
As trilhas nada significaram quando tudo que quis encontrar fôra eu mesmo. Eu era a trilha de mim e o universo susurrava na ciência interna, o fato de que nunca me enganara quanto à esta premissa. Por ela entenderia a evolução.
Sabia bem o valor dessa evolução, se bem que ainda não me conscientizara do processo para alcançá-la. Posso dizer que também sabia do valor das dificuldades, uma vez que até hoje são constantes e claras.
Acolhia nas rugas vicerais um título chamado conceito . Já andava sondando em meu tempo de consciência se não seria impressões, mas creio que não. Afinal, o que são impressões senão esparsos momentos de dedução? Que são as dúvidas senão incertezas de uma realidade?
Todavia, eu, caminheiro, não sei de onde, passava novamente por ali, debruçando outra vez naquele rochedo. Acho que fiz isso infinitas vezes nesse trecho, com as mesmas perguntas e nem sabia se queria me saciar delas.
Comecei a acreditar que o charme estaria no inominável. O vento da dúvida batia com certa malícia e o gosto silencioso das eras, isso me confirmava.
Intangível e penetrante, escapou finalmente o som que sempre chegava quando precisava meditar e que até hoje ainda chama:
"amado visitante dos questionamentos e das dificuldades, venha aqui"! Faça de tuas interrogações, teus passos e passe adiante. Tuas respostas serão teu caminho e o caminhar teu proceder. Hoje terás respostas. Sempre vieram. Buscai portanto a serenidade e o mínimo daquilo que a conformidade te saciar. Conseguirás bons frutos. Nunca anseies por dar uma resposta à tua mente. Você só será preenchido quando sentires que já és cheio, já que o universo em ti se representa, portanto farto tu és".
"Escondido estás em mim, tú que falas"?, perguntei incrédulo. "Quem sois afinal"?
"Do espaço-tempo que definires para tua razão, eu vim. Aportei em ti. Sou em ti. Sou você mesmo que chega sempre para estar comigo".
"Preenchedor viajante - disse naquela ocasião - seja bem vindo à tua casa, à casa de minh´alma, à casa de... "
Por favor deixe de falar" - fui interrompido - "Sinta-nos e serás por demais sábio". Adianta-te porém, em teus passos e não mais me reconhecerás com a mesma limpedez desse agora".
Seja e espere...
Espere...
Espere...
Já estamos nos entendendo como um único um....
Espere...
Espere...
Silenciei e esperei... Contudo o que via? Luzes? São luzes! Descortinava-se algo inolvidável. Um véu descerrara a parca percepção da mente e via e era; estava em tudo, desde os tempos imemoriais. "Não é uma visão, meu caro eu. Acontece que tú és como nunca percebestes que era: Algo eterno.
Bendita infelicidade de não ser sábio. Assim a distância do não descobrir para o descortinar-se trasmutou-se em felicidade. A desvairada alegria que me apoderara, proporcional à distancia da cegueira metida, conseguiu me desintegrar, pois até então estava rígido, com medo de perder as próprias referências daquela personalidade que era.
Saltei do chão no qual me sentara e pulei do rochedo. Se subi ou desci não sei. Só sei que cheguei até aqui.
A partir de então, para quem humildemente gastar um tempo para ler estas linhas, que também deixei inscritas naquele rochedo, antes de partir, oferto a maior de minhas riquezas: a ignorância, esta fantástica insapiência de não saber quem sou, a não ser o fato de que sou viajante de mim mesmo, a procura quem sabe de tu e aconchegar-mo-nos talvez, mutuamente, viajante que também és, do Algo eterno que somos.
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