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Erotico-->Realização -- 18/08/2004 - 00:25 (Martha Rocha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Fantasia! Ela sabia que era a única coisa que pensava, entediada, olhando pela janela da sala num apartamento grande bem no centro da cidade barulhenta.
Fitava o copo, e o horizonte, ali no décimo quinto andar do prédio, o horizonte era visível, ainda iluminado pelo sol que se poria em minutos, ou melhor, pensou ela, olhando no relógio de pulso viu que eram 17 horas, ainda havia umas duas horas de sol forte, depois sim o entardecer.
Ah este entardecer, definitivamente não seria igualzinho aos demais de toda sua vida, o céu escurecendo, o sol se escondendo e a velha e boa fantasia latejando em sua cabeça. Na verdade, consumindo-a lentamente todas as tardes, todos os finais de tarde. Dia após dia, para esvair-se na noite apenas ou em um abraço efêmero tal qual a fantasia que tanto lhe atormentara horas antes.
De forma alguma ela ficaria ali mais um final de dia e início de noite, vendo tudo escurecer, escurecer, e apagar a vontade de realizar. Mas cadê a coragem? Onde encontrar forma de realizar aquela loucura? E com quem?
De repente, a cabeça começou a trabalhar alucinadamente, o tempo estava correndo e a coragem começava a passar, tinha que tomar uma decisão rápida, sem medo de ser feliz. Onde mesmo ela ouvira aquilo? Ah sim fazia tempo, mas não importava mais, pois a expressão cabia como uma luva para ela agora, neste momento. Decisão tomada.
Pegou a bolsa e dirigiu-se para o elevador, com pressa, segurou o telefone e discava rapidamente um número, conversas, sorrisos, um convite, e a despedida: te espero, me encontre. Desligou rapidamente e colocou o celular na caixa postal, entrou no elevador e tocou duas vezes para a garagem.
Agora sim, o coração acelerado, as pernas bambas, e o sorriso matreiro nos lábios, ela estava em rota de colisão com a sua tão adiada fantasia, e seria muito bom, tinha certeza, seria bom demais o final daquilo tudo. Novo sorriso, e a porta do elevador se abriu na garagem do prédio, ela agora gargalhava, estaria nervosa? Nem ela sabia, só sentia o sangue fervendo, e correndo feito lava pelas suas veias, pelo corpo todo, chegava quase a sufocar de tanto tesão que estava sentindo por ter tomado aquela decisão louca.
Dane-se o mundo, as convenções, a sociedade, e quem mais achasse que tinha direito de opinar algo, ela era independente, adulta, e decidira viver do seu jeito a sua maior e mais escondida fantasia. E seria hoje de qualquer jeito.
Entrou no carro, girou a chave, e acelerou suavemente, saboreando como um orgasmo aquele momento de magia, examinou-se no espelho antes de sair da garagem para a rua iluminada, e verificou que o batom vermelho estava correto, os olhos levemente maquiados pareciam de uma felina, e riu novamente, sentia-se exatamente assim: felina. Olhos para o vestido preto e curto, as meias, os sapatos de saltos altos tudo estava no seu lugar, ou melhor, como sempre tudo estava no seu lugar devido, ajeitou os brincos e cravou o olhar na rua movimentada, entrou no trânsito e foi dirigindo para fora da cidade, com o som ligado bem alto para não perder a coragem. Será que voltaria atrás? Achava que não.
Quase meia hora rodando na estrada quando de repente ela visualizou um viaduto, sorriu, e procurou um lugar para estacionar cuidando para deixar o carro à vista, pois não queria que ele se perdesse em outro rumo, fosse parar em outra cidade quem sabe, outros braços talvez, tudo poderia acontecer.
Desligou, desceu e olhou o celular, cinco chamadas, sorria e começava a subir as escadas do viaduto, cuidando a estrada, quase deserta, poucos carros passando, e o sol já se pondo no horizonte, mas calculou que ainda havia muito tempo de luz amarelada, e sorria novamente cúmplice com o sol, quase dizendo que não se apressasse demais.
Ajeitou os cabelos quase louros, alisou o vestido, e quando chegava no alto da escada, viu o outro carro estacionando ao lado do seu, agora não sorria, quase gargalhava, calculara certinho o tempo, ele chegara, não havia fugido do desafio, e isso era muito bom. Ela adorava homens assim, ousados e desafiadores.
Em minutos ele estava quase no topo da escada vindo ao seu encontro, sobre o viaduto, este sim deserto, não se viam carros de lado algum, parecia que todos tinham tirado folga da estrada, daquela estrada especial.
A mulher de preto parou bem no meio do viaduto e de costas para o homem ficou olhando o sol se esconder no horizonte, respirou fundo e sentiu a proximidade do homem atrás dela, um toque suave no ombro, um beijo na nuca, e o arrepio no corpo denunciaram como estava excitada, esperando-o, acolhendo-o, sentindo seu corpo colar-se ao dela devagar, sem pressa alguma.
Ele segurou seus ombros, virou-a de frente e beijou aquela boca vermelha, lambuzando-se com o batom, com a saliva, pouco importando como ficaria depois, só queria saciar-se naquela boca, acariciar o corpo, sentir o cheiro, o calor, o tremor daquele corpo que desejava e pelo qual era desejado. Sem palavras, era assim que estavam, só risos e beijos, mãos e toques, silêncio quase total.
A mulher então lentamente tirou o casaco do homem, desamarrando a gravata, sorrindo para aquele rosto, esperando que ele descobrisse logo seu segredo, e como riria da surpresa dele, com certeza absoluta ela sabia que ele levaria um choque, queria ver seus olhos acenderem como tochas, ah ela veria sim.
De repente o homem desliza a mão pela coxa levantado o vestido e quando toca a pele, fica pasmo, boca aberta sem ação, ela está nua por baixo do vestido, ele arregala os olhos e ela desata a rir sem parar, conseguira finalmente surpreendê-lo, ele estava sem saber como agir pela primeira vez. Desconcertado.
Mas os olhos acesos, imediatamente ficaram donos da situação, ele suspendeu o vestido todo até a cintura dela e com as duas mãos puxou o corpo para o seu, fazendo-a sentir o quanto a queria, e a queria ali e naquele momento. Não importavam os carros passando embaixo, só importava a mulher em seus braços e o desejo que já não conseguia disfarçar.
Novos beijos, novos toques e como uma ação em câmera lenta, ele suavemente ergueu uma das pernas dela colocando-se entre elas, penetrando-a com calma e vagar, sem a menor pressa, sem o menor medo da situação louca que ela armara para eles.
Com ritmo e sussurros, ele a beijava enquanto continuava a penetrá-la, e ela na loucura daquele lugar, entregava-se inteira, como sempre sonhara em suas fantasias, eles dois ali, o mundo passando embaixo e os gritos de prazer ecoando junto com o motor dos carros.
Loucura total, eles sabiam, se fossem pegos, seriam presos no mínimo, mas em seu íntimo, com o escurecer se adensando no horizonte, eles estavam perdidos em seu mundo especial, quando de repente os dois atingiram o clímax, e num cavalgar enlouquecido beijavam-se, riam, e sentiam que nada mais os separaria, nada seria capaz de abalar aquele encontro, nada nem ninguém seria capaz de ficar entre eles depois daquela experiência.
Devagar o desejo foi sendo aplacado, e eles ficaram muito tempo olhando nos olhos um do outro, sem se falar, não havia o que dizer era como um pacto, só eles entendiam. Ele a beijou com calma, com amor, com desejo ainda, e sussurrou baixinho: não podes mais fugir, agora és só minha, entende isso? Só e exclusivamente minha, para sempre.
A mulher ainda abraçada àquele corpo sentia-se quase flutuando, e assentiu com a cabeça, não conseguia falar, sorria e consentia, apenas isso.
Lentamente os dois desceram, beijaram-se na escada, e quando se dirigiam aos carros um carro da polícia encostou ao lado, o guarde desceu e ao reconhecer o homem, desculpou-se e disse solenemente: desculpa doutor, recebemos um comunicado que um casal estava transando em cima do viaduto interditado, mas não poderiam estar lá se o senhor está aqui embaixo.Disse Boa noite e ao retirar-se ofereceu escolta porque era muito perigoso trafegar sozinho àquela hora.
Os dois se olharam e riram, riram muito, despedindo-se e combinando de encontrar-se em casa em poucos minutos.
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